Remo
Disputas do remo nos Jogos Olímpicos de Tóquio:
Feminino
Single Skiff
Dois Sem
Skiff duplo
Quatro Sem
Skiff Quádruplo
Oito Com
Skiff Duplo Leve
Masculino
Single Skiff
Dois Sem
Skiff duplo
Quatro Sem
Skiff Quádruplo
Oito Com
Skiff Duplo Leve
Local da competição
As provas do remo serão disputadas na Sea Forest Waterway, local construído para as disputas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 e que fica localizado na região central da cidade.
A Sea Forest Waterway possui oito raias com 12,5 metros de largura. No total, o curso das disputas tem extensão de 2335 metros e largura de 198 metros, tendo seis metros de profundidade. A instalação, que também receberá as provas da canoagem de velocidade, tem capacidade para receber 12,800 mil espectadores durante as disputas do remo olímpico.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
O Brasil no remo dos Jogos Olímpicos
O Brasil estreou em Jogos Olímpicos na edição de 1920, na Antuérpia, com o barco do Quatro Com masculino composto por Guilherm Lorena, João Jório, Alcides Vieira, Abrahão Soliture e pelo timoneiro Ernesto Flores Filho. O barco brasileiro ficou em segundo lugar em sua semifinal, não conseguindo avançar para a final da competição. Desde então, o Brasil esteve presente em 21 edições olímpicas e tem um barco classificado para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
O Brasil tem como melhor resultado dois 4º lugares. O primeiro deles veio no Skiff Duplo masculino. Em Paris-1924, a dupla formada pelos irmãos Carlos e Edmundo Castello conseguiu uma inédita classificação para a final, terminando atrás dos barcos dos Estados Unidos, França e Suíça.
Já na edição de Los Angeles-1932, o barco nacional do Dois Com viria a repetir o desempenho dos irmãos Castello. Formado por Estevan Strata, José Ramalho e pelo timoneiro Francisco de Brício, o barco brasileiro fazia a estreia na categoria e terminou em quarto lugar entre os quatro barcos que disputaram aquela edição, ficando mais de 10 segundos atrás do barco francês, terceiro colocado.
O remador brasileiro que mais vezes participou de Jogos Olímpicos foi o catarinense Anderson Nocetti. Natural de Florianópolis, Anderson esteve presente em quatro Jogos Olímpicos, sempre na categoria skiff simples: Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. Dono de duas medalhas de prata e duas de bronze nos Jogos Pan-Americanos, Anderson teve como melhor resultado em olimpíadas o 13º lugar de Atenas-2004.
As mulheres do Brasil participaram dos Jogos Olímpicos pela primeira vez somente na edição de Atenas-2004, com Fabiana Beltrame. Maior nome do remo feminino e um dos maiores do Brasil, Fabiana acabou competindo em três edições olímpicas, sendo que em Atenas-2004 e Pequim-2008 a remadora competiu no Skiff Simples. Já em Londres-2012, a catarinense competiu no Skiff Duplo Leve ao lado de Luana Bartholo. Campeã mundial do skiff simples em 2011 e dona de duas pratas em Jogos Pan-Americanos, Fabiana teve como melhor colocação o 13º lugar de Londres-2012, quando competiu ao lado de Luana no skiff duplo leve.
Presente com dois barcos na Rio-2016, o Brasil contará com apenas um representante em Tóquio. Bronze no Campeonato Mundial Juvenil em 2016, Lucas Verthein se classificou para a disputa do skiff simples e tentará na capital japonesa colocar o Brasil novamente em destaque no remo olímpico.
Grandes nomes do remo nos Jogos Olímpicos
O remo olímpico teve ao longo de seus mais de 100 anos de disputas grandes atletas que marcaram o nome no esporte e também nos Jogos Olímpicos. Com grande força nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Canadá e Romênia, vem desses países a maioria dos principais atletas olímpicos da modalidade.
A Romênia é forte sobretudo no remo feminino. Apesar do remo feminino ter estreado apenas na edição de Montreal-1976, as romenas dominam a lista de maiores vencedoras do esporte em Jogos Olímpicos. Elisabeta Lipa é a atleta que mais conquistou medalhas, entre homens e mulheres, com cinco medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze em seis olimpíadas disputadas.
Também da Romênia vem o terceiro e o quarto nomes da lista de maiores vencedores da modalidade: Georgeta Damian e Doina Ignat. Georgeta também conquistou cinco medalhas de ouro, além de uma medalha de bronze. Já Doina somou em sua carreira quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Tanto Georgeta quanto Doina foram companheiras de Elisabeta Lipa na conquista do tricampeonato olímpico do Oito Com. Outras romenas que fazem parte do top 10 geral na lista de maiores vencedores do esporte são Viorica Susanu, Constanta Burcica e Elena Georgescu.
Da Grã-Bretanha vem o maior campeão do remo no masculino, Steve Redgrave. O remador britânico soma cinco medalhas de ouro e uma de bronze em cinco edições. Redgrave conquistou sua primeira medalha em 1984, um ouro no Quatro Com. Na edição seguinte, Seul-1988, o remador conquistou um ouro no Dois Sem e um bronze no Dois Com. Quatro anos depois, em Barcelona-1992, Redgrave voltaria a ser campeão do Dois Sem, e se tornaria tricampeão da prova em Atlanta-1996.
A última medalha do britânico veio nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, quando venceu a final do Quatro Sem. Como reconhecimento dos feitos de Redgrave, os britânicos escolheram o remador para ser o porta-bandeira do país em duas edições diferentes: Barcelona-1992 e Atlanta-1996.
Matthew Pinsent foi companheiro de Steve Redgrave em algumas de suas conquistas e também integra o quadro de maiores nomes da modalidade. Entre 1996 e 2004 o britânico conquistou quatro medalhas de ouro, sendo duas no Dois Sem e duas no Quatro Sem.
Jack Beresford foi uma das primeiras estrelas do remo britânico, tendo competido nos Jogos Olímpicos entre 1920 e 1936. Beresford foi o primeiro remador a conquistar medalhas em cinco edições consecutivas, tendo sido campeão olímpico do skiff simples em Paris-1924, do Quatro Sem em Amsterdã-1928 e do skiff duplo em Los Angeles-1932, além de somar uma prata no skiff simples e uma no Oito com. Destaque também para os britânicos Pete Reed e Andrew Triggs Hodge, detentores de três medalhas de ouro cada um.
Kathrin Boron, da Alemanha, completa o top 5 de maiores medalhistas da modalidade. Bicampeã olímpica do skiff duplo e do skiff quádruplo, a alemã de Eisenhüttenstadt, conquistou ainda o bronze no skiff quádruplo de Pequim-2008. Nascida na então Alemanha Oriental em 1969, Boron herdou dessa região a grande aptidão para o remo e tradição de grandes conquistas em Olimpíadas.
Apesar de ser um dos países mais vencedores da história do remo, os Estados Unidos têm a maioria de suas medalhas bem divididas entre seus remadores, o que faz com que o país não tenha nenhum nome entre os dez primeiros colocados na lista de maiores campeões olímpicos.
Quadro de medalhas do remo nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 33 | 32 | 24 | 89 |
Alemanha Oriental | 33 | 7 | 8 | 48 |
Grã-Bretanha | 31 | 24 | 13 | 68 |
Alemanha | 27 | 18 | 15 | 60 |
Romênia | 19 | 10 | 9 | 38 |
União Soviética | 12 | 20 | 10 | 42 |
Austrália | 11 | 15 | 14 | 40 |
Nova Zelândia | 11 | 3 | 10 | 24 |
Itália | 10 | 14 | 14 | 38 |
Canadá | 9 | 17 | 15 | 41 |
França | 7 | 14 | 13 | 34 |
Holanda | 7 | 12 | 12 | 31 |
Suíça | 7 | 8 | 9 | 24 |
Dinamarca | 7 | 5 | 12 | 24 |
Alemanha Ocidental | 4 | 4 | 6 | 14 |
Polônia | 4 | 3 | 11 | 18 |
Noruega | 3 | 6 | 8 | 17 |
Bulgária | 3 | 4 | 7 | 14 |
Finlândia | 3 | 1 | 3 | 7 |
Tchecoslováquia | 2 | 2 | 7 | 11 |
Bielorrússia | 2 | 1 | 4 | 7 |
China | 1 | 4 | 4 | 9 |
Croácia | 1 | 3 | 1 | 5 |
República Tcheca | 1 | 3 | 1 | 5 |
Eslovênia | 1 | 1 | 3 | 5 |
Iugoslávia | 1 | 1 | 3 | 5 |
Argentina | 1 | 1 | 2 | 4 |
África do Sul | 1 | 1 | 1 | 3 |
Ucrânia | 1 | 1 | 1 | 3 |
Rússia | 1 | 0 | 3 | 4 |
Bélgica | 0 | 6 | 2 | 8 |
Áustria | 0 | 3 | 2 | 5 |
Estônia | 0 | 2 | 1 | 3 |
Suécia | 0 | 2 | 0 | 2 |
Uruguai | 0 | 1 | 3 | 4 |
Grécia | 0 | 1 | 2 | 3 |
Hungria | 0 | 1 | 2 | 3 |
Lituânia | 0 | 1 | 2 | 3 |
Irlanda | 0 | 1 | 0 | 1 |
Espanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |
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O esporte
O remo faz parte da evolução humana desde que o mesmo desenvolveu esse meio de locomoção sobre as águas. Com o passar dos anos, o remo foi evoluindo e passou a ser encarado com esporte em meados do século XIX na Inglaterra, com a criação de alguns clubes às margens do rio Tâmisa, que corta a cidade de Londres. Entretanto, o esporte só passou a ser popular quando este chegou às universidades.
Alunos de Cambridge e Oxford ainda disputam anualmente regatas entre as duas universidades no Rio Tâmisa, com barcos distribuídos em classes segundo sua estrutura, peso, comprimento e quantidade de remadores.
No Brasil o esporte se popularizou no início do século XX quando jovens brasileiros, em especial no Rio de Janeiro e São Paulo, remavam nos rios, ainda limpos, de suas respectivas cidades. Alguns dos principais clubes do Rio de Janeiro surgiram justamente do remo, como Botafogo, Vasco e Flamengo.
A modalidade estreou nos Jogos Olímpicos da Era Moderna logo em sua segunda edição, Paris-1900. Na verdade, o remo era para ter feito sua estreia logo na primeira edição, mas as condições meteorológicas de Atenas na época das disputas acabaram por cancelar o esporte em 1896. Desde a sua entrada no programa olímpico o esporte nunca saiu, sendo um dos mais antigos em disputa.
O remo atualmente é praticado em barcos estreitos e leves onde os atletas se sentam de costas, voltados para a proa, e utilizam o tronco, pernas e braços para a locomoção da embarcação. As competições se dividem nos mais diversos barcos, podendo ser ocupados por uma pessoa, uma dupla, um quarteto ou uma equipe de oito atletas a depender da embarcação.
Também varia a quantidade de remos utilizados por atleta, podendo ser um ou dois, dependendo da categoria. Em todas as categorias a distância do percurso de disputas é de 2000 metros.
Os barcos são divididos em dois estilos: os parelhos e os pontas. O primeiro estilo são os barcos Parelhos ou Palamenta dupla, que são chamados skiffs. Para remar os atletas utilizam dois remos curtos. O Skiff simples pesa 14 kg, tem o comprimento de 8,20 metros e conta com um remador. O skiff duplo tem o peso de 27 kg, comprimento de 10,40 m e conta com dois remadores, enquanto o quádruplo skiff tem peso total de 52 kg, comprimento de 13,40 metros e conta com quatro remadores.
Já o segundo tipo de barco é chamado de Pontas ou Palamenta simples, podendo ter ou não timoneiros. Para remar os atletas utilizam apenas um remo longo. Neste último caso a presença ou a ausência do timoneiro (um atleta que dita o ritmo das remadas dos componentes do barco), complementa o nome do barco. Como por exemplo o Quatro Com (tendo a presença do timoneiro) e o Quatro Sem (sem a presença do timoneiro).
O Dois Sem Timoneiro tem peso de 27 kg, comprimento de 10,40 metros e conta com dois remadores. O Dois Com Timoneiro pesa 32 kg, e tem o mesmo comprimento da embarcação sem timoneiro, também contando com dois remadores, mas tendo o timoneiro a mais. O Quatro Sem tem o peso de 50 kg, medindo 13,40 metros e contando com quatro remadores. O Quatro Com pesa 51 kg, mede 13,70 metros e conta com quatro remadores mais o timoneiro. E o Oito Com tem o peso total de 96 kg, medindo 19,90 metros e tendo oito remadores mais um timoneiro.
Em Tóquio serão disputadas 14 categorias, sendo sete no masculino e sete no feminino. Pela primeira vez na história os homens e as mulheres disputarão as mesmas provas. Os barcos são divididos em regatas, com os primeiros colocados avançando diretamente para as semifinais e o restante disputando uma repescagem para completar as vagas. A final conta com apenas seis embarcações e são distribuídas uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze para os três primeiros colocados.