No dia 9 de maio de 2019, Bruna Honório levou o maior susto da sua vida. Aos 29 anos, atleta profissional, e com uma rotina saudável, ela descobriu um problema cardíaco. Um tumor no átrio esquerdo do coração. Ao se apresentar à seleção brasileira e passar por exames protocolares, Bruna esbarrou em uma realidade que jamais imaginou e a notícia mais assustadora: seria necessário passar por uma cirurgia no coração.
Com uma serenidade impressionante, Bruna Honório encarou a situação de frente, fez a cirurgia e teve paciência para atravessar todo o processo. Na verdade, nem foi preciso tanta paciência assim. Afinal, o processo foi rápido. Incrivelmente rápido. Exatamente três meses depois da cirurgia, a oposta do Itambé/Minas (MG) estava saltando e, com seis meses de procedimento, jogando profissionalmente de novo.
O susto passou. Bruna, hoje com 30 anos e 10 meses de uma nova vida, está absolutamente íntegra e feliz. Em entrevista ao site da CBV, Bruna Honório contou um pouco mais como anda a sua rotina no Itambé/Minas.
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Como está a sua saúde hoje em dia?
Minha saúde está mais que 100%. O sustou passou por completo. Fico apreensiva quando vou fazer exames periódicos, mas a porcentagem de voltar ou ter qualquer outro problema é de 0,01% de chance. Claro, como apareceu o tumor em 11 meses, entre os exames feitos no Minas e os que fiz na seleção, acho que é normal que fique um pouco apreensiva. Mas, tenho certeza e os médicos dizem que é quase impossível aparecer novamente.
Você ainda precisa de algum cuidado específico? Faz exames periódicos no coração?
Fiz exames toda semana depois da cirurgia até completar três meses. Depois fiz a cada um mês até completar seis meses da cirurgia. Provavelmente, vou fazer quando completar um ano e a cada seis meses por controle. Não custar manter um cuidado em algo tão delicado.
Sua condição física também já voltou a ser a mesma de antes?
Sim. Minha condição voltou ao normal hoje em dia. Demorou um pouco mais que o normal por causa da cirurgia agressiva. Mesmo não sendo tão evasiva, os medicamentos afetam muito. E também nos primeiros meses não pude subir a frequência cardíaca, então quando eram trabalhos aeróbicos eu não podia fazer com tanta intensidade. Mas hoje está tudo muito tranquilo. Estou com vida normal.
Com um grupo muito forte mais uma vez, o Minas está brigando pelo segundo título consecutivo. Na sua opinião, qual é o mais obstáculo na busca por esse título?
O Itambé/Minas montou, sim, um time forte com peças importantes do cenário brasileiro e fora do Brasil. Não vejo um obstáculo para conseguir o segundo título consecutivo. Temos um time forte, saudável, uma equipe unida, treinamos muito forte e evoluímos a cada semana, a cada jogo. Estamos todas muito focadas nos objetivos traçados no início da temporada e vamos dar nosso melhor para chegar em mais uma final.
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A chegada do novo treinador foi absorvida pelo grupo? Vocês já estão completamente adequadas a essa nova comissão técnica?
Sim. Temos jogadoras muito experientes que passaram por muitos e ótimos técnicos. Isso ajuda muito e a mudança é sempre uma questão de tempo. É preciso nos adaptarmos com o tipo de treinos e jogos que o técnico tem como filosofia. Nos adaptamos rápido as trocas e a nova comissão técnica.
Pessoalmente, o que você acha que falta ainda na sua carreira? Voltar a seleção brasileira é um objetivo?
Sim, voltar à seleção é um objetivo, sem dúvida. Mas, penso principalmente em ajudar minha equipe a conquistar tudo que puder. Sei que a seleção será sempre a consequência disso. Deixo tudo nas mãos de Deus, como sempre.
Depois de passar por um susto daquele e voltar a jogar em alto nível muito rapidamente, você é uma pessoa completamente feliz atualmente?
Como não ser agradecida e feliz depois de um susto desses? Tive o apoio do Minas, de todos que oraram por mim e, acima de tudo, com Deus estava no comando de tudo. Às vezes reclamamos de coisas pequenas e não agradecemos as oportunidades da vida. E eu agradeço todos os dias por essa vitória. Estou muito feliz por poder fazer aquilo que eu amo.