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Sonho de Budapeste para os Jogos de 2024 pode terminar nesta quarta-feira

Aprovação de plebiscito poderá sacramentar a desistência de Budapeste e deixar a disputa da Olimpíada de 2024 para Los Angeles e Paris

Existe uma boa chance de que o sonho de Budapeste em organizar a Olimpíada de 2024 termine nesta quarta-feira. Um encontro entre o prefeito da capital da Hungria, István Tarlós, e o Primeiro Ministro, Viktor Orbán, está marcado daqui a dois dias. E uma decisão política poderá determinar a retirada da candidatura. Budapeste concorre com Los Angeles e Paris para receber os Jogos Olímpicos de 2024. A eleição sairá na Assembleia do COI (Comitê Olímpico Internacional), marcada para 13 de setembro em Lima (Peru).

A rejeição popular à possibilidade de receber a Olimpíada em Budapeste é cada vez mais forte. Um movimento chamado “NOlimpia”, criado pelo grupo político local chamado Momentum Mozgalom, alega ter reunido mais de 260 mil assinaturas, pedindo a convocação de um plebiscito. Precisaria de 10% dos números de eleitores em condições de votar (138 mil) para convocação da eleição.

Não é segredo que as candidaturas olímpicas vêm sofrendo rejeição em boa parte do mundo. A Olimpíada de Inverno de 2022 viu ruir, de forma seguida, seis candidaturas ou pretendentes, a ponto de chegar para a eleição com apenas dois concorrentes: Almaty, no Cazaquistão, e Pequim, que acabou sendo eleita.

Depois de tentar emplacar uma série de medidas para tornar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis, chamada Agenda 20+20, o presidente do COI, Thomas Bach, viu o cenário se repetir para 2024. Primeiro, foi Boston que rejeitou a possibilidade de sair candidata, sendo substituída por Los Angeles nos EUA; depois, foi a vez de Hamburgo, que havia ensaiado entrar na disputa, desistir; e por fim veio a desistência de Roma, que já estava na corrida eleitoral, ter que abrir mão após a prefeitura da cidade retirar seu apoio.

O ônus político de enfrentar uma forte rejeição local pode ser o argumento final que os dirigentes húngaros precisam para justificar a desistência. Mesmo se resolvessem seguir com a candidatura e encarar um plebiscito, o calendário jogaria contra. Segundo o site “gamebids”, especialista em candidaturas de competições multiesportivas, o referendo poderia acontecer até outubro, de acordo com os trâmites eleitorais. Fora, portanto, do período em que ocorreria a eleição do COI.

Por tudo isso, caso seja mesmo confirmada a desistência de Budapeste, tudo caminha para que seja feito um grande acordo em setembro, com os dirigentes do COI distribuindo as duas próximas edições dos Jogos (2024 e 2028) para Paris e Los Angeles. Thomas Bach precisará muito mais do que sua habilidade política para fazer com que as cidades voltem a querer organizar as Olimpíadas.

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