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Martine Grael exalta superação e quer tentar o tri em Paris

Após o bicampeonato olímpico, Martine destaca beleza do “ciclo imperfeito” e não vê motivo para não buscar mais um ouro

Martine Grael exalta superação e quer tentar o tri em Paris com Kahena Kunze
(Jonne Roriz/COB)

Martine Grael e Kahena Kunze fizeram o que poucos conseguiram. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, defenderam a medalha de ouro da Rio-2016 e conquistaram o bicampeonato olímpico na vela. O feito vem após um ciclo conturbado, especialmente pela pandemia, o que, para Martine, deixa tudo ainda mais especial.

“Quando você passa por dificuldades, o gostinho da vitória é ainda maior. Então para a gente a vitória em Tóquio representou todas as lutas, incertezas… E durante a competição a gente teve algumas dificuldades. Então foi a superação da superação. Para mim foi uma campanha imperfeita, mas dentro dessa imperfeição foi muito bonito. Porque nem tudo sai como planejado, pandemia no meio do caminho… Então olhando para trás foi muito bonito, muito lutado”, contou a filha do também campeão Torbel Grael.

Para chegar ao bicampeonato, não foi fácil, mas Martine que a relação com Kahena evoluiu nesse último ciclo, o que foi fundamental na superação dos desafios e na conquista dos resultados. “A gente passa por muitas dificuldades. É igual a um relacionamento de casal. A gente passa muito tempo juntas, convivência intensa, cobranças muito grandes… A gente tem momentos pessoais diferentes e é normal. E saber aceitar que as pessoas são imperfeitas e tudo bem. Acho que nessa campanha a gente aceitou mais isso. A gente teve mais estresses no passado e lidava muito com com eles. Dessa vez lidamos melhor, soubemos conversar, passar a régua e não deixar nada para trás”.

Em busca do tri

O ciclo de Tóquio mal terminou e o de Paris já está batendo na porta. As bicampeãs olímpicas, entretanto, querem começar, para evoluir aos poucos nos próximos três anos. “Nossa ideia é começar com um pouco menos de intensidade e ir evoluindo conforme a gente vai sentindo. Apesar de ser um ciclo curto, só três anos, é uma estrada longa. Não de tempo, mas muitas coisas a serem superadas. Então a gente está focando muito na troca de equipamente, que vai ser interessante para a gente”.

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E depois de ter conquistado duas medalhas olímpicas, além de outros tantos resultados expressivos nas maiores competições do mundo, Martine Grael continua motivada e quer tentar subir ao pódio olímpico mais uma vez com Kahena Kunze.

“O que me motiva todo dia é que, por mais que a gente tenha velejado todos esses anos, a gente está longe de ser perfeita. A gente tem muitos erros e faz parte do nosso esporte, mas acho que sempre tem como fazer melhor. E eu tenho muita energia, gosto muito de fazer o que a gente faz, então por isso não vejo motivo para não encarar um novo desafio. Paris vai ser uma campanha muito legal e vamos tentar mais uma vez”, concluiu.

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