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Paris 2024

Melhor resultado da história do Brasil ainda é pouco para Hidalgo

Brasileiro do triatlo colocou o país pela primeira vez no top 10 dos Jogos Olímpicos, mas não se dará por satisfeito quando colocar o ouro no peito

Miguel Hidalgo triatlo paris 2024 rio sena Jogos Olímpicos
(Miriam Jeske/COB)

Paris – Miguel Hidalgo fez história em Paris. Colocou o Brasil no top 10 do triatlo dos Jogos Olímpicos, posto onde o país jamais esteve. O paulista de Salto ficou exatamente na décima colocação da prova masculina nesta quarta-feira (31), superando o 11º de Sandra Soldan e o 14º de Leandro Macedo, ambos em Sydney-2000, ano em que a modalidade debutou em Olimpíadas. É muito pouco pra ele, “uma porcaria” chegou a dizer, até porque só o que vai satisfazer é uma medalha. E de ouro.

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“Eu não tinha nem nascido ainda, nos primeiros Jogos Olímpicos (com o triatlo), e estou orgulhoso, mas o Brasil é um país que merece muito mais. Não sei até onde consigo chegar, mas pode ter certeza que é sempre mirando a medalha de ouro. Onde posso chegar, só o tempo vai dizer, mas quero ganhar em Los Angeles e vou fazer de tudo para isso”, afirmou Miguel Hidalgo, sem meias-palavras, na Ponte Alexandre III, em Paris, local da largada, transições e da chegada do triatlo olímpico esse ano. “Ninguém lembra do quarto em diante. Estou orgulhoso da minha performance, mas insatisfeito.”

Sem desculpas

A novela sobre o Rio Sena ter condições ou não de receber a natação do triatlo passou quase que despercebida por ele. “Nado melhor no rio. Sobre a qualidade da água, ano passado (durante o evento teste) tinha um cheiro meio estranho, esse ano não tinha. Acho que realmente estava mais limpa”, disse. O adiamento de terça (30) para quarta, causado justamente por medições que consideraram a água do Sena imprópria, também foi desculpa. “Não afetou muito, acho que ontem e hoje faria a mesma performance. Estava preparado nos dois dias.”

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A única reclamação de Miguel Hidalgo sobre a natação foi a atitude dos adversários na prova. “Passei a boia em primeiro, tava em terceiro e, quando chegou embaixo da ponte, comecei a apanhar muito. Foram desonestos comigo”, disse. Ele acrescentou achar que os rivais mereciam ser punidos, mas tudo ocorreu num lugar escondido, longe das câmeras e drones de filmagens. “Tive inteligência emocional e consegui manter a cabeça boa. Em vez de bater, tentei fazer a minha prova”, completou.

Maturidade

Ainda a respeito da prova, admitiu ter faltado um pouco de maturidade para manter uma melhor regularidade. “Na bike gastei um pouco mais de energia do que precisava. Na corrida, tentei o melhor possível, fazer progressiva. Na terceira volta, passei em quinto, mas acabou a minha energia. Eles (os líderes) mantiveram o ritmo e não consegui acompanhar”, disse.

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“Sou um atleta que ainda tem muito que amadurecer e muito que evoluir. Triatlo é uma prova de endurance que você demora um pouco mais pra amadurecer. Briguei pela medalha até onde pude, cheguei a ficar três segundos (dela) na volta três. Simplesmente gastei tudo que eu tinha, arriscando pela medalha. Acabei perdendo e lutando só pelo décimo lugar no final. Daqui a quatro anos quero fazer muito melhor que isso.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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