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Vôlei

Ídolos do vôlei, Serginho e Marcelinho criticam atual geração

Serginho e Marcelinho aproveitaram conversa online para relembrar grandes nomes de sua geração e criticaram atuais “jogadores de Instagram”

Marcelinho e Serginho criticaram atual geração do vôlei em live no Instagram
Além de companheiros na seleção, Marcelinho e Serginho jogaram juntos no Sesi e no Corinthians (Foto: Reprodução/Instagram)

Em tempos de isolamento social, a tecnologia surge como uma alternativa para realizar encontros entre amigos. Foi dessa forma que o ex-levantador Marcelinho Elgarten utilizou seu Instagram para realizar um encontro de compadres com o levantador Serginho na noite da última quarta-feira (1º). Em meio a histórias e risadas, os ídolos do vôlei aproveitaram a conversa para criticar as novas gerações que surgem no esporte.

“Eu acho que hoje tem muito jogador de Instagram.”, resumiu Serginho, atualmente com 44 anos, direto de Jarinu, em São Paulo. “Jogador que nunca jogou um tie-brek na vida, mas aí você entra na página do Instagram tem um milhão de seguidores. Tem um milhão de seguidores, mas não sabe o rodízio do vôlei, se você perguntar onde está o central quando o levantador está na posição cinco eles não sabem, se você der um papel e falar pra montar um time, eles não vão saber fazer, se você perguntar alguns jogadores do passado, eles não sabem quem são.”

“Se perguntar os 12 campeões olímpicos de 1992 não sabem responder”, completou Marcelinho, que fez parte da campanha da medalha de prata da seleção em Pequim-2008 ao lado do líbero. “Nessa geração, com a informação, a tecnologia, as coisas acontecem com muita facilidade para eles.”

Geração preguiçosa

Depois de 26 anos no vôlei profissional, sendo 11 dentro da seleção brasileira e com um currículo de dar inveja, Marcelinho se despediu das quadras em maio de 2019. Hoje com 45 anos,o ex-levantador acha que o fator físico é o que mais diferencia as gerações.

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“A gente treinava demais. Corria na pista, subiu na arquibancada, saltava com peso nas costas. O que se fazia antigamente, hoje em dia ninguém aguentava”, opinou o pentacampeão da Liga Mundial (2007, 2006, 2005, 2004, 2001).

Aos 44 anos e atualmente jogando no Vôlei Ribeirão, Serginho tem uma carreira incrível no vôlei brasileiro. Esteve na conquista de sete Ligas Mundiais (além dos títulos ao lado de Marcelinho, venceu em 2003 e 2009) e em dois ouros olímpicos do Brasil, em Atenas-2004 e Rio-2016.

Aposentado da seleção, Serginho foi mais duro nas críticas: “Eu vejo que hoje tem uma geração muito preguiçosa, num contexto geral, não na seleção brasileira. Na seleção existem alguns pilares, porque deixamos um legado lá. Mas no geral, na categoria de base, a molecada que está subindo é preguiçosa demais. Hoje você chama moleque pra treinar no time adulto, ele vai pensar se quer ir. Antigamente, a gente queria ir para pegar bola.”

“Eu queria tanto jogar que no Mundial de 1990, no Maracanãzinho, aqui no Rio de Janeiro, eu fui enxugar quadra”, lembrou Marcelinho. “Porque era tanta a vontade de estar ali dentro perto dos jogadores.”

Depois de 26 anos, Marcelinho se despediu das quadras em maio de 2019 (Foto: Reprodução/Instagram)

Solta o braço

O aspecto físico também mudou o jogo dentro da quadra. Segundo eles, poucos jogadores atacam tão forte hoje em dia quanto antigamente.

“Igual antigamente é impossível”, afirmou Serginho. “Acho que o último que equivale as pedradas que a gente pegou foi o Anderson”, referindo-se a Anderson Rodrigues, atualmente técnico da equipe feminina do Sesi Bauru.

“Na seleção, quando a gente estava lá, quando o Bernardo atazanava ele, ele falava que ia dar pra quebrar os dedos de alguém”, lembrou Marcelinho, entre risos.

“No Mundial de 2002, na Argentina, no último treino, eu tomei uma bolada dele na cara. Nunca levei bolada assim na vida, parecia que meu nariz tinha ido pra nuca de tão forte que foi. Aí ele olhou e falou ‘levanta que não doeu não””, riu Serginho.

Ídolos do vôlei

Num momento mais nostálgico da conversa, os dois amigos relembraram companheiros de times e de seleção e também adversários estrangeiros que se destacaram no vôlei em suas gerações.

Nomes como Gustavo, Nalbert, Maurício, Milinkovic, Joel Despaigne e Giani foram alguns dos lembrados pela dupla. O companheiro de seleção André Nascimento também foi bastante elogiado.

“Muitos dos nossos títulos a gente deve ao Canha”, lembrou Serginho referindo-se ao apelido do oposto canhoto. ” Canha salvou a gente várias vezes”, concordou Marcelo.

Outro companheiro que foi exaltado pelos amigos foi Dante. “E o Magrelo, era craque ou não?”, perguntou Serginho, usando o apelido do ponteiro. “O Magrelo? Pelo amor de Deus. Acho que foi o jogador que mais fácil jogava”, afirmou Marcelinho.

Depois de levantarem muitos nomes, Serginho trouxe uma conclusão. “Mas, Marcelo, no mundo inteiro, pra mim, jogador bom mesmo era o Giba.” “O Giba é um fenômeno”, concluiu o amigo.

Mas quando foi desafiado por Serginho a montar uma equipe ideal, o ex-levantador teve muitas dificuldades. Afinal, são muitos nomes, muita história. Muitos amigos de quadra e de vida.

Geração do ouro de Atenas-2004 foi lembrada com carinho pela dupla de amigos (Foto: Reprodução/Instagram)

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