Os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) seguem quebrando a cabeça com um problema que parece sem fim: reduzir os custos da Olimpíada de inverno. Desde que a cidade russa de Sochi quebrou todos os recordes ao organizar os Jogos de 2014 por US$ 22 bilhões, os cartolas do COI quase enfartam toda a vez que as planilhas dos Jogos de inverno são atualizadas. Só que desta vez a preocupação é com uma edição na qual nem se conhece a sede ainda, a de 2026.
Foram os valores exorbitantes que fizeram com que várias cidades desistissem pelo caminho na corrida eleitoral de 2022. Por fim, o vexame supremo de restarem somente duas candidatas, quando Pequim (CHN) acabou superando Almaty (AZE).
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Foi para evitar novo fiasco que ao perceber que só restariam as candidaturas de Paris e Los Angeles para a Olimpíada de Verão de 2024, o COI adotou uma solução política e escolheu de uma vez as sedes de dois Jogos seguidos, deixando os franceses com 2024 e dando aos americanos a edição de 2028.
Agora, o COI fala abertamente em redução de custos para organizar a edição de 2026. Além disso, existe a ideia de tornar a campanha de candidatura mais curta, de dois anos para apenas um. “Creio que podemos reduzir este custo na faixa de 30%”, afirmou Christophe Dubi, diretor de Jogos Olímpicos do COI, durante uma teleconferência nesta quinta-feira (19).
A declaração do dirigente não foi de graça. No último final de semana, um plebiscito realizado em Innsbruck, na Áustria, rejeitou uma possível candidatura para 2026, tendo como principais argumentos o impacto ambiental e o peso que o custo da organização deixaria para a cidade.
Em contrapartida, o governo da Suíça prometeu um apoio de um bilhão de dólares para o esforço de conquistar os Jogos de 2026 para a cidade de Sion. “Em relação aos Jogos Olímpicos especificamente falando, eles ainda têm um incrível sucesso. A principal questão diz respeito aos custos envolvidos. No caso de Innsbruck, eles representariam cerca de US$ 1,2 bilhão de custos operacionais e muito pouco investimento”, argumentou Dubi.
Mais do que palavras, o COI precisa mostrar com ações efetivas que organizar uma Olimpíada, seja de verão ou inverno, deixam lucro para poucos e prejuízos enormes para quem as organiza.
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