Rúgbi
Rúgbi nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Competições do rúgbi em Tóquio
+ Rúgbi sevens feminino
+ Rúgbi sevens masculino
Local da competição
As disputas do rúgbi sevens em Tóquio 2020, serão disputadas no Estádio de Tóquio, com capacidade de receber até 48 mil torcedores durante os Jogos Olímpicos. No entanto, por causa das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, não terá a presença de público durante a competição.
Localizado em Chofu, o estádio foi construído entre agosto de 1994 e 2001 e recebeu os treinos da Arábia Saudita durante a Copa do Mundo de 2002. Atualmente o local recebe partidas da Liga Japonesa de Futebol, além de outras partidas de divisões inferiores. Arena multiuso, o Estádio de Tóquio também recebe outra variedade de atividades. Em Tóquio o local também receberá partidas de futebol e algumas provas do pentatlo moderno.
O Brasil no rúgbi dos Jogos Olímpicos
O Brasil foi representado pelas duas seleções na primeira aparição do rúgbi sevens nos Jogos Olímpicos na edição de 2016, no Rio de Janeiro. Como país sede o Brasil ganhou o direito de levar suas duas equipes para as Olimpíadas, os Tupis e a Yaras.
Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, 13ª colocada na Copa do Mundo de 2013 e campeã de todas as edições do sul-americano que disputou no ciclo, a seleção feminina era a equipe mais forte da América do Sul e foi para os Jogos Olímpicos com a difícil missão de tentar se classificar para as quartas de final.
As Yaras foram representadas na Rio-2016 por Edna Santini, Juliana Esteves dos Santos, Paula Ishibashi, Luiza Campos, Tais Balconi, Júlia Sardá, Haline Scatrut, Beatriz Futuro Muhlbauer, Raquel Kochhann, Amanda Araújo, Isadora Cerullo, Mariana Barbosa Ramalho e Cláudia Teles. O Brasil venceu uma partida durante a fase de grupos e acabou se classificando apenas para a disputa do nono lugar. Após vencer a Colômbia e o Japão, as brasileiras confirmaram a nona posição.
Já o masculino contou com as presenças de Daniel Sancery, Martin Schaefer, Juliano Fiori, Felipe Silva, Stefano Giantorno, Moisés Duque, Lucas, Felipe Sancery, Laurent Bourda-Couhet, Arthur Bergo, Gustavo Albuquerque e André Silva. A equipe não contava com a mesma força do feminino, não tendo participado de nenhuma Copa do Mundo da modalidade e sem se destacar regionalmente. Nos Jogos Olímpicos, os Tupis terminaram na última colocação, após perderem todas as suas partidas na fase de grupos e no torneio de consolação.
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Grandes nomes do rúgbi masculino nos Jogos Olímpicos
Uma das principais forças do rúgbi masculino e atuais campeões olímpicos, Fiji é um verdadeiro celeiro da modalidade. Destaques individuais são Samisoni Viriviri, Savenaca Rawaca e Vatemo Ravouvou, todos presentes na equipe campeã olímpica em 2016. O trio liderou o país rumo ao primeiro ouro olímpico da história do país em Jogos Olímpicos. Samisoni Viriviri ainda conquistou o título de melhor jogador do ano de 2014 pela World Rúgbi, sendo o primeiro atleta da ilha a receber tal honraria.
Da Grã-Bretanha vem Dan Norton e Tom Mitchel, ambos integrantes da equipe vice-campeã olímpica de 2016. Medalhistas de bronze nos Jogos da Comunidade Britânica de 2018, ambos começaram suas carreiras no Rúgbi union, e depois passaram a fazer parte da equipe britânica de sevens. Dan Norton é ainda o maior artilheiro da história do Rúgbi sevens com mais de 350 tries.
Os sul-africanos Justin Geduld e Cecil Afrika conquistaram a medalha de bronze no Rio de Janeiro. Justin Geduld foi ainda campeão dos Jogos Mundiais de 2013 e dos Jogos da Comunidade Britânica de 2014. Por sua vez Cecil Afrika foi ainda medalhista de bronze na Copa do Mundo de 2018 e campeão dos Jogos da Comunidade Britânica no mesmo ano.
Destaque também para os sul-africanos Rosko Specman e Cecil Afrika, eleito diversas vezes para a seleção do ano da modalidade, o queniano Collins Injera, o argentino Gastón Revol, os canadenses Nathan Hirayama e Phil Mack, e as promessas das Ilhas Fiji, Aminiasi Tuimaba e Napolioni Bolaca.
Grandes nomes do rúgbi feminino nos Jogos Olímpicos
No sevens feminino, Portia Woodman, de origem maori, é considerada uma das melhores jogadoras de rúgbi sevens da história. A neozelandesa estreou pela seleção em 2013, fazendo parte da equipe que conquistou a medalha de ouro na Copa do Mundo de 2013, nos Estados Unidos. No ano seguinte foi eleita a melhor jogadora do ano pela World Rúgbi e em 2016 esteve no time vice-campeão olímpico na Rio-2016.
Woodman foi ainda campeã da Copa do Mundo de 2017 de rúgbir union, o rúgbi tradicional, campeã da Copa do Mundo de úgbi sevens de 2018 e campeã dos Jogos da Comunidade Britânica no mesmo ano.
Embora ainda não tenha participado de uma edição olímpica, Michaela Blyde, da Nova Zelândia, já é considerada uma das grandes jogadoras da história e aposta para ser uma das estrelas de Tóquio-2020 na modalidade. Foi campeã da Copa do Mundo de 2018 e dos Jogos da Comunidade Britânica no mesmo ano. Em 2017, quando tinha 21 anos, foi eleita a melhor jogadora de rúgbi sevens do mundo pela World Rúgbi. No ano seguinte, a neozelandesa foi eleita pela segunda vez a melhor do mundo.
Com 1.356 pontos marcados em 208 partidas, a canadense Ghislaine Landry foi a jogadora que mais marcou pontos na Série Mundial de Rúgbi sevens. Fundamental no vice-campeonato da equipe canadense na Copa do Mundo de 2013, quando marcou 37 pontos na competição, a canadense ajudou ainda seu país a sair com a medalha de bronze nas Olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Da Austrália, atual campeã olímpica, podemos destacar Chole Dalton. A jogadora fez sua estreia na equipe nacional em 2014 no torneio Dubai Women’s Seven e foi uma das principais responsáveis pela conquista do título da Série mundial da temporada 2015-2016. Na Rio-2016 esteve presente naquela equipe australiana que surpreendeu a favorita Nova Zelândia e conquistou o título em uma grande final.
Destaque também para nomes como o da britânica Katy McLean, a espanhola Patricia Garcia, as neozelandesas Tyla Nathan-Wong e Ruby Tui e a estadunidense Alev Kelter.
Quadro de medalhas do rúgbi sevens nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Austrália | 1 | 0 | 0 | 1 |
Fiji | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
Nova Zelândia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
África do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
O esporte
O rúgbi é um esporte surgido na Inglaterra e é jogado em equipes com uma bola oval. Essa bola deverá ser conduzida até a linha de fundo utilizando as mãos ou os pés, e após ultrapassá-la, a bola deverá ser encostada no chão, realizando o que se chama de try. O try é a maior pontuação da partida, que é vencida por aquela equipe que mais pontos fizer ao final do tempo regulamentar.
O esporte surgiu entre 1500 e o fim do século XVIII, sendo jogado na Europa uma espécie de futebol medieval, que na Grã-Bretanha era chamado de “folk football”, e se assemelhava ao cálcio fiorentino. Já no início do século XIX o esporte passou a ser disputado nas escolas britânicas, variando de instituição para instituição o uso ou não das mãos em sua prática. O uso das mãos era bastante utilizado no colégio da cidade de Rúgbi.
Em meados dos anos 1860 os principais colégios da Grã-Bretanha se reuniram para a uniformização e unificação das regras do football. O colégio de Rúgbi, foi o único a defender a utilização das mãos e dos pés naquele momento, preferindo se retirar das discussões. A partir daquele momento o colégio passou a desenvolver com outros colégios o “Rúgbi Football” ou “Rúgbi Union”, disputado por 15 atletas.
Por sua vez, o rúgbi sevens, Rúgbi seven a side, ou rúgbi de sete foi criado na Escócia no ano de 1883. O esporte ganha esse nome por ser disputado por apenas sete atletas em cada equipe, ao invés dos tradicionais 15 jogadores da versão tradicional, e em dois tempos de sete minutos cada.
O rúgbi sevens possui algumas vantagens em relação ao Rúgbi mais famoso e tradicional. Para aqueles países que possuem pouca tradição no esporte é mais fácil montar equipes com sete jogadores. Além disso, o esporte é disputado em um curto espaço de tempo, com as competições podendo ser definidas em até um dia.
Normalmente, uma competição de rúgbi sevens dura em torno de dois dias, enquanto a tradicional Copa do Mundo de Rúgbi XV dura um mês. Justamente por ser uma competição de tiro curto e com partidas muito rápidas, o rúgbi sevens exige um melhor condicionamento físico e mais destreza dos atletas. Geralmente os atletas do sevens são mais leves e rápidos comparados aos do Rúgbi XV.
Em uma partida de Rúgbi, as equipes têm como principal meta a realização dos chamados try, quando uma equipe consegue atravessar o campo de ataque até a linha de fundo colocando a bola no chão. Para se chegar neles só é possível passar a bola oval para trás ou para as laterais, sendo proibida a passagem da bola para um jogador que estiver à frente de quem tem a posse da bola. A única forma de se passar a bola para frente é através do chute ou pontapé, mas somente quem pode perseguir a bola são os que estão em linha, atrás ou o próprio chutador.
Cada try realizado vale cinco pontos. Cada vez que um try é convertido a equipe ganha o direito de dar um chute ao gol, uma espécie de Y gigante na linha de fundo, na chamada conversão. Cada conversão realizada com sucesso a equipe ganha mais dois pontos. As equipes também poderão pontuar através de uma penalidade.
O rúgbi estreou em Jogos Olímpicos em sua versão mais tradicional, Rúgbi union ou Rúgbi XV, na edição de Paris-1900, apenas com disputa no masculino. No total foram quatro participações do Rúgbi XV em Olímpiadas: 1900, Londres-1908, Antuérpia-1920 e Paris-1924. Os Estados Unidos acabaram conquistando duas medalhas de ouro, enquanto a França e a Austrália conquistaram uma medalha de ouro cada. Inventores do esporte, a Grã-Bretanha conquistou duas medalhas de prata. Após a edição Paris-1924 o Rúgbi XV saiu do programa olímpico e nunca mais retornou.
Por sua vez, o Rúgbi sevens estreou nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. No masculino as medalhas ficaram com as equipes de Fiji (ouro), Grã-Bretanha (prata) e África do Sul (bronze). Já no feminino o ouro ficou com a equipe da Austrália, a prata com a Nova Zelândia e o bronze com o Canadá.
Em Tóquio as disputas contarão com 12 equipes que serão divididas em grupos. Após confrontos diretos nesses grupos, oito equipes se classificarão para as quartas de final. A partir desse momento as partidas serão eliminatórias até que se chegue à grande final. O terceiro colocado também será conhecido em uma disputa entre os eliminados nas semifinais.