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Vela

Robert Scheidt confirma que não vai para Paris 2024

Em entrevista para o programa Ça Va Paris, um dos dois maiores medalhistas brasileiros de todos os tempos afirmou que o ciclo olímpico de Tóquio foi o último da carreira

Robert Scheidt vela Tóquio 2020 Paris 2024
Scheidt, em Tóquio-2020 (Gaspar Nóbrega/COB)

O velejador Robert Scheidt confirmou que não vai competir nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A declaração foi para o repórter Lucas de Senna, veiculada no programa Ça Va Paris, do SporTv, que foi ao ar na sexta-feira (14). Scheidt é um dos dois maiores medalhistas olímpicos do Brasil, tem cinco ao lado do também velejador Torben Grael, em sete participações nos Jogos. Coleciona, ainda, quinze título mundiais na carreira.

O tema da conversa nem era sobre o futuro dele, falava sobre as novas gerações da modalidade no Brasil que participavam da Copa Brasil de Optimist, classe de entrada na vela. Mas a declaração acabou saindo. “Hoje que eu estou caminhando para, quer dizer, já terminei meu último ciclo olímpico. Poder estar aqui com essa nova geração e servir de inspiração traz muita satisfação”. O repórter não deixou passar e mudou o rumo da prosa: “terminou mesmo? Não vai para a Paris?”. “Não, não, provavelmente não”, confirmou Robert Scheidt, atualmente com 48 anos.

Robert Scheidt Torben Grael vela
Torben Grael e Robert Scheidt (divulgação/COB)

Pistas

Em Tóquio, o velejador competiu na classe Laser e terminou na oitava colocação. Aos sair da última regata, já dava as primeiras mostras de que não iria para a capital francesa. Muito questionado sobre o tema, respondeu: “O que eu digo hoje é que eu acho difícil eu continuar no laser pra Paris. Uma classe muito física, estou com 48 anos de idade, já participei de cinco Olimpíadas nessa classe, já foi um grande desafio estar na forma que eu estou aqui hoje. Vamos torcer para ter uma nova geração para me substituir”, falou.

Também já ensaiava um discurso de despedida. “Quando eu comecei minha carreira na vela, nunca imaginei que conseguiria chegar a esse número de sete participações, é uma emoção muito grande. Foi uma história linda que eu consegui cumprir. Devo a muita gente, aproveito pra agradecer minha família, patrocinadores, Comitê Olímpico do Brasil, CBVela, todos os fisioterapeutas que me ajudaram nesse caminho, foram muitos, meu técnico, Francesco Marai. Foi um trabalho de muitas pessoas para me colocar aqui com chances e isso a gente cumpriu.” Em novembro do ano passado, mais uma pista de que não seguiria para a França. Ele retomou as competições pela Classe Star, pela qual tem duas medalhas, mas que não faz mais parte do programa olímpico.

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Brigando do início ao fim

As duas medalhas na Star foram ao lado de Bruno Prada, uma prata em Pequim-2008 e um bronze em Londres-2012. As outras três foram na Laser. Foi campeão logo na primeira, em Atlanta-1996, depois foi prata em Sydney-2000 e voltou a ser campeão em Atenas-2004. Nas duas edições em que não foi ao pódio, chegou pelo menos na briga até a última regata, a chamada regata da medalha. Além do oitavo lugar em Tóquio, foi quarto na Rio-2016. Na edição da capital chinesa, levou a bandeira da deleção brasileira na cerimônia de abertura.

Por fim, vale lembrar que a decisão de Robert Scheidt deixa aberto o caminho para que Isaquias Queiroz iguale, ou até supere, o feito de cinco medalhas olímpicas, até porque Torben Grael também não compete mais. O canoísta tem quatro, um ouro, duas pratas e um bronze, e já disse que tem esse objetivo em Paris 2024.

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