400m livre feminino
400m livre feminino – Natação – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Recordes dos 400m livre feminino
Recorde mundial: 3m56s46 – Katie Ledecky (USA) – Rio de Janeiro (BRA) – 07/08/2016
Recorde olímpico: 3m56s46 – Katie Ledecky (USA) – Rio de Janeiro (BRA) – 07/08/2016
Recorde Brasileiro: 4m09s41 – Joanna Maranhão – Rio de Janeiro (BRA) – 02/05/2017
Chances do Brasil nos 400m livre feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
O Brasil não terá representantes no evento em Tóquio-2020.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
O Brasil nos 400m livre feminino dos Jogos Olímpicos
A participação brasileira na prova começou de forma histórica, com a primeira final olímpica do Brasil na história da natação. O feito coube à Piedade Coutinho, então com 16 anos, que foi quinta colocada no evento apenas seis segundos distante do bronze em Berlim-1936.
Esse resultado é até hoje a melhor colocação de uma mulher brasileira na natação feminina, em provas de piscina, na história dos Jogos Olímpicos, empatada com Joanna Maranhão que ficou na mesma posição em Atenas-2004 nos 400 m medley.
Em Berlim o Brasil também foi representado por Scylla Venancio, que não passou das eliminatórias. O feito de Piedade foi registrado em telefoto pelo Jornal O Globo, a primeira da história da imprensa brasileira.
Assim como Maria Lenk, que foi recordista mundial dos 200 m peito em 1939, o cancelamento dos Jogos de Tóquio-1940 devido a Segunda Guerra Mundial impossibilitou que Piedade Coutinho pudesse ter uma carreira ainda mais grandioso. Afinal, ela manteve o alto nível competitivo indo a mais duas edições olímpicas pós-guerra, Londres-1948 e Helsinque-1952.
Em Londres, uma nova final olímpica, onde terminaria em sexto lugar pouco mais de sete segundos atrás do bronze. Nenhuma outra mulher brasileira chegou a duas finais olímpicas individuais além dela. Em Helsinque, Piedade ficou em 13º lugar. Maria Guimarães Zanini competiu em Montreal-1976 e Patricia Amorim em Seul-1988, ambas ficando pelas eliminatórias. A outra brasileira a representar o país na prova foi Monique Ferreira, que participou em Atenas-2004 e Pequim-2008. É a única atleta brasileira além de Piedade a ter se classificado em mais de uma edição olímpica nos 400m livre. Nas duas edições, não passou das eliminatórias.
Favoritas do 400m livre feminino nos Jogos de Tóquio-2020
Tricampeã mundial na distância, a americana Katie Ledecky é a maior favorita nesta prova para Tóquio-2020 e praticamente uma medalha certa para os Estados Unidos. O poderio da atleta americana, porém, tem sido ameaçado no ciclo nas provas de meio fundo, como são chamadas as distâncias de 200m e 400m e Ariarne Titmus, da Austrália, é quem mais tem desafiado a principal estrela dos Estados Unidos ultimamente.
A australiana conseguiu no Mundial de Gwangju-2019 o seu primeiro título individual justamente nos 400m livre, deixando Ledecky com uma raríssima medalha de prata. Titmus tem evoluído gradativamente e aparece como a principal estrela feminina da tradicional natação australiana.
Leah Smith, dos Estados Unidos, é o terceiro nome da prova atualmente e também está perto de superar a barreira dos 4 minutos, possuindo 4m00s65 como melhor marca. Foi bronze na prova nos Jogos do Rio, prata no Mundial de 2017 e bronze novamente no Mundial de 2019.
Além de americanas e australianas é bom destacar na lista de favoritas a China, que tem as jovens Li Bingjie e Wang Jianjiahe; a Rússia, que colocou Veronika Andrusenko e Anna Egorova na final do Mundial; a Hungria com Boglárka Kapás e Ajna Kesely; Simona Quadarella da Itália; Sarah Koeller da Alemanha; e Delfina Pignatiello da Argentina.
Histórico dos 400m livre feminino nos Jogos Olímpicos
Os 400m livre feminino estão presentes no programa olímpico desde Paris-1924. Assim como na maioria esmagadora das provas da natação os Estados Unidos são os maiores vencedores da prova com onze títulos olímpicos já conquistados. Bem longe das americanas vem as australianas e francesas com dois.
O poderio americano na prova começou com a conquista do ouro na prova nas três primeiras edições olímpicas onde ela foi disputada, com Martha Norelius, vencedora de Paris-1924 e Amsterdam-1928, e Helene Madison, em Los Angeles-1932.
A holandesa Rie Mastenbroek foi a primeira a quebrar o domínio americano ao vencer a prova em Berlim-1936. a australiana Lorraine Crap baixou pela primeira vez a barreira dos cinco minutos com 4m50s80.
As campeãs olímpicas dos Jogos pós-Segunda Guerra Mundial foram Ann Curtis, dos Estados Unidos, em Londres-1948, e Valéria Gyenge, da Hungria, em Helsinque-1952. Lorraine Crap, da Austrália, fez a alegria da torcida local ao vencer os 400m livre nos Jogos de Melbourne-1956.
Já os anos 60 foram totalmente dominados pelas americanas, que venceram as três edições olímpicas da década. Chris von Saltza, em Roma-1960, Ginny Duenkel, nos Jogos de Tóquio-1964, e Debbie Meyer, na edição de 1968, na Cidade do México-68.
Munique-1972 foi a primeira edição olímpica sem americanas no pódio da prova. O ouro foi vencido pela estrela australiana Shane Gould. Petra Thümer, da Alemanha Orienta, foi a campeã de Montreal-1976, com direito a recorde mundial. Em Moscou-1980, com boicote americano, as alemãs orientais fizeram pódio completo, com a campeã Ines Diers, a vice Petra Schneider e a medalhista de bronze Carmela Schmidt.
O boicote se reverteu quatro anos depois, nos Jogos de Los Angeles. Com alemãs orientais e soviéticas fora da briga, o ouro voltou para os Estados Unidos, com a campeã Tiffany Cohen em Moscou-80.
A Olimpíada de Seul-1988 apresentou ao mundo um dos maiores nomes da história da natação mundial, a americana Janet Evans, que teve sucesso nos 800m livre, mas fez grandes marcas na carreira também nos 400m, onde foi campeã olímpica.
Janet foi medalhista de prata nos Jogos seguintes, em Barcelona-1992, ficando atrás da alemã Dagmar Hase que levou o ouro. Quatro anos depois, em Atlanta-1996, quem brilhou foi a irlandesa Michelle Smith, onde conquistou além dos 400m livre, os ouros dos 200m medley e dos 400m medley, além do bronze nos 200m borboleta.
Brooke Bennett, outro grande nome da natação de fundo americana, deu aos Estados Unidos novamente a medalha de ouro, em Sydney-2000. Dois anos antes de quebrar o recorde mundial de Janet Evans, Laure Manaudou venceu a prova em Atenas-2004, conquistando o primeiro ouro de uma mulher francesa na natação olímpica.
Ao longo do ciclo olímpico rumo a Pequim-2008, Laure protagonizou uma grande rivalidade contra a italiana Federica Pellegrini, dentro e fora das piscinas. O stress entre as duas era tão grande que talvez por isso tenha atrapalhado o desempenho na final olímpica, onde Federica foi quarto e Laure oitavo lugar. Bom para a britânica Rebecca Adlington, que levou a medalha de ouro.
O ouro voltou para a França em Londres-2012 com Camille Muffat. Ela faleceu tragicamente três anos depois em um acidente de helicóptero em La Rioja, Argentina, onde ela e outros atletas franceses gravavam um reality show. Ketie Ledecky, a melhor nadadora de provas de fundo em todos os tempos na natação mundial, conquistou o ouro olímpico na Rio-2016 e ainda bateu o recorde mundial de Federica Pellegrini.
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As medalhistas dos 400m livre feminino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris 1924 | Martha Norelius (USA) | Helen Wainwright (USA) | Trudy Ederle (USA) |
Amsterdã 1928 | Martha Norelius (USA) | Zus Braun (NED) | Josephine McKim (USA) |
Los Angeles 1932 | Helene Madison (USA) | Lenore Kight (USA) | Jenny Maakal (RSA) |
Berlim 1936 | Rie Mastenbroek (NED) | Ragnhild Hveger (DEN) | Lenore Kight-Wingard (USA) |
Londres 1948 | Ann Curtis (USA) | Karen Margrethe Harup (DEN) | Cathie Gibson (GBR) |
Helsinque1952 | Valéria Gyenge (HUN) | Éva Novák (HUN) | Evelyn Kawamoto (USA) |
Melbourne 1956 | Lorraine Crapp (AUS) | Dawn Fraser (AUS) | Sylvia Ruuska (USA) |
Roma 1960 | Chris von Saltza (USA) | Jane Cederqvist (SWE) | Tineke Lagerberg (NED) |
Tóquio 1964 | Ginny Duenkel (USA) | Marilyn Ramenofsky (USA) | Terri Lee Stickles (USA) |
Cidade do México 1968 | Debbie Meyer (USA) | Linda Gustavson (USA) | Karen Moras (AUS) |
Munique 1972 | Shane Gould (AUS) | Novella Calligaris (ITA) | Gudrun Wegner (GDR) |
Montreal 1976 | Petra Thümer (GDR) | Shirley Babashoff (USA) | Shannon Smith (CAN) |
Moscou 1980 | Ines Diers (GDR) | Petra Schneider (GDR) | Carmela Schmidt (GDR) |
Los Angeles 1984 | Tiffany Cohen (USA) | Sarah Hardcastle (GBR) | June Croft (GBR) |
Seul 1988 | Janet Evans (USA) | Heike Friedrich (GDR) | Anke Möhring (GDR) |
Barcelona 1992 | Dagmar Hase (GER) | Janet Evans (USA) | Hayley Lewis (AUS) |
Atlanta 1996 | Michelle Smith (IRL) | Dagmar Hase (GER) | Kirsten Vlieghuis (NED) |
Sydney 2000 | Brooke Bennett (USA) | Diana Munz (USA) | Claudia Poll (CRC) |
Atenas 2004 | Laure Manaudou (FRA) | Otylia Jędrzejczak (POL) | Kaitlin Sandeno (USA) |
Pequim 2008 | Rebecca Adlington (GBR) | Katie Hoff (USA) | Jo Jackson (GBR) |
Londres 2012 | Camille Muffat (FRA) | Allison Schmitt (USA) | Rebecca Adlington (GBR) |
Rio 2016 | Katie Ledecky (USA) | Jazz Carlin (GBR) | Leah Smith (USA) |
Quadro de medalhas dos 400m livre feminino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 11 | 9 | 8 | 28 |
Alemanha Oriental | 2 | 2 | 3 | 7 |
Austrália | 2 | 1 | 2 | 5 |
França | 2 | 0 | 0 | 2 |
Grã-Bretanha | 1 | 2 | 4 | 7 |
Holanda | 1 | 1 | 2 | 4 |
Alemanha | 1 | 1 | 0 | 2 |
Hungria | 1 | 1 | 0 | 2 |
Irlanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
Dinamarca | 0 | 2 | 0 | 2 |
Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Suécia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
Costa Rica | 0 | 0 | 1 | 1 |
África do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |