Maratona aquática
Maratona aquática nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Provas da maratona aquática em Tóquio
Feminino
Masculino
+ 10km masculino
Calendário da maratona aquática em Tóquio
Local da competição
A maratona aquática em Tóquio 2020 será disputada na belíssima Odaiba Marine Park, um dos principais pontos turísticos de Tóquio. O parque, localizado em uma ilha artificial, oferece aos seus visitantes a vista de uma deslumbrante e futurista paisagem urbana de Tóquio, como o edifício da Fuji Tv e a Rainbow Bridge, ponte que liga o continente a Ilha. Para acompanhar as disputas, arquibancadas temporárias para 5.500 pessoas serão montadas e serão utilizadas também para as disputas de triatlo, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Jogos Paralímpicos.
O Brasil na maratona aquática dos Jogos Olímpicos
Mesmo com apenas três edições olímpicas disputadas, o Brasil já fez história na modalidade. O principal feito veio das braçadas de Poliana Okimoto, nos Jogos do Rio em 2016. A paulista foi medalhista de bronze na prova disputada na praia de Copacabana, conquistando assim a primeira medalha feminina da história do Brasil nos esportes aquáticos.
A medalha veio de forma inusitada, pois a princípio Poliana havia terminado a prova em quarto lugar, mas viu a francesa Aurielle Muller ser desclassificada por movimento irregular e conquistou assim a única medalha importante que lhe faltava.
Poliana disputou ainda os Jogos de Pequim-2008, quando ficou em 7º lugar, e Londres-2012, quando não conseguiu completar a prova, por causa de hipotermia. Além de Poliana, o Brasil teve também a participação de Ana Marcela Cunha, 5ª colocada em Pequim-2008 e 10ª colocada nos Jogos do Rio-2016. No masculino, o Brasil já foi representado em Jogos Olímpicos por Alan do Carmo, que foi 14º colocado em Pequim-2008 e 18º nos Jogos do Rio.
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Grandes nomes da maratona aquática nos Jogos Olímpicos
Ao citar grandes nomes da história da maratona aquática, é inevitável não falar de Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha, duas das maiores atletas do esporte do Brasil em todos os tempos, que colecionam ao longo da carreira ineditismos para o esporte feminino nacional.
Poliana apareceu primeiro, possuindo quatro medalhas em campeonatos mundiais, sendo a principal delas o ouro dos 10km no Mundial de Barcelona-2013, o título da Copa do Mundo de 2010 e, seu grande feito, a medalha de bronze dos Jogos do Rio em 2016. Ela se aposentou em 2017, aos 34 anos, mas continua ativa nos bastidores do esporte olímpico brasileiro, sendo peça atuante na comissão de atletas do COB.
Já Ana Marcela, que apareceu para o mundo ao ser quinta colocada nos Jogos de Pequim-2008, com apenas 16 anos, buscará em Tóquio-2020 a única medalha que lhe falta. A nadadora baiana é tetracampeã do Fina Marathon Swim World Series (2010, 2012, 2014 e 2018), seis vezes eleita a melhor do mundo no esporte (2010, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019), tetracampeã mundial dos 25km além de uma prata e dois bronzes mundiais nos 10km.
Ana Marcela conquistou ainda em 2019 o ouro dos Jogos Pan-Americanos de Lima e ingressou no Hall da Fama do esporte, onde também está Poliana Okimoto. É favorita ao ouro entre as mulheres em Tóquio-2020.
Alemanha, Rússia e Holanda são outros países que possuem grandes atletas na história da modalidade. O alemão Thomas Lurz é o maior medalhista em todos os tempos da história do esporte, possuindo 12 ouros em campeonatos mundiais, além da prata em Londres-2012 e do bronze em Pequim-2008 na prova.
Além dele, destaque para suas compatriotas Britta Kamrau e Angela Maurer, que mesmo aos 45 anos segue em atividade. A Rússia, que não vivem boa fase na modalidade atualmente, é o país com mais títulos mundiais de águas abertas, muito graças a Larisa Ilchenko, dona de oito ouros em campeonatos mundiais além de ser a detentora do primeiro ouro olímpico da modalidade, em Pequim-2008. Ela se aposentou em 2010 com apenas 22 anos de idade.
De seis ouros olímpicos já entregues nos 10km, a Holanda levou três deles. Maarten van der Weijden em Pequim-2008 e Ferry Weertman nos Jogos do Rio-2016 venceram para os homens. No feminino, nas águas da praia de Copacabana também foi holandesa, com Sharon van Rouwendaal. Os dois defenderão seus títulos em Tóquio.
Ainda na Europa destaque também para a campeã olímpica de Londres-2012, a húngara Eva Ristov e para os medalhistas olímpicos Marc-Antoine Olivier, da França, Rachele Bruni, da Itália, e Spyridon Gianniotis da Grécia.
Fora do continente europeu o maior destaque entre os homens é o tunisiano Oussama Melouli, campeão olímpico em Londres-2012 e até agora único da história do esporte a ser ouro tanto nas maratonas aquáticas quando nas provas da natação em piscina, visto que ele venceu também os 1500m livre em Pequim-2008. Ainda em Londres, subiu novamente no pódio dos 1500 com o bronze.
Entre as mulheres a única outra atleta não europeia, além de Poliana Okimoto, a conquistar uma medalha olímpica foi a americana Haley Anderson, vice-campeã em Londres-2012. Os Estados Unidos, tão tradicionais na natação, ainda buscam seu primeiro ouro nas maratonas aquáticas e apostam nas águas calmas da baía de Odaiba, condição preferida deles, para realizar este feito.
Quadro de medalhas da maratona aquática nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Holanda | 3 | 0 | 0 | 3 |
Hungria | 1 | 0 | 0 | 1 |
Rússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Tunísia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 2 | 1 | 3 |
Alemanha | 0 | 1 | 1 | 2 |
Itália | 0 | 1 | 1 | 2 |
Grécia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Estados Unidos | 0 | 1 | 0 | 1 |
Brasil | 0 | 0 | 1 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
França | 0 | 0 | 1 | 1 |
O esporte
A prática da maratona aquática se popularizou ao longo dos anos, ganhando muitos adeptos e despertando o interesse da FINA (Federação Internacional de Natação) e do COI (Comitê Olímpico Internacional). No Mundial de Perth (AUS), em 1991, a FINA incluiu a maratona aquática pela primeira vez, com a disputa dos 25km. Nove anos depois, no torneio disputado em Honolulu, no Havaí, foram incluídas também as provas de 5km e 10km, formando as provas que compõem o programa de disputas nos mundiais até os dias de hoje.
A modalidade teve seu ingresso aprovado pelo COI em 2005, quando a entidade anunciou que a disputa faria parte do programa da natação a partir dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. A prova escolhida para o programa olímpico foi a dos 10 km. Uma curiosidade é que muito antes de Pequim-2008 e das modernas e tecnológicas piscinas, a natação foi disputada em águas abertas. Em Atenas-1896 foi no Porto de Zea, em Paris-1900 no famoso rio Sena e em St Louis-1904 nas águas do Forest Park.
As disputas dos 10km das maratonas aquáticas contam com 25 atletas de cada gênero, largando obrigatoriamente de uma plataforma fixa. Independente se for disputado em um lago, rio ou no mar, a profundidade do local de competição tem que ter no mínimo 1,40m. Os nadadores podem inclusive tocar os pés no chão, mas não podem caminhar ou saltar utilizando o fundo como apoio durante a prova.
A temperatura da água, aferida no dia da prova, deve estar entre 16ºC e 31ºC, medida que vale desde 2010 após a morte do nadador americano Francis Crippen. A tragédia ocorreu no dia 23 de outubro de 2010, durante a última etapa da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas em Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos.
Os nadadores, como identificação, usam pulseiras com chips e números pintados nos seus corpos, definidos por meio de sorteio. Atrapalhar ou agredir o atleta adversário pode gerar desclassificação, como ocorreu nos Jogos do Rio-2016, quando a francesa Aurélie Muller usou o corpo para afundar a italiana Rachele Bruni próximas ao pórtico de chegada, quando disputavam as medalhas. Muller, que bateu em segundo lugar, foi desclassificada, deixando Bruni com a prata e a brasileira Poliana Okimoto com o bronze.
O pórtico de chegada, onde os atletas finalizam a prova e marcam suas posições, deve ter cinco metros de largura e ser fixado por duas boias para que não se mova por conta do vento ou da água.