O ano de 2024 foi marcado por boas notícias para o triatlo brasileiro. Nas principais competições do ano, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Brasil alcançou resultados inéditos com Miguel Hidalgo e Ronan Cordeiro. Fora das disputas, Luisa Baptista se recuperou do acidente e vem dando sinais de que pode retornar às competições.
Luisa Baptista: da alta à corrida
Luisa Baptista foi quem deu as primeiras boas notícias do ano. Após sofrer um grave acidente no fim de 2023, a triatleta passou cerca de 100 dias internada na UTI até receber alta no início de abril. Já falando e caminhado, Luisa Baptista seguiu evoluindo na sua reabilitação ao longo do ano.
Na etapa de Brasília da Copa do Mundo de triatlo, quase um ano depois, ela fez uma corrida. Foi um trote leve, com cerca de cinco minutos, acompanhada de companheiros de seleção. Segundo a Federação Internacional de Triatlro, foi a primeira vez que a brasileira tem permissão para correr desde o acidente.
Participação inédita da equipe mista em Paris-2024
Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 marcaram a segunda edição do revezamento misto no programa do triatlo. O Brasil confirmou presença na prova pela primeira vez ainda em maio. Com o fechamento do ranking mundial, Miguel Hidalgo, Djenyfer Arnold e Vittoria Lopes garantiram vaga e se juntaram a Manoel Messias, que havia se via Campeonato Mundial no ano passado.
Formando o mesmo quarteto campeão do Pan de Santiago-2023, a primeira participação da equipe mista brasileira no revezamento misto terminou com 8ª posição. Na ordem, Hidalgo abriu a participação, seguido por Djenyfer Arnold e Manoel Messias. Vittoria Lopes foi responsável por fechar a prova.
Polêmica com Rio Sena
O Rio Sena foi alvo de grandes discussões antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos de Paris. A capital francesa se comprometeu a concluir o processo de despoluição até o evento. Inclusive, a Ministra do Esporte da França, Amélie Oudéa-Castéra, cumpriu a promessa e nadou nas águas Faltando menos de duas semanas para a Olimpíada.
Entretanto, as coisas não aconteceram como o planejado. Após testes de qualidade, as águas do Rio Sena foram reprovadas, adiaram o treinamentos e até as disputas da provas nas Olimpíadas e Paralimpíadas. Tal problema afetou a preparação dos atletas e atrapalhou resultados.
Resultado histórico de Miguel Hidalgo
Caçula da equipe, Miguel Hidalgo foi o responsável pelo melhor resultado do país na disputa individual. Com o 10º lugar, Hidalgo não só teve a melhor colocação brasileira da edição, mas também da história do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos.
Com apenas 24 anos, ele superou em uma posição o desempenho de Sandra Soldan em Sydney-2000, ano de seu nascimento. Mesmo com o resultado histórico, ele se mostrou insatisfeito com a posição porque sonha com a medalha de ouro. Manoel Messias foi o 45º colocado, Djenyfer Arnold ficou em 20º lugar e Vittoria Lopes na 25ª colocação.
A insatisfação de Miguel Hidalgo tem cabimento. O jovem brasileiro mostrou bastante potencial ao longo de 2024. Em etapas da Série Mundial de triatlo, principal competição do circuito, ele garantiu top-10 em quase todas. A única exceção aconteceu na última, porque competiu doente e terminou em 20º lugar. Em setembro, conquistou a medalha bronze inédita na Etapa de Weihai, na China.
Ronan Cordeiro faz história na Paralimpíada
Assim como temporadas passadas, o Brasil somou várias medalhas no circuito mundial do paratriatlo. Entretanto, o ano de 2024 foi marcante para a modalidade com a conquista histórica de Ronan Cordeiro em Paris-2024. Competindo na classe PTS5, o brasileiro conquistou a prata e se tornou o primeiro latino a conquistar uma medalha tanto na competição paralímpica, quanto na olímpica.
“Em 2018, eu abandonei o esporte. Eu era da natação. Eu fiz um churrasco de despedida e um amigo meu falou: ‘Você é um desperdício. Não posso deixar você desistir’. Ele me indicou para um treinador sem me falar. Foi quando eu subi em uma bicicleta e nunca mais consegui parar”, detalhou Ronan em exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Medalhas no Mundial de Paratriatlo
Além da medalha histórica na Paralimpíada, o Brasil também subiu ao pódio no Campeonato Mundial de Triatlo. Na competição realizada em novembro, na cidade espanhola de Torremolinos, Jéssica Messali ganhou a medalha de prata na classe PTWC (atletas que utilizam cadeira de rodas) e Letícia Freitas foi bronze na classe VI (atletas com deficiência visual).
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