Tóquio – O brasileiro Isaquias Queiroz deu início na noite deste domingo (1º) à ousada jornada para se tornar o maior medalhista do país na história dos Jogos Olímpicos. O começo em Tóquio foi pela C2 1000, ao lado de Jacky Godmann, e eles classificaram o barco para as semifinais passando antes pelas quartas. O outro brasileiro que competiu foi Vagner Souta, no K1 1000, e ele foi eliminado. Isaquias e Jacky voltam à raia da Sea Forest Waterway, nas proximidades da Baía da Tóquio, na noite desta segunda-feira (2), quando ocorrem as semis e as finais da categoria.
Na primeira bateria classificatória, Isaquias Queiroz e Jacky Godmann passaram em terceiro lugar marcando 3min45s378. Era uma prova forte, com as presenças da China, com Liu Hao e Zheng Pengfei, e de Cuba, com Serguey Madrigal e Jorge Fernando Dayan. Os asiáticos venceram com 3min37s783 seguidos pelos caribenhos com 3min39s028. Somente os dois primeiros foram direto para as semifinais, restando aos brasileiros colocar o barco na água mais uma vez em nova tentativa de avançar. Nas quartas era necessário passar entre os três primeiros de cinco e eles conseguiram com folgas, chegando em primeiro com 3min48s611.
Não foi de todo ruim
“A gente não veio muito bem (na classificatória), tentamos fazer uma prova que não foi suficiente e ali nos 750 m eu pedi pro Jacky abrir mão pra poder se concentrar para a eliminatória (quartas)”, explicou Isaquias. A necessidade de fazer uma prova a mais não foi de todo ruim. “Acaba pegando um ritmo melhor de competição. Tem um descanso longo até amanhã”, acrescentou o brasileiro, revelando que soltar na classificatória era uma opção, uma espécie de plano B, caso fosse necessário forçar demais para evitar as quartas de final. A ideia inicial, garantem, era não deixar ninguém ficar à frente. “O treinador mandou”, disse Jacky. “Pra impor respeito”, completou Isaquias. Agora vão definir o que fazer para chegar na disputa da medalha. A estretégia pede um ajuste fino, pois se forçar muito corre o risco de não aguentar a final, marcada para duas horas após a semi, e se segurar corre o risco de ficar de fora.
O maior
Isaquias Queiroz chegou a Tóquio com objetivos ambiciosos. Depois de ser tornar o primeiro brasileiro a ganhar três medalhas numa mesma Olimpíada, na Rio-2016, o canoísta projeta se tornar em Paris-2024 o maior vencedor da história do esporte olímpico país. Para isso, precisa sair do Japão com pelo menos uma medalha nas duas provas que vai disputar – a outra é a C1 1000, onde é um dos favoritos – e ganhar outras duas em Paris-2024. Se conseguir, chega a seis e supera os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, ambos com cinco.
“A gente não vai para cá a passeio. Vamos dar o nosso máximo. A gente não quer chegar na final, só. Foi um trabalho doído, de quase cinco anos, e a gente quer brigar por medalha. Falar que se sair sem medalha está satisfeito, não está satisfeito”, acrescentou Isaquias Queiroz, campeão mundial na C1 1000 e dono de duas pratas e um bronze conquistados todos na Rio-2016. Uma das pratas é exatamente nessa prova da C2 1000, mas ao lado de Erlon Souza, parceiro de anos que se lesionou e não teve tempo de se recuperar a tempo de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio.
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Vagner Souta
Na K1 1000, Vagner Souta começou ficando na quinta e última colocação da bateria classificatória marcando o tempo de 3min57s178. A seguir, tentou novamente uma vaga na semifinal, agora por meio das quartas, mas precisava ficar entre os dois melhores e terminou em terceiro, mais de oito segundos atras do segundo colocado. Cravou 3min52s402 e se despediu da Olimpíada.