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Vela

Robert Scheidt estreia como técnico no Mundial da Dinamarca

Divulgação/ZDL

Bicampeão olímpico Robert Scheidt será treinador de Jorge Zarif, da Classe Finn, no Mundial de Classes Olímpicas, na Baía de Aarhus, Dinamarca

Robert Scheidt não vai competir pela sexta medalha olímpica em Tóquio/2020. Contudo, colabora diretamente para que a vela do Brasil continue frequentando o pódio da maior competição poliesportiva do planeta. Em sua primeira experiência como treinador, vai orientar Jorge Zarif, da Classe Finn, no Campeonato Mundial de Classes Olímpicas. As regatas começam nesta quinta-feira (2) e seguem até o dia 12 de agosto, na Baía de Aarhus, na Dinamarca.

“Espero ser um facilitador desse processo, uma pessoa com experiência para ajudar o Jorginho. Estou muito animado com essa primeira experiência como técnico em uma competição oficial e ainda por cima desse nível. Espero contribuir”, explica Scheidt, que completa. “No período de treinos em Garda (Itália) tentamos identificar alguns pontos da velejada dele os quais considerei haver algum espaço para ganho, possibilidades para evoluir e melhorar. Trabalhei detalhes na parte técnica.”

Mas quem dá a medida da dimensão de ter o bicampeão olímpico em seu staff, um velejador considerado uma lenda, é Zarif. “O Robert técnico é igual ao Robert velejador, e provavelmente igual ao Robert em qualquer profissão ou área da vida: extremamente dedicado, estudioso e meticuloso“, conta.“No primeiro dia de treino que fizemos, ele já tinha visto todas as medals races dos últimos dois anos da classe Finn e visto algumas coisas que eu fazia de diferente dos outros, observado pontos que eu poderia evoluir.”

Em Aarhus, além das medalhas do Mundial, estarão em jogo as primeiras vagas olímpicas da vela para os países nos Jogos de Tóquio-2020. Focado em ajudar Zarif a chegar ao pódio, Scheidt explica como será seu trabalho. “Durante o campeonato, minha função ficará mais focada em identificar as condições da raia. Agora teremos mais dois olhos na raia tentando identificar as condições de cada percurso, as características de cada um. Com isso, espero conseguir que o Jorge tenha um mundial consistente. Vou sempre tentar fazer análises de risco e retorno para cada estratégia de regata e, assim, construir uma média dia a dia“, explica o bicampeão olímpico.

Na parte tática, Robert Scheidt também traçou uma linha de conduta para seu pupilo. “Em um Campeonato Mundial, com essa importância, é imprescindível que o começo seja consistente, evitando grandes erros, pois estes custam muito. Na medida do possível, vamos tentar deixar o descarte mais para frente”, avalia o maior medalhista do Brasil, com cinco pódios, e que tem patrocínio do Banco do Brasil, Rolex e apoio do COB e CBVela.

A competição – Disputado a cada quatro anos, o Mundial de Classes Olímpicas, que será realizado na Baía de Aarhus, na Dinamarca, é o principal evento do calendário da World Sailing (Federação Internacional de Vela). A primeira edição foi realizada em 2003, em Cádiz, na Espanha. A competição reúne as dez classes do programa dos Jogos de Tóquio 2020: RS:X masculina, RS:X feminina, Laser, Laser Radial, Finn, 470 masculina, 470 feminina, 49er, 49er FX e Nacra 17. Em Aarhus, além das medalhas do Mundial, estarão em jogo as primeiras vagas olímpicas da vela para os países . Haverá disputa também no kiteboard (feminino e masculino).

Além de Jorge Zarif, os velejadores do Brasil no Mundial de Classes Olímpicas 2018 são Martine Grael e Kahena Kunze (49er FX), Carlos Robles e Marco Grael (49er), Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (470 feminina), Geison Mendes e Gustavo Thiesen (470 masculina), Henrique Haddad e Felipe Brito (470 masculina), Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino (Nacra 17), João Bulhões e Bruna Martinelli (Nacra 17), Patrícia Freitas (RS:X feminina), Brenno Francioli (RS:X masculina), Bruno Fontes (Laser), Gabriella Kidd (Laser Radial) e Cláudio Cruz (Kiteboard).

Carreira vitoriosa – Robert Scheidt tem duas medalhas de ouro olímpicas (Atlanta/96 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000) na classe Laser, mais uma prata e um bronze na Star (Pequim/2008 e Londres/2012). Ao todo, são 11 títulos mundiais na Laser e três na Star. Na Rio/2106, terminou na quarta colocação. Scheidt tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)

179 títulos – 87 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Paulista de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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