Street feminino
Street feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
De todas as provas, entre todas as modalidades disputadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em nenhuma o Brasil chega com tanta força como o skate street feminino. O país tem cinco atletas no top10 do ranking mundial, sendo três delas entre as quatro primeiras.
Aliás, o Brasil tem tanta força na modalidade que se dará ao “luxo” de ter atletas postulantes ao pódio não se classificando para os Jogos devido ao limite de três atletas por país. Letícia Bufoni, Pâmela Rosa e Rayssa Leal serão as representantes.
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Letícia, a maior vencedora de campeonatos mundiais ou títulos equivalentes na história do street feminino, contará com sua regularidade e experiência para conseguir mais um feito pioneiro e inédito na sua carreira. Vice-campeã nas últimas três edições do Campeonato Mundial, ela só não subiu ao pódio na última edição pois conviveu no ano de 2019 inteiro com lesões. Mesmo assim foi ouro nos X Games de Xangai, na China, competindo com algumas das melhores atletas do mundo.
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Das brasileiras, quem vive talvez a melhor fase no momento e pinta como favorita ao ouro é Pâmela Rosa. Campeã Mundial em 2019 e multimedalhista nos X-Games, Pâmela Rosa, aos 21 anos, já carrega uma grande maturidade e frieza para as horas decisivas, além de um crescimento anual que a coloca como principal favorita ao ouro na maioria das previsões olímpicas.
Em 2016, ela entrou para o Guinnes Book, o livro dos recordes, como a mais jovem atleta a vencer o ouro nos X-Games, feito conquistado em Oslo, quando tinha apenas 16 anos. Graças à excelente temporada de 2019, Pâmela é a atual líder do ranking mundial.
Talento precoce do Brasil no street feminino
No quesito juventude e precocidade ninguém na delegação brasileira chega perto de Rayssa Leal. Apenas 12 anos de idade, mas já entre as melhores do mundo. Tudo começou na vida de Rayssa por um “empurrãozinho” de Tony Hawke, quando o skatista mais popular do mundo compartilhou em suas redes sociais um vídeo de Rayssa, vestida com uma fantasia de fada, fazendo manobras de alto nível de dificuldade nas ruas de sua cidade natal, Imperatriz, no Maranhão, quando tinha apenas sete anos de idade.
Naquele 2015, a “Fadinha”, como ficou conhecida pelo vídeo, começou a participar de competições de skate espalhadas por estados do Brasil. Não só participava, como também ganhava estas competições.
Em apenas quatro anos, não só foi vice campeã mundial, como a mais jovem vencedora da história de uma etapa do circuito mundial de skate street, feito conquistado em Los Angeles, com apenas 11 anos, na temporada de 2019.
Por seus feitos, concorreu ao importante Prêmio Laureus, na categoria Melhor Atleta de Esportes de Ação, concorrendo com nomes como Ítalo Ferreira (Surfe), Carissa Moore (Surfe), Nyjah Huston (Skate street), Mark McMorris (Snowboard) e Chloe Kim (Snowboard), que foi a vencedora.
Caso conquiste o ouro em Tóquio, Rayssa Leal que terá 13 anos e 201 dias de vida no dia da competição, pode superar a americana Marjorie Gestring que, com 13 anos e 268 dias, foi ouro nos saltos ornamentais em Berlim-1936, e possui o recorde de atleta mais jovem a vencer individualmente o ouro olímpico. Caso não suba ao topo do pódio, mas conquiste medalhas de outras cores, irá superar Rosângela Santos como a medalhista olímpica mais jovem da história do Brasil, bronze no revezamento 4×100 do atletismo aos 17 anos.
Aliás, só de ir aos Jogos de Tóquio fará Rayssa quebrar um recorde histórico da participação nacional, sendo a mais jovem atleta da história a ir aos Jogos representando o Time Brasil, superando Talita Rodrigues, nadadora do revezamento 4x100m livre nos Jogos de Londres-1948. Na ocasião, ela tinha 13 anos e 347 dias.
Outras favoritas no street feminino
Das atletas que podem estragar a festa brasileira, a principal delas é uma representante da casa. Aori Nishimura, terceira colocada no ranking, foi campeã mundial em 2018 e medalhista de bronze na edição de 2019. É uma das atletas mais técnicas e fortes do circuito e raramente não vai ao pódio nas principais competições internacionais. Pode tirar vantagem de competir em casa.
O time americano, fortíssimo como sempre, poderá ser liderado por Leo Baker. Nas temporadas de 2016 e 2017, quando ainda usava socialmente seu nome de batismo, Lacey, Leo Baker conquistou o bicampeonato mundial sendo uma pedra no sapato de Letícia Bufoni, tirando o ouro da brasileira na última manobra em ambas as ocasiões.
Bronze em 2018, não vive uma grande fase atualmente no skate, e tem sido bastante influente na luta das causas LGBTQI+ no esporte mundial, especialmente quando se definiu abertamente como pessoa não-binária, que não se reconhece em nenhum gênero, seja social ou biológico. Ainda na equipe americana, vale ficar de olho em Mariah Duran, bronze no mundial de 2017, Alexis Sablone, bronze no mundial de 2016 e Vanessa Torres, vice em 2015.
Completam a lista de postulantes ao pódio a holandesa Candy Jacobs, a australiana Hayley Wilson e a japonesa Yumeka Oda.