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Síndrome do pânico fez Gabi Candido pedir dispensa da seleção

Em um longo depoimento nas redes sociais, a ponteira do Sesi explicou motivo do pedido de dispensa e rebateu críticas

Reprodução Instagram

Em um longo depoimento nas redes sociais, a ponteira Gabi Candido explicou nesta quarta-feira (24) o motivo que a levou a pedir dispensa da seleção feminina. Seria a sua primeira oportunidade no time adulto, pouco mais de um ano antes das Olimpíadas de Tóquio. “Tenho uma doença chamada síndrome do pânico”.

A atleta, que havia pedido dispensa na segunda (22) alegando apenas problemas pessoais, explicou que a doença causa “crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes”.

“No momento, depois de uma longa temporada cansativa e com todos os objetivos do primeiro ano de Sesi Bauru sendo alcançados, preciso descansar meu corpo e minha mente”, continuou. “Desejo sorte a todas as meninas que terão a oportunidade se estar ali. Torcerei com todo o meu coração por cada uma delas”.

Gabi Candido, atualmente no Sesi, detalhou a decisão. Disse que “estar na seleção é uma cobrança muito grande. Pressão, viagens longas, quantidade alta de treinamentos, cortes, tudo o que deixa ansiosa e faz atacar minha doença. Estou me tratando há dois anos. Mas não existe 100% de cura”, explicou.

A ponteira revelou que já teve problemas com a síndrome do pânico na seleção Sub 23. Em 2017, no mundial, disse que não consegui jogar um jogo sequer. E, em 2018, na copa pan-americana a história se repetiu.

“Não conseguia ficar sozinha. Não conseguia tomar banho de porta fechada, sozinha. Alguém chegava atrás de mim e eu me assustava. Vocês gostam de ler isso? Não? Eu não gosto de passar por isso. Imagina você viver 24 horas do seu dia amedrontada por sua própria sombra.”

A atleta acrescentou que só se apresentou ao Sesi dois meses depois do campeonato porque eu não tinha condições de sair da minha cama, por conta da síndrome do pânico. “Por medo”.

Com a decisão de Gabi, já são seis atletas que declinaram da convocação de Zé Roberto Guimarães. Completam a lista  Dani Lins, Tássia, Camila Brait, Thaisa e Adenízia

Resposta a críticas

Incomodada com as críticas que recebeu pela decisão, deu uma resposta. “Dói muito em mim ler comentários tão cruéis me chamando de covarde. De pessoas que nem se quer me conhecem ou sabem quem eu sou. Agradeço muito a Deus por estar melhor hoje e a minha família que me dá total apoio e conforto para que eu melhore cada dia mais. E para os corneteiros de plantão, e pra quem me pergunta de coração aberto e quer o meu bem, é por isso que em 2019 peço dispensa da seleção.

“Já existem muitas doenças, brigas, armas de fogo nos matando. Vamos nos ajudar, ao invés de apontar o dedo. Seja amor. Agregue”, finalizou.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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