Single Skiff masculino
Chances do Brasil
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Brasil terá um representante no Single Skiff masculino: Lucas Verthein, que garantiu a classificação ao vencer o Single Skiff masculino na Regata Continental de Qualificação Olímpica do remo, disputada em março de 2021 no Rio de Janeiro.
Em todas as outras 13 categorias do remo em Tóquio, o Brasil não terá nenhum representante.
Lucas Verthein conquistou o direito de disputar as Olimpíadas após vencer o Pré-Olímpico das Américas disputado no Rio de Janeiro. Lucas, um prodígio do remo nacional, se tornou medalhista de bronze no Campeonato Mundial Júnior de 2016 e em Lima-2019 conquistou a medalha de bronze no skiff duplo ao lado de Uncas Batista.
Agora , aos 22 anos, o remador do Botafogo tentará, nas raias do Sea Forest Waterway, a melhor colocação do Brasil no single skiff.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Favoritos no Single Skiff masculino
O skiff simples masculino é outra prova de difícil prognóstico por ter um grande equilíbrio entre os remadores, mas dentre os vários candidatos ao pódio podemos destacar alguns. Atual campeão mundial Oliver Zeidler, da Alemanha surge como um dos principais candidatos ao pódio. Sexto colocado no Campeonato Mundial de 2018, o alemão de 24 anos desbancou em 2019 os grandes favoritos da categoria para ficar com a medalha de ouro. O alemão conquistou ainda o Campeonato Europeu no mesmo ano.
Atual medalhista olímpico de bronze, o tcheco Ondrej Synek também teve um ciclo de Tóquio bastante positivo. Apesar de não ter figurado no pódio do Campeonato Mundial de 2019 (acabou ficando em sexto lugar), o tcheco foi campeão mundial em 2017 e vice-campeão mundial em 2018 e tentará na capital japonesa retornar ao pódio de grandes competições.
O norueguês Kjetil Borch foi campeão mundial em 2018 e medalhista de bronze em 2019. Medalhista de bronze no skiff duplo na Rio-2016, o remador passou a se dedicar ao skiff simples no atual ciclo olímpico e também chega como um dos grandes favoritos ao ouro.
O experiente lituano Mindaugas Griskonis foi medalhista de prata na Rio-2016 no skiff duplo e foi outro quem passou a focar no skiff simples no atual ciclo olímpico. Medalhista de bronze no Mundial de 2018, o remador foi o quarto colocado em 2019, passando muito perto de conquistar mais uma medalha.
Sverri Sandberg Nielsen, da Dinamarca, foi vice-campeão mundial de 2019, campeão europeu em 2020 e vice-campeão do mesmo torneio em 2019. Sétimo colocado no Mundial de 2018, ele também é um grande nome a ser considerado. Correm por fora o croata Damir Martin, medalhista de prata no Rio de Janeiro em 2016 e quarto colocado no mundial de 2017, o neerlandês Stefan Broenink, o australiano Robbie Manson e o italiano Simone Martini.
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O Brasil no Single Skiff masculino
Ao longo de 28 edições disputadas no single skiff, o Brasil esteve presente em sete. Foram quatro atletas representando o país, sendo o 12º lugar na Olimpíada de Moscou-1980 a melhor posição na prova. A história do Brasil nessa categoria teve início nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, na Alemanha. O paulistano Celestino de Paula foi o 17º colocado na competição após ficar em segundo em sua bateria e em terceiro lugar na repescagem, não avançando para a final.
A segunda participação brasileira ocorreu mais de 40 anos depois da estreia na categoria. A edição era a de Moscou-1980, e foi quando o Brasil alcançou a sua melhor posição no single skiff. Paulo Cesar Dvorawski se classificou em sua bateria de quartas de final em terceiro lugar, mas acabou eliminado nas semifinais. Na final B o carioca acabou na última colocação, terminando na 12ª colocação entre 14 competidores. Apesar disso, o 12º lugar de Dvorawski foi a melhor colocação geral do país na prova.
Oito anos depois o Brasil voltou a disputar as olimpíadas no single skiff masculino. O carioca Dênis Marinho competiu nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, não conseguindo avançar em sua bateria e nem na repescagem, terminando em 17º lugar.
O maior nome do Brasil na categoria, e um dos maiores nomes do remo brasileiro, começou sua trajetória olímpica nos Jogos de Sydney-2000. Anderson Nocetti participou de quatro olimpíadas consecutivas, até a edição de Londres-2012, naquela que é a categoria mais tradicional do remo.
Duas vezes medalhista de prata e outras duas de bronze em Jogos Pan-Americanos, o catarinense terminou em 13º lugar em sua primeira participação nos Jogos de 2000, seu melhor resultado, feito repetido quatro anos depois em Atenas-2004. Em Pequim-2008 o catarinense terminou na 14ª colocação. Em Londres-2012, em sua despedida olímpica, Nocetti terminou na 19ª colocação.
Em Tóquio o nosso único representante do remo disputa essa prova. Lucas Verthein conquistou o direito de disputar as Olimpíadas após vencer o Pré-Olímpico das Américas disputado no Rio de Janeiro. Lucas, um prodígio do remo nacional, se tornou medalhista de bronze no Campeonato Mundial Júnior de 2016 e em Lima-2019 conquistou a medalha de bronze no skiff duplo ao lado de Uncas Batista. Agora aos 22 anos, o remador do Botafogo tentará nas raias do Sea Forest Waterway a melhor colocação do Brasil no single skiff.
Histórico do Single Skiff masculino nos Jogos Olímpicos
Prova mais antiga e tradicional do programa olímpico, o skiff simples masculino teve ao longo dos anos alguns dos maiores nomes do remo competindo em suas provas. Em mais de 100 anos de disputa, a União Soviética é a maior campeã olímpica na categoria, tendo conquistado a prova por cinco vezes. Em seguida aparecem a Finlândia, Grã-Bretanha e a Austrália, com três títulos cada.
O remo estreou em Jogos Olímpicos na edição de Paris-1900 com essa categoria e o Oito Com masculino. Com quase a totalidade dos participantes da prova sendo da França, o campeão e o vice daquele ano no skiff simples masculino acabaram por ser franceses.
Situação semelhante aconteceu na edição seguinte, em 1904, na cidade estadunidense de Saint-Louis. Apenas atletas do país competiram naquela edição, formando assim um pódio composto por remadores dos Estados Unidos.
Em 1908, na Olimpíada de Londres, mais uma vez o remador dono da casa saiu com a medalha de ouro. Harry Blackstaffe conquistou a medalha para a Grã-Bretanha. Wally Kinnear deu à Grã-Bretanha a segunda medalha de ouro na categoria em Estocolmo-1912, fazendo do país o primeiro a conquistar um bicampeonato olímpico nesta prova.
Já na Olimpíada da Antuérpia-1920 os Estados Unidos conquistaram a sua segunda medalha de ouro com John Kelly, se igualando à Grã-Bretanha como os maiores campeões até então.
Um dos maiores nomes da história do remo, o britânico Jack Beresford conquistou sua primeira medalha de ouro em olimpíadas ao vencer em Paris-1924 a prova do skiff simples masculino. O remador que já havia sido medalhista de prata quatro anos antes conquistou ainda outras duas medalhas de ouro olímpicas, no skiff duplo e no Quatro Com, e outra prata, no Oito Com, totalizando cinco medalhas e entrando para a seleta lista de maiores vencedores do esporte.
Veio da Austrália o primeiro bicampeão da categoria, Bobby Pearce. O australiano venceu a prova do skiff simples em Amsterdã-1928 e em Los Angeles-1932.
Fenômeno soviético
A partir da edição de Helsinque-1952, uma nova potência dominou a prova nos Jogos Olímpicos, a União Soviética. Foram quatro conquistas seguidas para o país, assumindo assim o topo do quadro de medalhas do skiff simples.
A dinastia de um dos maiores nomes da história do remo mundial teve início na edição de Melbourne-1956. O soviético Vyacheslav Ivanov venceu por três vezes seguidas a prova do skiff simples masculino, se tornando o primeiro remador a alcançar esse feito. Ao título de Melbourne, Ivanov somou os títulos de Roma-1960 e Tóquio-1964, fazendo com que a União Soviética passasse a Grã-Bretanha e a Austrália assumindo o topo do quadro de medalhas de forma isolada.
A Finlândia apresentou ao mundo um novo fenômeno da categoria: Pertti Karppinen. O finlandês se sagrou tricampeão olímpico igualando o feito de Vyacheslav Ivanov, escrevendo seu nome entre os grandes do esporte mundial.
Medalhistas -Single Skiff masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris-1900 | Hermann Barrelet (FRA) | André Gaudin (FRA) | St George Ashe (GBR) |
St. Louis-1904 | Frank Greer (EUA) | Jim Juvenal (EUA) | Constance Titus (EUA) |
Londres-1908 | Harry Blackstaffe (GBR) | Alexander McCulloch (GBR) | Károly Levitzky (HUN) Bernhard von Gaza (ALE) |
Estocolmo-1912 | Wally Kinnear (GBR) | Polydore Veirman (BEL) | Mart Kuusik (RUS) Everard Butler (CAN) |
Antuérpia-1920 | Jack Kelly, Sr. (EUA) | Jack Beresford (GBR) | Darcy Hadfield (NZL) |
Paris-1924 | Jack Beresford (GBR) | Garrett Gilmore (EUA) | Josef Schneider (SUI) |
Amsterdã-1928 | Bobby Pearce (AUS) | Ken Myers (EUA) | David Collet (GBR) |
Los Angeles-1932 | Bobby Pearce (AUS) | Bill Miller (EUA) | Guillermo Douglas (URU) |
Berlim-1936 | Gustav Schäfer (ALE) | Josef Hasenöhrl (AUT) | Dan Barrow (EUA) |
Londres-1948 | Merv Wood (AUS) | Eduardo Risso (URU) | Romolo Catasta (ITA) |
Helsinque-1952 | Yury Tyukalov (URS) | Merv Wood (AUS) | Teodor Kocerka (POL) |
Melbourne-1956 | Vyacheslav Ivanov (URS) | Stuart MacKenzie (AUS) | Jack Kelly, Jr. (EUA) |
Roma-1960 | Vyacheslav Ivanov (URS) | Achim Hill (ALE) | Teodor Kocerka (POL) |
Tóquio-1964 | Vyacheslav Ivanov (URS) | Achim Hill (ALE) | Göpf Kottmann (SUI) |
Cidade do México-1968 | Jan Wienese (HOL) | Jochen Meißner (FRG) | Alberto Demiddi (ARG) |
Munique-1972 | Yury Malyshev (URS) | Alberto Demiddi (ARG) | Wolfgang Güldenpfennig (GDR) |
Montreal-1976 | Pertti Karppinen (FIN) | Peter-Michael Kolbe (FRG) | Joachim Dreifke (GDR) |
Moscou-1980 | Pertti Karppinen (FIN) | Vasily Yakusha (URS) | Peter Kersten (GDR) |
Los Angeles-1984 | Pertti Karppinen (FIN) | Peter-Michael Kolbe (FRG) | Robert Mills (CAN) |
Seul-1988 | Thomas Lange (GDR) | Peter-Michael Kolbe (FRG) | Eric Verdonk (NZL) |
Barcelona-1992 | Thomas Lange (ALE) | Václav Chalupa, Jr. (TCH) | Kajetan Broniewski (POL) |
Atlanta-1996 | Xeno Müller (SUI) | Derek Porter (CAN) | Thomas Lange (ALE) |
Sydney-2000 | Rob Waddell (NZL) | Xeno Müller (SUI) | Marcel Hacker (ALE) |
Atenas-2004 | Olaf Tufte (NOR) | Jüri Jaanson (EST) | Ivo Yanakiev (BUL) |
Pequim-2008 | Olaf Tufte (NOR) | Ondřej Synek (CZE) | Mahé Drysdale (NZL) |
Londres-2012 | Mahé Drysdale (NZL) | Ondřej Synek (CZE) | Alan Campbell (GBR) |
Rio-2016 | Mahé Drysdale (NZL) | Damir Martin (CRO) | Ondřej Synek (CZE) |
Quadro de medalhas – Single Skiff masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
União Soviética | 5 | 1 | 0 | 6 |
Grã-Bretanha | 3 | 2 | 3 | 8 |
Austrália | 3 | 2 | 0 | 5 |
Nova Zelândia | 3 | 0 | 3 | 6 |
Finlândia | 3 | 0 | 0 | 3 |
Estados Unidos | 2 | 4 | 3 | 9 |
Alemanha | 2 | 2 | 3 | 7 |
França | 2 | 2 | 0 | 4 |
Noruega | 2 | 0 | 0 | 2 |
Suíça | 1 | 1 | 2 | 4 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 3 | 4 |
Holanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 4 | 0 | 4 |
República Tcheca | 0 | 2 | 1 | 3 |
Canadá | 0 | 1 | 2 | 3 |
Argentina | 0 | 1 | 1 | 2 |
Uruguai | 0 | 1 | 1 | 2 |
Áustria | 0 | 1 | 0 | 1 |
Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
Croácia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Tchecoslováquia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Estônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 3 | 3 |
Bulgária | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |