Paris – Melhor brasileira colocada no ranking mundial de paratriatlo, Jessica Messali não completou a prova nos Jogos Paralímpicos de Paris. A triatleta de 36 anos foi a primeira do Brasil a competir nesta segunda-feira (2), na modalidade que passa por alguns dos principais pontos turísticos da capital francesa.
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Terceira colocada no ranking do PTWC, para cadeirantes, Jéssica teve problemas mecânicos no último trecho. “Quebrou uma peça dentro do eixo da cadeira, então, não foi a roda. Mesmo que eu tivesse uma roda reserva, não ia entrar ali, quebrou o eixo. Em sete anos de triatlo isso nunca aconteceu e poderia ter acontecido em qualquer prova, mas aconteceu na prova mais importante da minha vida”, lamentou a triatleta.
“Na hora que eu subi na cadeira e dei as primeiras tocadas ela travou, foi desolador. Eu tentei ainda. Desci até que a roda deslocou e não tinha mais o que fazer. E ainda eu fiquei um minuto parada quando eu anunciei que a cadeira não ia e que meus adversários me passaram”, detalhou, bastante emocionada.
O percurso teve 750m de natação no Rio Sena, além de 20 km de ciclismo e 5 km de corrida no trajeto que passa pela avenida Champs-Élysées e termina na Ponte Alexandre III.
A brasileira cumpriu com a natação em 16m54, e saiu das águas do Sena na quinta colocação. Ela passou para o segundo lugar ao completar os primeiros 5 quilômetros do ciclismo. Nesta prova, os atletas utilizam veículos tracionados com as mãos, e ficam deitados. A australiana Lauren Parker, prata em Tóquio-2020, liderou o evento de ponta a ponta.
Jéssica foi ultrapassada na metade do trecho do ciclismo pela norte-americana Kendall Gretsch. A medalha de ouro em Tóquio-2020 abriu 56 segundos de diferença na passada pela quarta e última volta.
A brasileira fez a transição para o último trecho a 3m33 da líder australiana. A corrida é feita em um veículo com grandes rodas, na qual os atletas aceleram em posição inclinada para frente.
Depois de passar a maior parte do tempo no top-3, Jéssica não terminou a prova. “Estou tentando entender, estou oscilando as emoções ainda porque eu preciso de uma resposta. O que eu tinha controle eu fiz”, desabafou.
Parker fechou a prova em 1m06s23 e conquistou o ouro, enquanto Gretsch chegou com 1m13 de diferença, para ficar com a prata. O bronze foi para a canadense Leanne Taylor, com o tempo de 1m12s18.
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Esta é a segunda vez que a paulista de Jaboticabal participa de uma Paralimpíada. Em Tóquio-2020, ela ficou na quarta colocação após um ciclo de reviravoltas. Jéssica era presença certa no pódio das principais competições, mas sofreu um acidente em uma sauna a poucos dias dos Jogos. A triatleta teve queimaduras e precisou amputar sete dedos, além de fazer 11 cirurgias para a retirada de pele morta. Mesmo assim, ficou a uma posição do pódio.
O Brasil terá mais dois representantes no triatlo nesta segunda-feira. Letícia Freitas compete às 7h05 na prova PTVI, para deficientes visuais. Já Ronan Cordeiro entra em ação às 7h20, horário de Brasília, no PTS5, para triatletas com deficiência físico-motora e paralisia cerebral.
Todas as 11 provas do paratriatlo foram realocadas para esta segunda-feira porque o Rio Sena estava com qualidade imprópria para banho. Os eventos estavam marcados, em um primeiro momento, para o domingo (1º).
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