Tiro com arco
Tiro com arco nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Provas do tiro com arco em Tóquio
+ Individual feminino
+ Individual masculino
+ Equipes feminino
+ Equipes masculino
+ Equipes mista
Calendário do tiro com arco em Tóquio
Local da competição
O Parque de Yumenoshita será a sede do tiro com arco nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Ele está localizado no distrito de Yumenoshita, em Koto, no leste de Tóquio. O distrito consiste em uma ilha artificial construído como um aterro na década de 1930, com a ideia de sediar o novo aeroporto de Tóquio. Com o início da 2ª Guerra Mundial, os planos foram cancelados. O distrito é bem pequeno e já foi um aterro sanitário. O Parque também será sede do tiro com arco nos Jogos Paralímpicos.
O Brasil no tiro com arco dos Jogos Olímpicos
Até hoje, o Brasil nunca conquistou uma medalha olímpica no tiro com arco, apesar de já ter competido em sete Olimpíadas com 12 atletas diferentes.
A primeira participação foi em Moscou-1980, com Emilio Dutra e Mello no masculino e Arci Kempner no feminino. Renato Emílio competiu em Los Angeles-1984 e voltou aos Jogos em Seul-1988, ao lado de Jorge Azevedo. Renato participou pela 3ª vez em Barcelona-1992, agora ao lado de Vítor Krieger.
Após ficar três edições sem competir, o Brasil voltou em Pequim-2008, com Luiz Trainini. Em Londres-2012, foi a vez de Daniel Xavier representar o país. Como sede no Rio-2016, o Brasil tinha direito de levar equipes completas nos dois gêneros. Xavier, Marcus Vinícius D’Almeida e Bernanrdo Oliveira competiram no masculino e Ane Marcelle dos Santos, Sarah Nikitin e Marina Canetta fizeram parte da equipe feminina.
Ane Marcelle é a responsável pelo melhor resultado individual do Brasil na história. Ela venceu dois combates, chegando às oitavas de final, terminando entre as 16 melhores.
Grandes nomes do tiro com arco nos Jogos Olímpicos
Os Estados Unidos foram os grandes campeões do tiro com arco nos inícios das disputas a partir de Munique-1972. Darrell Pace foi campeão em Montreal-1976 e em Los Angeles-1984 e até hoje é o único bicampeão olímpico individual entre homens e mulheres e foi considerado em 2011 pela Federação Internacional, a World Archery, como o arqueiro do século.
Apesar do primeiro ouro individual masculino sul-coreano tenha vindo apenas em Londres-2012, os atletas da Coreia do Sul dominam os Mundiais desde 1993, com 10 campeões diferentes em 12 títulos. Curiosamente os dois únicos campeões olímpicos do país não foram campeões mundiais. Kim Woojin é um dos grandes destaques, tendo vencido os Mundiais de 2011 e de 2015, assim como Im Dong-hyun, campeão mundial em 2007 e em 2017.
Já entre as mulheres, a Coreia do Sul é dominante, vencendo seu primeiro ouro em Los Angeles-1984. Já são oito campeãs olímpicas diferentes desde então e 10 campeãs mundiais diferentes desde 1983. Park Sung-hyun é um desses grandes nomes. Ela foi campeã olímpica em Atenas-2004 e prata quatro anos depois, além de ter conquistado dois ouros por equipes nestas duas edições. Também foi campeã mundial individual em 2001.
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Até hoje dura o seu recorde mundial na Rodada FITA (144 flechas) com 1.405 pontos entre 1.440 possíveis. Em Atenas-2004, estabeleceu o recorde mundial das 72 flechas aos 70 m, formato do ranqueamento olímpico, com 682 pontos que levou 11 anos para ser quebrado.
Natalia Valeeva nunca foi campeã olímpica, mas conquistou medalhas importantes de 1991 até 2012. Começou sua carreira de atleta pela União Soviética, quando venceu o Mundial indoor em 1991. Em Barcelona-1992, conquistou dois bronzes pela Equipe Unificada. Na sequência competiu pela Moldova, onde nasceu e foi campeã mundial indoor e outdoor em 1995.
Após se casar com um italiano, passou a defender o país de seu marido e, apesar de não conquistar nenhuma outra medalha olímpica, levou 7 ouros, 3 pratas e 1 bronze em Mundiais outdoor e indoor, com destaque para o título mundial individual outdoor em 2007.
Quadro de medalhas do tiro com arco nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Coreia do Sul | 23 | 9 | 7 | 39 |
Estados Unidos | 14 | 10 | 9 | 33 |
Bélgica | 11 | 7 | 3 | 21 |
França | 7 | 11 | 7 | 25 |
Grã-Bretanha | 2 | 2 | 5 | 9 |
Itália | 2 | 2 | 3 | 7 |
China | 1 | 6 | 2 | 9 |
União Soviética | 1 | 3 | 3 | 7 |
Finlândia | 1 | 1 | 2 | 4 |
Ucrânia | 1 | 1 | 2 | 4 |
Austrália | 1 | 0 | 2 | 3 |
Holanda | 1 | 0 | 1 | 2 |
Espanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
Japão | 0 | 3 | 2 | 5 |
Alemanha | 0 | 2 | 1 | 3 |
Suécia | 0 | 2 | 0 | 2 |
Taipé Chinês | 0 | 1 | 2 | 3 |
México | 0 | 1 | 1 | 2 |
Polônia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Rússia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Indonésia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 2 | 2 |
O esporte
As evidências mais antigas do uso de arco e flecha por seres humanos vem da África do Sul, onde restos de ossos e ponta de flecha de pedra foram encontradas e datam de mais de 60.000 anos.
O tiro com arco entrou para o programa olímpico em Paris-1900 com sete provas em diferentes distâncias e de diferentes formatos. Como parte da Feira Mundial, acreditam-se que mais de 5.000 pessoas participaram das dezenas provas de tiro com arco, mas apenas sete são consideradas olímpicas, embora o Comitê Olímpico Internacional nunca tenha feito esta definição.
Na edição seguinte, em St. Louis-1904, as mulheres fizeram sua primeira aparição no esportes nos Jogos, com apenas seis atletas. Oo tiro com arco também esteve presente em Londres-1908 e na Antuérpia-1920.
Em 1931 a Federação Internacional de Tiro com Arco foi fundada e passou a governar a modalidade e organizou o primeiro mundial no mesmo ano. Apesar da estrutura, o tiro com arco só voltou aos Jogos Olímpicos em Munique-1972, já com um formato mais próximo do atual.
Neste retorno, homens e mulheres faziam o que era conhecido como uma dupla Rodada FITA, ou seja, duas rodadas de 36 flechas em quatro distâncias diferentes (90 m, 70 m, 60 m e 30 m para homens e 70 m, 60 m, 50 m e 30 m para mulheres), totalizando 288 flechas. Este formato seguiu até Los Angeles-1984.
Em Seul-1988, o formato mudou. Era feita uma única Rodada FITA que servia como qualificação. Os 24 melhores seguiam para a próxima fase, onde atiravam um quarto de rodada, ou seja, 36 flechas, 9 para cada distância. E assim seguia por mais três rodadas no mesmo formato, reduzindo o número de competidores a cada rodada. Também foi em Seul que as provas por equipe foram incluídas no programa olímpico.
Já em Barcelona-1992, o formato foi alterado novamente e se tivemos pela primeira vez nos Jogos um confronto direto após a fase de qualificação. Os 32 melhores da primeira fase avançavam para o chaveamento até chegar à decisão. Esses confrontos diretos eram disputados com 12 flechas, sempre a 70 m, para cada atleta e, quem somasse mais pontos, avançava.
A partir de Atlanta-1996, apenas 64 arqueiros competiam por gênero e agora todos passavam para o mata-mata e os combates passaram a ter 18 flechas, não mais 12. Também a distância foi oficializada em 70 m, tanto para a qualificação como para os combates.
Foi em Londres-2012 que o formato de sets foi incluído nos Jogos. Agora, cada arqueiro atira apenas três flechas e quem vencer o set, ganha 2 pontos, ou 1 para cada em caso de empate. Quem chegar a seis pontos primeiro, vence. Em caso de empate em 5-5, uma única flecha de desempate é dada, dando bastante emoção à disputa.
A disputa em Tóquio-2020 marcará a estreia da chave de equipes mistas, formada por um homem e uma mulher.