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Paris 2024

Jéssica Messali sobre desistência: “É angustiante”

A triatleta Jéssica Messali contou com detalhes como tudo aconteceu no dia em que a mesma teve que desistir da prova do triatlo devido a uma falha no seu equipamento.

Jéssica Messali
Jéssica Messali se emocionou em evento de patrocinador (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Na última sexta-feira (20), a Petrobras promoveu um encontro com atletas paralímpicos que disputaram os Jogos de Paris 2024. Uma das convidadas foi Jéssica Messali, que contou com detalhes emocionantes sobre quando perdeu a sua possível medalha no triatlo paralímpico. Ao falar sobre o relato, a brasileira se emocionou diversas vezes.

No evento da Petrobras, todos os atletas convidados falaram, pelo menos um pouco, de cima do palco com o público presente. Na vez de Jéssica Messali, a brasileira foi justamente perguntada sobre o sentimento no momento em que desistiu da prova. A triatleta se emocionou durante a resposta, fazendo com que todos os presentes entendessem, pelo menos um pouco, o que Jéssica vivenciou.

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O emocionante relato de Jéssica

“Dois dias antes, com todo o questionamento do Rio Sena, se nós íamos ou não nadar, eles adiaram a prova e quando eu fui ter acesso ao meu equipamento de corrida, eu uso dois equipamentos, uma handbike deitado e um segundo equipamento, que é uma cadeira de corrida especial. Quando eu fui acessar esses equipamentos, um equipamento estava quebrado. Então, em algum momento, o World Triathlon movimentou os nossos equipamentos e teve um dano no meu equipamento.”

“A minha equipe passou um dia anterior à prova o dia inteiro, tentando arrumar o equipamento. Passou a madrugada e o meu treinador e marido, às três da manhã, entrou no quarto e eu perguntei para ele se o meu equipamento estava consertado, se eu ia conseguir largar ou não nas Paralimpíadas e ele me disse que sim, que eu estava dentro das Paralimpíadas. Só que ele não me permitiu que eu aquecesse na cadeira de corrida. Então, eu aqueci na bike.”

“Angustiante”

“Enfim, eu iniciei no Rio Sena, em toda aquela diversidade de correnteza, com todos os questionamentos, fiz uma ótima natação, consegui sair da natação em 6° e caí pra minha modalidade mais forte, que é o ciclismo e no ciclismo eu estava na 2ª colocação, entramos pra última parte, que é a parte da corrida brigando eu, a Austrália e os Estados Unidos. O meu marido me colocou na cadeira de corrida e falou para eu não bater forte na roda direita, mas quando eu entro na cadeira de corrida e desço o tapete azul para entrar no circuito oficial a cadeira trava e eu fico ali um minuto, um minuto e trinta. (A partir daqui, Jéssica já contava o relato aos prantos) Desculpa que acho que eu engasgo aqui, faz pouco tempo, eu ainda estou digerindo. Eu olho no painel, eu ainda estou na 3ª colocação, o juiz chega até mim com cartão e quando deu dois minutos e eu já vi que já não dava mais, não tinha como arrumar a cadeira e eu olhei e falei ‘finish’ e tive que sair da prova.”

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“É angustiante, não dá para descrever um sentimento único, porque são anos de preparação e também um sentimento de impotência, porque não foi por performance ou por capacidade, foi por um equipamento. Então, eu me senti travada, mas ao mesmo tempo também me senti muito acolhida. Quero agradecer muito o carinho do time Petrobras, da Adriana, que logo depois do evento entrou em contato. Agradecer também a Seleção Brasileira, os atletas maravilhosos que estão aqui hoje, o Brasil. Agora eu tô me reconstruindo e espero conseguir entregar a mesma performance em Los Angeles.”

Carioca da gema e tenho 19 anos. Sou apaixonado por esportes (sem nenhuma surpresa, já que a escolha do meu nome foi em homenagem a um jogador) e estou graduando jornalismo na UNISUAM.

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