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Vôlei

Mari Paraíba e Fabíola retornam ao Osasco nesta temporada

João Pires/Fotojump

O Osasco anunciou nessa semana dois reforços importantes para a próxima temporada: Mari Paraíba e Fabíola, que já tiveram passagens pelo clube e jogaram juntas na Suíça.

Fabíola

Fabiola já ganhou tudo em Osasco. Campeã paulista, da Superliga, Sul-Americana e Mundial. Tudo isso na temporada 2011/12. Agora, ela está de volta. E retorna disposta a novas conquistas. A nova levantadora do Vôlei Nestlé chega para ser a maestrina do time que está sendo montado para manter a tradição de lutar pelo pódio em todas as competições. “É uma volta para casa. Estou aqui para lutar pelo objetivo do grupo, que é ser campeão sempre”, resume a atleta, natural de Brasília.

A expressão ‘volta para casa’ é mais que uma figura de linguagem. Fabiola deixou Osasco há três anos para jogar na Europa e depois de passar por times da Rússia e Suíça, o retorno ao Brasil é justamente ao ponto de partida, o ginásio José Liberatti. “Foram três temporadas de muitas vitórias em Osasco. Temporadas que marcaram a minha vida como atleta e estar aqui novamente é uma alegria muito grande. Sempre fui muito bem recebida na cidade. Não só pelo clube e patrocinadores, mas pela torcida”, diz a jogadora, que defendia o Volero Zurich.

Fabiola chega pronta para colocar a bagagem internacional a serviço do Vôlei Neslté. “Minha experiência fora do Brasil foi muito boa. Saí quando senti necessidade de conhecer o voleibol mundial, não jogando por Seleção Brasileira, mas por clubes. Passei pela Rússia e Suíça, que praticam um vôlei diferente do nosso, mas são grandes escolas. Foi uma oportunidade de crescimento como atleta e como pessoa. Só acrescentou, porque você acaba conhecendo o esporte em outro nível, enfrentando adversárias que não jogam em seleções, mas são grandes jogadoras. Pretendo colocar esse aprendizado à disposição do time de Osasco”, garante a levantadora, medalha de bronze no Mundial do Japão 2017 com o suíço Volero.

Cérebro da equipe, a levantadora precisa aliar qualidade técnica e foco. Para Fabíola, o tempo é aliado dos jogadores que atuam na posição. “Estou com 34 anos e, depois de defender grandes clubes no Brasil, no exterior e jogar pela seleção, acredito estar mais centrada, mais tranquila. A experiência é uma arma para o levantador”, acrescenta a atleta, recuperada de uma artroscopia no joelho direito, a qual foi submetida dia 28 de março, na Suíça. Ela se se contundiu em um treinamento do Volero para o duelo contra o Vakifbank, pelos playoffs da Liga dos Campeões.

As boas lembranças de Fabiola em Osasco ultrapassam os limites do time. Com a camisa do Sollys Nestlé, foi eleita a melhor levantadora da Superliga por duas temporadas consecutivas (2011/12 e 2012/13). Mas para quem imagina o interesse de colocar o individual à frente do coletivo, ela manda um recado. “Sempre existem metas pessoais, mas o principal é o objetivo do grupo em ser campeão. Vamos lutar para transformar em realidade. Por isso voltei, para dar minha contribuição nessa jornada. Prêmios individuais são consequência do processo”.

Entre as novas companheiros de time, Fabíola já jogou com as centrais Nati Martins e Bia e a ponteira Tandara, que também é natural de Brasília. Uma curiosidade sobre a carreira de Fabíola: ela começou no Sesi de Ceilândia, no Distrito Federal, e nas categorias de base do Força Olímpica, em 1995, atuando como ponteira. Só mais tarde, como juvenil, no Rio de Janeiro, começou a jogar, e a se destacar, como levantadora.

Mari Paraíba

A pequena Mariana Andrade Costa deixou a segurança da casa dos pais, em Campina Grande, para perseguir um sonho. Reuniu toda a coragem dos seus 14 anos e desembarcou em Osasco para se tornar uma jogadora de vôlei. Começou na categoria infantil e, ainda juvenil, defendeu o time adulto em duas campanhas que resultaram na medalha de prata da Superliga nas temporadas 2005/06 e 2006/07. Dez anos depois, agora conhecida nacional e internacionalmente como Mari Paraíba, a ponteira está de volta à cidade onde tudo começou. Chega para reforçar o Vôlei Nestlé com a determinação de conquistar a medalha que lhe falta no Brasil. “Esse é meu maior objetivo. Vou dar o máximo para conquistar esse título para a equipe e para a torcida.”

O tamanho da emoção ao retornar ao ginásio José Liberatti pode ser dimensionada pela reação de Mari ao recordar os primeiros passos na carreira. “No começo é sempre um pouco difícil, até acostumar. Foi minha primeira vez fora de casa, mas eu tinha o sonho de me tornar atleta, até porque na Paraíba o incentivo era muito fraco e a gente precisava sair. Agora, me sinto voltando para casa. Estou muito feliz, afinal, foi aqui onde os sonhos começaram a virar realidade. Naquela idade eu sonhava, mas não imaginava estar onde estou hoje”, conta a jogadora. “Aqui sempre fui bem tratada, acolhida e muito bem trabalhada desde as categorias de base”, completa.

A paixão de Mari pelo vôlei vem de família. Sua mãe, Célia, era professora de educação física e sempre incentivou os filhos a jogar (o irmão, Daniel Gramignolia, foi levantador de grandes equipes, como o Cruzeiro). Os primeiros toques e manchetes foram dados aos 10 anos de idade, em Campina Grande. Talentosa desde cedo, aos 14 já atuava na equipe infantil de Osasco. Como atleta adulta, defendeu também os times de São Caetano, Pinheiros, Macaé, Teuto-GO e Minas, até se transferir para o Volero Zurich. “Minha mãe sempre nos inventivou e apesar de não ser fácil para a família, o fato de meu irmão ter saído de casa um ano antes para jogar em São Paulo, ajudou muito nessa fase de mudança. Graças a Deus, comigo deu tudo certo”, conta.

Mari chega para acrescentar variação no ataque e qualidade no passe do Vôlei Nestlé. E traz na bagagem a experiência internacional adquirida na recente passagem pelo Volero Zurich, com o qual conquistou a medalha de prata do Mundial de Clubes, disputado em maio, no Japão. “Sempre desejei ter experiência internacional. E defender um ótimo clube, com grandes jogadoras, me permitiu absorver o máximo nos treinos e campeonatos fortes, como a Liga dos Campeões. Eu não era titular, mas sempre entrava bem em quadra e fazia a minha parte. Foi uma oportunidade incrível que me elevou a outro nível psicológico e emocional. Volto amadurecida como atleta e pessoa”, conta a ponteira de 1,80 metro de altura.

Parceria Mari Paraíba e Fabíola

No Vôlei Nestlé, Mari terá um motivo a mais para se sentir em casa. A ponteira vai reeditar a parceria recente com a levantadora Fabíola. As duas disputaram a temporada passada pelo Volero e chegaram a morar juntas na Suíça. “O engraçado é que pouco jogamos juntas, porque, quando eu entrava, ela saia na inversão do 5 x 1. Mas fortalecemos muito nossa amizade. Não é fácil ficar longe do seu país, família e amigos. E tive sorte por ter a Fabíola e sua família a meu lado. Isso foi um suporte enorme. Agora estaremos juntas aqui no Brasil para trazer muitas alegrias para o torcedor, para nossas novas companheiras e patrocinador”, completa.

Reforços Osasco para a temporada

Além da ponteira Mari Paraíba, o Vôlei Nestlé se reforçou com a levantadora Fabíola e confirmou as renovações de contrato com a meio de rede Bia, a ponteira Tandara, a central Nati Martins, a oposta Paula Borgo, a levantadora Carol Albuquerque e a líbero Tássia. O time de Osasco manteve-se entre as maiores forças do Brasil na temporada 2016/17. No período, o técnico Luizomar e suas comandadas foram campeões paulistas, semifinalistas da Copa do Brasil 2017 e vice-campeões da Superliga 2016/17. No Mundial de Clubes, o time terminou em sexto lugar.

FICHA TÉCNICA
Mari Paraíba
Mariana Andrade Costa
Nascimento: 30/07/1986
Campina Grande, PB
Altura: 1,80 m
Posição: Ponta

FICHA TÉCNICA
Fabíola
Josefa Fabíola Almeida de Souza
Nascimento: 03/02/1983
Brasília, DF
Altura: 1,84m
Posição: Levantadora

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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