Belo Horizonte – Todo time tem seu líder, seu capitão, o jogador que representa o todo. No Cruzeiro, William é o símbolo. Ele jogada há sete anos na equipe, que só exista há dez. Ele é a representação da mentalidade e do segredo para o sucesso do clube mineiro: continuidade.
O levantador, junto com o ponteiro Filipe e o líbero Serginho, são os jogadores mais antigos no Cruzeiro, desde 2010, perdendo somente para o técnico Marcelo Mendez, que está desde 2009. Desde a chegada do trio de jogadores, o time mineiro conseguiu chegar à final de todas as edições da Superliga Masculina.
“A base do nosso time joga junto há bastante tempo e, ao meu ver, o que vem dando certo e funciona a nível de resultado é isso: um time precisa de tempo para trabalhar e assimilar a filosofia do técnico e a prova disso está aqui, no Cruzeiro. Sinceramente acho difícil quando as equipes querem montar um time forte em um ano, contratando 11, 12 jogadores de uma só vez e quer que o resultado chegue logo. Os resultados, em tudo na vida, só chegam com o tempo, com uma sequência. Eu vi o que aconteceu com o Eduardo Baptista, que foi demitido do Palmeiras depois de quatro, cinco meses de trabalho. Com essa mentalidade, não se vai ter resultado, em tudo é necessário o tempo para se alcançar o resultado”, comentou William.
O mago, como é conhecido pela torcida do Cruzeiro, jogou durante toda a carreira profissional como levantador, mas, na base, rodou por outras posições e preferiu a de levantador por aquilo que ela representa. “Na base, você roda por todas as posições, mas eu sempre gostei do que o levantador representava. Claro que a altura pesou. Acho que dificilmente eu hoje, nesse nível que está sendo o jogo, como ponteiro estaria jogando. Mas ‘eu sempre gostei de levantar e gostava desse papel de liderança que a posição exerce em quadra, acho que a minha escolha foi a melhor possível”.
Falando um pouco do jogo deste domingo, mesmo estando na 12ª decisão seguida na carreira, contando os últimos clubes que passou, William vê cada jogo final como um só. ” A questão é que é uma final, existe diferença entre elas, não que uma seja mais especial ou mais difícil. As equipes mudam, dificilmente as coisas se repetem e não tem como você usar as coisas do ano anterior. Fico feliz de poder disputar mais uma. Na nossa profissão, todos querem jogar finais. Às vezes, você pode nunca jogar uma e eu estou em mais uma.”
Diferentemente das outras fases dos playoffs da Superliga, a decisão é em jogo único e William falou o que acha dessa diferença para a final. “Pra mim, é complicado falar porque eu tenho seis finais dessa maneira com quatro vitórias e duas derrotas. Mas eu prefiro uma série longa, melhor de três ou melhor de cinco, porque é um campeonato longo. Então, numa série final ganharia o melhor, mas a gente se adapta e continua na busca por mais vitórias.”
Perto de completar 38 anos, o levantador não coloca uma data para o fim da carreira e por isso não definiu o que vai fazer quando parar, “Eu vou jogar até quando deixarem, me contratarem, porque eu amo isso aqui, amo o vôlei, não sei se vou continuar no esporte quando parar, pois a vida é bem desgastante, sem residência fixa, podendo estar cada ano em um lugar, sempre viajando, mas enquanto puder e quiserem que eu jogue, eu vou jogar”.