Individual masculino
Individual masculino – Tiro com arco – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Chances do Brasil no individual masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Marcus Vinícius D’Almeida garantiu uma vaga olímpica pro Brasil ao ficar com a prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e deve ser o representante brasileiro em Tóquio. Esta deverá ser a única vaga brasileira na prova do individual masculino no tiro com arco.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
O Brasil no individual masculino dos Jogos Olímpicos
Emílio Dutra e Mello foi o primeiro brasileiro a disputar uma Olimpíada no tiro com arco, em Moscou-1980. Com 2.264 pontos, ele terminou na 27ª posição. Em Los Angeles-1984, Renato Emílio fez sua estreia olímpica com 2.363 pontos, terminando em 44º lugar. Renato voltou a competir em Seul-1988, terminando na 43ª posição, com 1.225 pontos na primeira rodada.
Em sua 3ª Olimpíada em Barcelona-1992, Renato Emílio fez 1.251 pontos na rodada de ranqueamento, terminando em 49º lugar e ficando de fora dos combates. Já Vítor Krieger foi 29º no ranqueamento com 1.277, mas perdeu na 1ª rodada do mata-mata por 106-95 para o Vladimir Yesheyev, da Equipe Unificada, ficando em 30º lugar no geral.
Após três Olimpíadas sem representantes, o Brasil voltou a competir em Pequim-2008 com Luiz Trainini. Na rodada de ranqueamento ele ficou em 61º com 610 pontos e pegou na primeira rodada, o sul-coreano Park Kyung-Mo, 4º cabeça de chave, sendo derrotado por 116 a 99.
Daniel Xavier foi 51º no ranqueamento em Londres-2012 com 653 e perdeu na primeira rodada por 7-3 para o polonês Rafal Dobrowolski.
Pela primeira vez o Brasil competiu com uma equipe no Rio-2016. Marcus Vinícius D’Almeida chegou muito bem cotado, após o título mundial cadete no ano anterior. Ele foi 34º no ranqueamento com 658, mas perdeu na primeira rodada por 6-2 para o americano Jake Kaminski.
Em sua 2ª Olimpíada, Daniel Xavier foi 53º com 639 e também caiu na estreia pro sul-coreano Lee Seung-yun por 6-2. Bernardo Oliveira foi 45º com 651 e foi o único a vencer. Fez 6-4 na 1ª rodada sobre o australiano Alec Potts, mas perdeu na 2ª pro chileno Ricardo Soto por 7-1.
Os favoritos do individual masculino nos Jogos Olímpicos
Qualquer prova de tiro com arco terá entre seus favoritos os arqueiros sul-coreano. A equipe ainda não foi definida, mas já se sabe que Ku Bonchan não irá defender seu título. Oh Jin Hyek foi campeão olímpico em Londres-2012, tem duas pratas individuais nos Mundiais de 2011 e 2013 e foi ouro nos Jogos Asiáticos de 2014.
Kim Woojin foi bicampeão mundial em 2011 e 2015 e ouro nos Jogos Asiáticos de 2010 e de 2018. Im Dong-hyun, que tem pouca visão, já bateu recordes mundiais, foi bicampeão mundial individual em 2007 e 2017, além de duas pratas em 203 e 2009, e também foi ouro individual nos Jogos Asiáticos, em 2006. Já Lee Woo Seok é mais jovem e pode tirar um dos veteranos dos Jogos. Aos 23 anos, já venceu duas etapas de Copa do Mundo, foi campeão asiático em 2019 e ouro na Universíade no mesmo ano.
O principal adversário dos coreanos é o americano Brady Ellison. Com um currículo impressionante, Ellison foi bronze no Rio-2016 e tem duas pratas olímpicas por equipe. Já venceu 13 etapas da Copa do Mundo e chegou ao auge ao vencer o Mundial de 2019 na Holanda. Tem ainda sete medalhas em Jogos Pan-Americanos, sendo 4 ouros, e é atual recordista mundial com 702 pontos, obtidos justamente no Pan de Lima-2019.
O italiano Mauro Nespoli já venceu uma etapa da Copa do Mundo em 2018 e foi ouro nos Jogos Europeus de 2018. Ajudou a equipes italiana a levar o ouro em Londres-2012 e foi prata em Pequim-2008 por equipes, aos 20 anos.
A Holanda tem uma ótima equipe, com três nomes entre os 10 melhores do mundo. Sjef van de Berg foi prata nos Jogos Europeus de 2015 e tem algumas medalhas em Copas do Mundo. Foi também campeão mundial indoor individual e por equipes em 2018. Steve Wijler também esteve nessa equipe campeã mundial indoor e foi campeão europeu individual em 2018, além de bronze no Mundial de 2017. Completa equipe Rick van der Ven, prata no Mundial de 2015, campeão europeu de 2012 e vencedor da final da Copa do Mundo em 2014.
Vale ficar de olho também no japonês Takaharu Furukawa, no francês Pierre Plihon, no australiano Taylor Worth e no malaio Khairul Anuar Mohamad, prata no Mundial de 2019. O brasileiro Marcus Vinícius D’Almeida foi campeão mundial cadete em 2015 e prata nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014. Teve temporadas ruins após o Rio-2016, mas tem voltado ao seu melhor e foi prata individual no Pan de Lima-2019.
Histórico do individual masculino
A prova do individual masculino estreou nos Jogos de Munique-1972, ano em que o tiro com arco voltou ao programa olímpico, após uma ausência de 52 anos. A prova tinha um formato que é conhecido como Rodada FITA, que consiste em 36 flechas para cada uma das quatro distâncias (30 m, 50 m, 70 m e 90 m para os homens). A competição tinha duas Rodadas deste tipo, num total de 288 flechas. Campeão mundial no anterior, o americano John Williams foi o primeiro campeão olímpico neste formato ao vencer em Munique com 2.528 pontos.
Em Montreal-1976, foi a vez do também americano Darrell Pace vencer com 2.571 pontos, colocando 69 pontos sobre o japonês Hiroshi Michinaga, medalhista de prata.
Sem os americanos, o ouro em Moscou-1980 ficou com o finlandês Tomi Poikolainen com 2.455, apenas 3 a mais que o soviético medalhista de prata Boris Isachenko. Já em Los Angeles-1984, Darrell Pace faturou o bicampeonato olímpico ao somar 2.616, novo recorde olímpico. Considerado o “Arqueiro do Século” pela Federação Internacional em 2011, Pace foi também bicampeão mundial em 1975 e 1979, além de cinco títulos por equipe. Também soma seis ouros em Jogos Pan-Americanos.
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A disputa em Seul-1988 foi um pouco diferente. Os arqueiros faziam uma Rodada FITA e 24 avançavam de fase, onde as pontuações eram zeradas e 9 flechas eram atiradas a cada distância. E assim por diante, eliminado seis atletas por rodada, até chegar aos 8 finalistas. Quem levou o ouro foi o americano Jay Barrs, que havia sido ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987.
A partir de Barcelona-1992, o sistema foi alterado. Todos atiravam 144 flechas a 70 m e os 32 melhores passavam para o mata-mata, onde os confrontos consistiam em uma melhor de 12 flechas. O sul-coreano Chung Jae-hun, melhor no ranqueamento com 1.329 pontos, foi avançando de fase, mas perdeu a final para o francês Sébastien Flute por 110 a 107.
Em Atlanta-1996, a rodada de ranqueamento passou a ter apenas 72 flechas e o italiano Michele Frangilli foi o melhor com 684, mas ele acabou sendo derrotado nas quartas de final para o americano Justin Huish. Na sequência, Huish fez 112-103 sobre o belga Paul Vermeiren na semifinal e venceu a final com 112-107 sobre o sueco Magnus Petersson.
Mais uma vez os sul-coreanos dominaram a rodada de ranqueamento em Sydney-2000, com as três melhores marcas, mas nenhum chegou às semifinais. Atirando em casa, o australiano Simon Fairweather foi brilhante e ficou com o ouro com 113 a 106 sobre o americano Vic Wunderle na decisão.
A competição de tiro com arco em Atenas-2004 foi realizada no estádio de Panathinaiko, que foi sede de várias competições em Atenas-1896 e foi construído no mesmo local onde ocorriam provas dos Jogos Panatinaicos, 330 a.C. O sul-coreano Im Dong-hyun foi o melhor no ranqueamento com 687 pontos, mas foi derrotado nas quartas pelo japonês Hiroshi Yamamoto. O ouro ficou com o italiano Marco Galiazzo.
Em Pequim-2008, o melhor no ranqueamento foi o mexicano Juan René Serrano com 679, que acabou perdendo na semifinal para o sul-coreano Park Kyung-Mo por 115 a 112 e perdeu novamente na disputa do bronze. Park acabou derrotado na decisão pelo ucraniano Viktor Ruban por 113 a 112. A disputa estava empatada antes da última flecha em 103 a 103, mas Ruban fez um 10 contra um 9 do sul-coreano.
Em Londres-2012, pela primeira vez na história o ouro masculino ficou com a Coreia do Sul, com Oh Jin-hyek. Foi nesta edição que foi adotado o sistema de sets nos combates e Oh venceu por 7-1 na decisão o japonês Takaharu Furukawa.
Na Rio-2016, um dos grandes combates aconteceu na semifinal entre o sul-coreano Gu Bon-chan e o americano Brady Ellison. Eles empataram nos três primeiros sets, o coreano fez 27-26 no 4º e Ellison empatou com 29-28 no 5º. Eles foram para a flecha de desempate, onde Gu Bon-chan fez 9 contra apenas 8 do americano.
Na final, o coreano abriu 4-0 sobre o francês Jean-Charles Valladont e só precisava de um 10 para vencer, mas fez um 9. O 3º set foi 29-29 e ele ainda vencia por 5-1. Valladont ameaçou uma virada, mas Gu Bon-chan ficou com o ouro com 7-3.
Medalhistas do individual masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Munique 1972 | John Williams | USA | Gunnar Jervill | SWE | Kyösti Laasonen | FIN |
Montreal 1976 | Darrell Pace | USA | Hiroshi Michinaga | JPN | Giancarlo Ferrari | ITA |
Moscou 1980 | Tomi Poikolainen | FIN | Boris Isachenko | URS | Giancarlo Ferrari | ITA |
Los Angeles1984 | Darrell Pace | USA | Rick McKinney | USA | Hiroshi Yamamoto | JPN |
Seul 1988 | Jay Barrs | USA | Park Seong-Su | KOR | Vladimir Yesheyev | URS |
Barcelona 1992 | Sébastien Flûte | FRA | Jeong Jae-Heon | KOR | Simon Terry | GBR |
Atlanta 1996 | Justin Huish | USA | Magnus Petersson | SWE | Oh Gyo-Mun | KOR |
Sydney 2000 | Simon Fairweather | AUS | Vic Wunderle | USA | Wietse van Alten | NED |
Atenas 2004 | Marco Galiazzo | ITA | Hiroshi Yamamoto | JPN | Tim Cuddihy | AUS |
Pequim 2008 | Viktor Ruban | UKR | Park Gyeong-Mo | KOR | Bair Badyonov | RUS |
Londres 2012 | Oh Jin-Hyeok | KOR | Takaharu Furukawa | JPN | Dai Xiaoxiang | CHN |
Rio 2016 | Gu Bon-Chan | KOR | Jean-Charles Valladont | FRA | Brady Ellison | USA |
Quadro de medalhas geral do individual masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 5 | 2 | 1 | 8 |
Coreia do Sul | 2 | 3 | 1 | 6 |
França | 1 | 1 | 0 | 2 |
Itália | 1 | 0 | 2 | 3 |
Austrália | 1 | 0 | 1 | 2 |
Finlândia | 1 | 0 | 1 | 2 |
Ucrânia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Japão | 0 | 3 | 1 | 4 |
Suécia | 0 | 2 | 0 | 2 |
União Soviética | 0 | 1 | 1 | 2 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 1 | 1 |
China | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |