O que deveria ser um dia de alegria trouxe na verdade aborrecimento e até uma dose de medo para a canadense Kim Boutin. Ela não imaginava que seria vítima de um péssimo exemplo de ignorância e falta de espírito esportivo na Olimpíada de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul.
Boutin havia faturado na terça-feira (13) a medalha de bronze na prova dos 500 m da patinação de velocidade. O problema é que ela só subiu ao pódio por conta da desclassificação da sul-coreana Choi Minjeong. Ela foi punida por causa de uma interferência na própria atleta canadense. Assim, Boutin acabou completando o pódio, que teve a italiana Arianna Fontana com a medalha de ouro e a holandesa Yara Van Kerkokhof ficando com a prata.
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O fato é que os sul-coreanos não engoliram bem a decisão. E resolveram eleger Kim Boutin como a culpada por suas frustrações. Nesta quarta-feira (14), ela teve suas redes sociais invadidas com ameaças de todo o tipo. No twitter, por exemplo, ela teve que deixar a conta no modo “proteção”, onde a pessoa precisa pedir autorização para poder interagir. A delegação do Canadá declarou que levou o caso para os responsáveis pela segurança dos Jogos e também para a polícia canadense.
A repercussão dos ataques virtuais foi tamanha que provocou até mesmo um posicionamento do COI (Comitê Olímpico Internacional). “As Olimpíadas são sobre reunir diferentes países competindo em um espírito de amizade. Pedimos a todos que respeitem os atletas e apoiem o espírito olímpico”, afirmou o porta-voz da entidade, Mark Adams.
O povo da Coreia do Sul, que vem fazendo um bonito papel na organização dos Jogos de Inverno, não pode deixar que alguns poucos desprovidos de caráter e espírito esportivo estraguem a bela festa olímpica em PyeongChang.
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