Um dos maiores medalhistas olímpicos do esporte brasileiro, Torben Grael foi eleito neste domingo, dia 13, para o cargo de vice-presidente da Federação Internacional de Vela (World Sailing), na Assembleia Geral da entidade, realizada em Barcelona, na Espanha. Num marco emblemático para a vela brasileira, Torben ocupará o posto pelos próximos quatro anos.
“É uma honra para mim ser escolhido para uma função tão importante no meu esporte. Espero poder contribuir da melhor forma para o desenvolvimento da vela. Temos um desafio pela frente, de fortalecer a modalidade e engajar cada vez mais praticantes e fãs. Não apenas no que se refere às classes olímpicas, mas à vela como um todo”, afirmou.
Aos 56 anos, Torben Grael acumula no currículo títulos impressionantes. Já conquistou cinco medalhas olímpicas, sendo duas de ouro (Atlanta-1996 e Atenas-2004, na classe Star), uma de prata (Los Angeles-1984, na Soling) e duas de bronze (Seul-1988 e Sydney-2000, na Star). Em 2015, tornou-se o primeiro brasileiro indicado para o Hall da Fama da World Sailing.
Em Mundiais, Torben é dono de seis títulos. Além disso, na Volvo Ocean Race, a famosa regata de volta ao mundo, levou o Brasil ao terceiro lugar na edição 2005-2006 com o barco Brasil 1. Na competição seguinte, em 2008-2009, foi o comandante do veleiro campeão, o sueco Ericsson 4. Para completar, é Coordenador Técnico da Equipe Brasileira de Vela.
Na mesma assembleia que elegeu Torben Grael, a Federação Internacional de Vela (World Sailing) anunciou que propõe a manutenção das dez classes da modalidade que foram disputadas nos Jogos Olímpicos Rio 2016 para o programa dos Jogos de Tóquio 2020. O conselho da entidade ainda vai analisar a possibilidade de requerer a inclusão de um 11° evento. O anúncio foi feito no último dia da Assembleia Geral da entidade, realizada em Barcelona, na Espanha.
As dez classes propostas para Tóquio 2020 são: RS:X masculino, RS:X feminino, 470 masculino, 470 feminino, Laser, Laser Radial, Finn, Nacra 17, 49er e 49er FX. A proposta da World Sailing será formalmente encaminhada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), para ratificação. Cabe ao COI oficializar o programa de provas, mas sempre baseado nas orientações das Federações Internacionais.
“A manutenção das dez classes é uma decisão de bom senso e natural. Essa definição é importante para que Federações e atletas possam já se organizar e se preparar para o próximo ciclo olímpico”, afirmou Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela e representante do Brasil na Assembleia Geral.
As Federações Internacionais têm até o fim de fevereiro de 2017 para enviar para o COI as suas propostas de eventos para o programa olímpico. Um dos objetivos estratégicos do Comitê Olímpico Internacional para Tóquio 2020 é atingir a igualdade de gêneros entre os atletas, com 50% de homens e 50% de mulheres. Nos Jogos Rio 2016, 43% dos atletas da vela eram mulheres. A World Sailing anunciou que endossa a meta do COI de chegar à marca de 50/50.
“Agora, vamos seguir em frente na elaboração do nosso planejamento estratégico visando aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A começar pela Copa Brasil de Vela, prevista para março, em Porto Alegre, que será o primeiro grande evento nacional de classes olímpicas do próximo ciclo”, afirmou o presidente da CBVela, Marco Aurélio de Sá Ribeiro.