Desde sua chegada à China, há aproximadamente um mês, Tandara tem buscado se adaptar à cultura oriental. Os tradicionais arroz e feijão brasileiros fazem falta, mas segundo a jogadora, tudo é uma questão de ambientação.
“Nossa adaptação foi muito tranquila. Eu estou acostumada a viajar e a comer o que tem, sempre fui muito corajosa e aberta a experimentar as coisas, mas a minha preocupação maior era a Maria Clara (filha)”, contou Tandara em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
A atleta levou feijão, cuzcuz, farinha, temperos e leite condensado em sua mudança, mas acabou encontrando muitos desses ingredientes por lá. “Eu e o Cleber (marido) procuramos tudo, tem uns mercados muito internacionais, que tem o que temos no Brasil. Falta uma coisinha ou outra, mas a gente supre”, completou.
Melhor jogadora da Superliga feminina de vôlei 2017/2018, Tandara decidiu trocar o Brasil pela China em meados do mês de maio. Acostumada com temporadas mais longas e exigentes, a atleta comentou a opção por uma Liga mais curta.
“Sinto que aqui é um pouco menos corrido, um pouco menos estressante. Não só o meu corpo, mas a minha cabeça também estava precisando descansar um pouco. E eu estou muito feliz com a minha decisão”, comentou Tandara, sem medo de que seu nível técnico seja afetado.
Ainda assim, em uma de suas primeiras partidas com o Guangdong Evergrande pela liga chinesa, Tandara sofreu uma lesão. Ao tentar bloquear uma adversária, a atleta caiu de mau jeito e acabou torcendo o tornozelo esquerdo. Apesar do susto, a brasileira, que mantém o pé imobilizado e utiliza muletas, afirmou que não passa de uma entorse comum e que logo estará de volta às quadras.
Experiência compartilhada
Com sua bagagem no vôlei brasileiro e na seleção, aos 30 anos de idade, Tandara se tornou referência no Guangdong Evergrande. A brasileira é a atleta mais velha do time, seguida pela búlgara Dobriana Rabadzhieva, de 27. Depois das duas, a atleta mais velha tem apenas 21 anos.
“As meninas são muito novas e estão se adaptando, cada dia mais a gente está se entrosando. Acho que o crescimento virá diante dos jogos, dos novos desafios”, afirmou a brasileira. “Eu não tenho medo de que meu nível caia. Eu acredito que, como são meninas novas, muito corajosas e que querem muito evoluir, eu tenho mais chance de puxá-las para o crescimento do que eu cair”, acrescentou.
Apoio da família
Neste primeiro momento, o marido Cleber e a filha Maria Clara acompanharam Tandara na mudança para a China. Antes disso, os pais da atleta também aproveitaram o máximo de tempo com ela no Brasil.
“Tenho o interesse de trazer a minha família para mostrar para eles como eu vivo, o clube e a cidade. Para eles participarem também desse meu primeiro desafio fora do Brasil. Eu estou muito feliz, principalmente porque minha família está comigo e não me vejo longe deles”, contou.
Cleber, porém, ficará dividido entre o Brasil e a China, fazendo viagens constantes por conta de seu trabalho. Sendo assim, Tandara conta a ajuda de Neide para cuidar da pequena filha.
“Acredito que em algum momento a gente tenha que se separar, porque cada um tem o seu trabalho e suas dificuldades. Mas assim como eu me adaptei com ele aqui, com o Cleber me dando todo o suporte, eu vou ter que mudar também e me adaptar quando ele não estiver aqui”, finalizou.