Surfe
Surfe nos Jogos Olímpicos – Tóquio 2020
Eventos:
+ Surfe feminino
+ Surfe masculino
Local da competição
O surfe dos Jogos Olímpicos 2020 será disputado na praia de Tsurigasaki, em Chiba, a 64 km de Tóquio, dentre os dias 26 a 29 de julho! Como a modalidade depende de condições climáticas, não é certo que a final olímpica acontecerá na data programada. O torneio tem uma janela de até o final dos Jogos para definir seus campeões
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A disputa do surfe nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 apenas a modalidade “mais tradicional” do surfe será disputada. O shortboard, pranchas que têm um tamanho médio de cinco pés e onze polegadas, é a modalidade mais popular do esporte e estará na disputa no Japão.
No torneio inaugural do surfe na história dos Jogos Olímpicos, serão vinte atletas de cada gênero na chave. Eles serão divididos em cinco baterias de quatro competidores no primeiro round, com o primeiro e segundo colocados avançando direto para o Round 3, enquanto os terceiros e quarto colocados terão uma segunda chance no Round 2. Nesta fase de repescagem, serão duas baterias de cinco atletas, com os três primeiros avançando para o Round 3. Na última fase de grupos, serão quatro baterias com quatro atletas, com os dois melhores de cada chave avançando para a fase de quartas de final, onde a partir dali a disputa será atleta x atleta para definir os medalhistas.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados
O surfe no Brasil
A chegada ao Brasil do surfe, que se tornaria uma das mais populares modalidades do país, aconteceu graças a turistas americanos. Na década de 30, o esporte começou a ser praticado, principalmente na cidade de Santos, no litoral paulista, e em 1938 foi fabricada a primeira prancha 100% nacional, com auxílio do americano Thomas Ernest Rittscher, um dos principais responsáveis por difundir a pratica no país.
Em 1952, um grupo de atletas cariocas, formados por Paulo Preguiça, Jorge Paulo Lehman e Irencyr Beltrão, começou a praticar a modalidade em praias cariocas, e graças à popularidade que foi crescendo anualmente na cidade, foi fundada em 1965 a primeira entidade de surfe no Brasil, a Associação de Surfe do Estado do Rio de Janeiro, organizando em outubro daquele ano o primeiro campeonato de surfe em terras brasileiras.
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Apesar disso, só em 1988 o surfe foi reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional do Desporto. Atualmente o esporte é gerido pela Confederação Brasileira de Surfe (CBS). Do passado aos dias de hoje, o Brasil se tornou uma das maiores potências na modalidade, que fará sua estreia Olímpica nos mares japoneses. Aliás, o país vive de longe sua melhor fase no esporte, onde os surfistas nacionais ganharam inclusive o apelido de “Brazilian Storm” da imprensa americana devido a onda de surfistas nacionais que vem se destacando a nível internacional, conquistando inclusive inúmeros e inéditos títulos mundiais.
Gabriel Medina, para muitos o grande nome da modalidade atualmente, é responsável pela conquista do primeiro título mundial do país em 2014, repetindo o feito em 2018, o único bicampeão mundial brasileiro até agora. Gabriel estará em Tóquio junto com Ítalo Ferreira, atual campeão mundial e um dos favoritos ao ouro no Japão após vencer o ISA Games, torneio disputado no ano passado, também no Japão, com ondas parecidas às que serão encontradas na disputa olímpica.
A briga pelas duas vagas do surfe brasileiro para os Jogos Olímpicos foi extremamente acirrada entre os homens, deixando nomes como Felipe Toledo, quarto do mundo na atualidade, Adriano de Souza “Mineirinho”, vencedor do título mundial em 2015, e Willian Cardoso, que possui títulos de etapa no circuito, de fora da equipe Olímpica.
Do lado feminino, o Brasil se destaca com duas grandes surfistas que brigarão de igual pra igual pelas medalhas contra as favoritas americanas e australianas. Silvana Lima, vencedora de quatro etapas do circuito mundial e vice campeã da temporada de 2009, chega com sua experiência e o vice-campeonato do ISA Games de 2019 em seu currículo para brigar por uma medalha.
Ao lado de Silvana, está Tatiana Weston-Webb, gaúcha de Porto Alegre que cresceu no Havai e representou o estado americano no circuito mundial até o 2018 – No mundial de Surf, o Havai compete como nação independente. Falando um bom português e com foco nos Jogos, Tatiana decidiu representar o Brasil visando estar no primeiro pódio olímpico da história do surfe. Contando com os quatro olímpicos, o Brasil foi campeão mundial por nações no ISA Games 2019, concorrendo contra todos os melhores países do mundo. Gabriel, Ítalo, Silvana e Tati estão entre os principais postulantes a medalha do esporte brasileiro em Tóquio 2020.
Grandes nomes do surfe mundial
O maior nome da história do surfe mundial por pouco não conseguiu a classificação para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Considerado por muitos como o maior surfista de todos os tempos, Kelly Slater, americano dono de nada menos que onze títulos mundiais, é reverenciado não só no mundo da modalidade como em todo esporte mundial.
Com uma longevidade de dar inveja, o atleta, nascido na Flórida e hoje aos 48 anos, ficou em terceiro lugar na corrida americana por duas vagas para Tóquio. Vencendo títulos mundiais de 1992 a 2011, chegaria a Tóquio com chances de conquistar uma medalha olímpica, algo que infelizmente não aconteceu pela modalidade não ser olímpica durante seus vinte anos no topo do mundo.
Se Kelly não estará em Tóquio, dois dos maiores nomes da história do surfe mundial, que assim como o americano estão em atividade, estarão lá brigando por medalhas. Representando a Austrália, Stephanie Gilmore, que, mesmo com apenas trinta e dois anos, já possui sete títulos mundiais, é uma das principais favoritas ao ouro olímpico.
Já pelos Estados Unidos, prometendo apimentar a rivalidade – que só existe dentro d’água – entre os dois países, está Carissa Moore, havaiana, nascida em Honolulu, possui quatro títulos mundiais, o último deles em 2019, aos vinte e sete anos.
Outra figura com história no surfe internacional em atividade é a peruana Sofia Mulanovich, única mulher da América do Sul com título mundial, conquistado em 2004. Nascida há trinta e seis anos em Punta Hermosa, o principal point do surf peruano, Sofia voltou ao esporte após anos de aposentadoria com a clara vontade de representar o seu país nos Jogos Olímpicos.
Ainda precisa se classificar e para isso precisa ser uma das sete atletas melhores colocadas no ISA Games 2020 dentre os países que não atingiram a cota máxima de atletas, dois por gênero, que é o caso do Peru. Sofia venceu o mesmo torneio em 2019, provando que voltou em altíssimo nível.
Voltando ainda mais ao passado, dentre os grandes nomes do esporte está o australiano pentacampeões mundial Mark Richards, um dos principais responsáveis pelas regras do surfe moderno e sua compatriota Layne Beachley, que venceu seis títulos mundiais seguidos entre 1998 e 2003.
Contemporâneo a Kelly e Layne está o havaiano Andy Irons, tri mundial de surfe nas temporadas de 2002, 2003 e 2004. Nascido no arquipélago de Kauai, um dos maiores pontos de surf do mundo, Andy faleceu precocemente aos trinte e dois anos em novembro de 2010, em Dallas, no Texas, quando tentava voltar para a casa após sentir um mal estar enquanto competia a etapa de Isabela, em Porto Rico, do circuito mundial. A causa da morte foi uma parada cardíaca. O Havaiano é reverenciado no mundo do surf até os dias de hoje.
Se Medina, Ítalo e Adriano de Souza, o mineirinho, já entraram pra história do surfe mundial com seus títulos, muito tem a agradecer aos brasileiros pioneiros da modalidade. Pepê Lopes foi o primeiro da nação a vencer uma etapa do circuito mundial, com vitória na etapa da Praia do Arpoador, no Rio, em 1976. Também na década de 70, Daniel Friedman foi o responsável pela primeira vitória do Brasil em torneios no exterior, vencendo o ídolo australiano Mark Richards na casa do adversário.
Dentre outros brasileiros que quebraram tabus estão Fabio Oliveira e Teco Padaratz, os primeiros brasileiros a competirem todas as etapas do circuito e Jojó de Olivença, o primeiro negro da história do Circuito Mundial. Antes da chegada de Medina, a melhor posição no ranking final do circuito pertencia ao cabo-friense Victor Ribas, terceiro colocado em 1999. Além do título mundial, o ano de 2020 marca para o surfe sua primeira participação olímpica e a grande expectativa de todos os fãs da modalidade é sobre quais serão os atletas a entrarem na história como os primeiros campeões olímpicos da modalidade.