O ciclo olímpico do iatismo para Tóquio 2020 começa nesta terça-feira (24) com a etapa de Miami da Copa do Mundo de Vela, no City of Miami Regatta Park, nos Estados Unidos. Estreante na categoria 49er, Robert Scheidt entra na disputa com o objetivo de ganhar experiência e começar a sentir se esse é o caminho para os Jogos do Japão. “Ainda tenho lenha para queimar e essa é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico”, afirma.
A etapa de Miami da Copa do Mundo da World Sailing (Federação Internacional de Vela) é a primeira grande competição do ano, mas a temporada 2017 começou há duas semanas para Scheidt e seu novo parceiro, o proeiro Gabriel Borges. A dupla disputou a Miami Mid Winters e terminou em 11º lugar na disputa que envolveu 17 barcos.
“Sofremos com quebras no primeiro dia e perdemos quatro regatas. Não fosse isso, acredito que poderíamos ter obtido uma posição ainda melhor. Mas o importante é que estamos em uma curva ascendente e trabalhamos para velejar em um nível ainda mais alto na Copa do Mundo. Entremos sem grandes expectativas, mas daremos o nosso melhor sempre”, afirmou o bicampeão olímpico, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.
No total, a classe 49er terá 12 regatas em Miami, mais a medal race, programada para ser disputada no sábado (28). Robert volta a City of Miami Regatta Park um ano após conquistar a medalha de ouro na competição da Laser na etapa da Copa do Mundo. Depois do quarto lugar nos Jogos do Rio, Robert decidiu, aos 43 anos, encarar o desafio de velejar em um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no iatismo. “Sempre imaginei que a Rio/2016 fosse a minha última Olimpíada. Eu estava sem definição do que iria fazer quando o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. E pensei: Por que não tentar uma categoria nova?”, contou.
Scheidt entra na disputa da classe 49er na Copa do Mundo confiante após a experiência na Mid Winters. “Foi ótimo ter feito essa competição para ganhar ritmo, ver como são as largadas, a dinâmica da flotilha e a tática da regata, que é muito diferente do que eu estou acostumado. O mais importante é que sentimos ter melhorado a cada dia”, afirmou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios. Após a World Cup, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa.
Além da dupla Robert Scheidt/Gabriel Borges, o Brasil tem mais velejadores da etapa de Miami da Copa do Mundo. São eles: Martine Grael e Kahena Kunze (49erFX); Jorge Zarif (Finn); Bruno Fontes (Laser); Henrique Haddad e Breno Abdulklech (470 masculina); Gabriella Kidd (Laser Radial); e Bruna Martinelli (RS:X feminina).
Maior atleta olímpico brasileiro, confira a trajetória de Scheidt:
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
176 títulos – 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos neste ano.
Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012