Reunidos neste sábado em Lausanne (SUI) para participar do 6º Olympic Summit, integrantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) deram sinal verde para a entrada dos e-sports no movimento olímpico. Sim, é isso mesmo que você está lendo: não vai demorar muito para acompanharmos uma disputa de vídeo-game em Jogos Olímpicos.
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“Os e-sports podem ser considerados uma atividade esportiva, e os jogadores envolvidos se preparam e treinam com uma intensidade que pode ser comparável a atletas de esportes tradicionais”, disse o COI, em comunicado após a reunião deste sábado. Mais claro do que isso, impossível. O desejo de tentar modernizar as Olimpíadas por parte dos cartolas do COI é mais do que conhecido. A própria entrada de modalidades “radicais” no programa olímpico de Tóquio-2020 é uma prova disso. Ao aprovar a chegada do surfe, skate e escalada esportiva, o COI aposta na conquista de um novo público, para tornar o produto Jogos Olímpicos ainda mais atraente e lucrativo.
E não é segredo para ninguém que muito além de um interesse em se adequar ao que interessa às novas gerações, o COI está mesmo de olho é no dinheiro. Grana é uma coisa que o mercado dos e-sports tem de sobra. De acordo com uma pesquisa publicada pelo site especializado “Newzoo”, os e-sports deverão arrecadar ao final de 2017 nada menos do que US$ 700 milhões. Para 2020, a previsão de lucro no setor é ainda maior, podendo chegar a US$ 1,4 bilhão, ou R$ 4,2 bilhões.
Mesmo sem ter divulgado seu programa esportivo, os organizadores da Olimpíada de Paris-2024 já sinalizaram com declarações que seriam simpáticos à ideia de acrescentar os e-sports nos Jogos.
Exigências
Óbvio que para manter as aparências, o COI impôs, no documento anunciado neste sábado, algumas condições aos e-sports, como não infringir os valores olímpicos para ser reconhecido pela entidade e criar uma organização que possa garantir a obediência às regras e regulamentos do Movimento Olímpico, como combate ao doping e manipulação de resultados por meio de apostas ilegais, por exemplo.
A onde renovadora olímpica está mesmo a todo vapor. Para Tóquio-2020, além das novas modalidades, o público poderá ver as disputas de basquete 3 x 3 e do ciclismo BMX Freestyle, provas que foram incluídas no programa olímpico em junho. No começo de outubro, a GAISF (Associação Global das Federações Esportivas Internacionais) concedeu o status de “observador” para o poker, pole dance e futebol de mesa, conhecido no Brasil como pebolim ou totó, primeira etapa para um esporte tornar-se olímpico. Agora, vem a declaração oficial do COI abrindo as portas aos e-sports.
Para quem duvidava que uma nova Olimpíada estava a caminho, é bom rever os seus conceitos.
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