Campeãs olímpicas no Rio de Janeiro, Martine Grael e Kahena Kunze asseguraram mais uma conquista importante à galeria delas ao ficar com a medalha de prata no Mundial de 49er FX, disputado na cidade do Porto, em Portugal. Por conta do atraso de dois dias no começo do campeonato por falta de ventos, foi necessário disputar cinco regatas no último dia de competição para definir as vencedoras. As brasileiras, que terminaram na terceira colocação na classificação geral na sexta-feira, conseguiram subir uma posição neste sábado e chegaram a ameaçar as dinamarquesas Jena Mai Hansen e Katja Salskov-Iversen, que ficaram com o ouro.
No último dia do Mundial de 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze obtieram um segundo lugar, dois terceiros e dois quintos nas regatas disputadas neste sábado. Já as dinamarquesas tiveram um décimo lugar, mas venceram duas e ficaram em segundo em outras duas corridas. Com isso, elas ficaram com apenas 30 pontos perdidos contra 39 das brasileiras. As neozelandesas Alexandra Maloney e Molly Meech terminaram na terceira colocação com 49 pontos perdidos.
A prata no Mundial coroa um ano brilhante para Martine Grael e Kahena Kunze. A dupla brasileira conquistou de forma inapelável a Copa do Mundo da World Sailing (Federação Internacional de Vela), com três ouros nas três etapas disputadas: Miami, nos Estados Unidos; Hyères, na França; e Santander, na Espanha. E agora encerram a campanha repetindo o vice-campeonato mundial que teve em 2015. As duas já foram campeãs mundiais de 49er FX em 2014.
No Mundial de 49er, que foi realizado simultaneamente, os melhores brasileiros foram Carlos Robles e Marco Grael, que ficaram em 20º. Dante Bianchi e Daniel Low-Beer encerraram em 36º lugar e a dupla Robert Scheidt/Gabriel Borges terminou em 40º.
Em seu primeiro Campeonato Mundial na nova classe, o bicampeão olímpico enfrentou de tudo um pouco. Primeiro vento fraco. Depois fortes rajadas e ondas grandes. E, por fim, dificuldades com equipamento. Nas quatro últimas regatas da competição na cidade do Porto, em Portugal, nesta sábado (2), a dupla brasileira sofreu com quebras no barco em duas delas. Como saldo, fica o sentimento de dever cumprido e a motivação para seguir em busca de evolução.
As dificuldades começaram logo na primeira regata. Um problema no leme impediu uma boa largada e, sem chances de recuperação, chegaram em 25º lugar. Na sequência, Scheidt e Borges apresentaram grande performance para cruzar a linha de chegada na 5ª posição. Se mantiveram no top 15 da terceira prova, com um 13º, mas o dia não teria final feliz. “Vínhamos bem na última corrida, entre os 10 primeiros. Estávamos realmente fazendo uma boa regata, mas aí quebrou um cabo que segura a vela balão e fomos obrigados a abandonar”, disse o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios.
Scheidt lamentou a quebra. Se tivesse conseguido terminar a regata, as chances de ter melhorado na classificação final do Mundial eram grandes. Porém, com o abandono, caiu da 36 para a 40 posição, com 102 pontos perdidos. Ao todo, 82 barcos competiram em Portugal. “É um pouco frustrante terminar assim, com uma quebra no barco. Acabamos perdendo muitos pontos, o que foi uma pena, porque dava para ter melhorado bastante e, no fim, caímos quatro posições. Mas, no geral, foi uma boa competição. Tiramos muitas conclusões. Melhoramos alguns aspectos e sabemos o que trabalhar daqui para frente a fim de melhorar nosso nível”, disse o velejador