-90 kg masculino
Chances do Brasil
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no -90 kg masculino do judô, o Brasil terá Rafael Macedo como representante na categoria do peso-médio. O judoca chega para Tóquio como o 19º do ranking olímpico.
Campeão mundial Júnior em 2014, Rafael Macedo disputa em Tóquio sua primeira Olimpíada e pode ser uma grata surpresa na disputa.
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Ele soma três vices em Pan-Americanos e tem como melhor resultado internacional um bronze no Grand Slam de Ekaterinburg 2019. Quem sabe com uma chave favorável, ele consiga avançar e brigar por um lugar na repescagem.
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Favoritos -90 kg masculino
A categoria peso-médio do judô masculino é outra que conta com grande equilíbrio de forças.
Apenas dois judocas conseguiram medalhas nos mundiais de 2017 e 2019: o sérvio Nemanja Majdov e do francês Axel Clegert. Dentre os dois, o que conta com melhores resultados é o sérvio Majdov, que foi campeão mundial em 2017 e bronze no mundial de 2019.
Além disso o sérvio, que está no top 5 da categoria, foi campeão do Grand Slam de Baku 2019 e medalhista de bronze no Grand Slam de Brasília 2019, dentre outros pódios. Já o francês Clegert conquistou duas medalhas de bronze nas edições de 2018 e 2019.
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O líder do ranking mundial é o espanhol de origem georgiana Nikoloz Sherazadishvili, que foi campeão mundial de 2021 e domina o Circuito Mundial da categoria. Ele conquistou a medalha de ouro no Grand Slam de Paris 2020, Grand Slam de Brasília 2019, Grand Slam de Abu Dhabi 2019, Masters de Guangzhou 2018 e Grand Prix de Budapeste 2019, além de ter sido vice-campeão do Masters de Qingdao 2019.
Outros fortes candidatos
O holandês Noel Van T’End também pode aparecer no pódio da categoria em Tóquio. Apesar de não ter sido tão constante no ciclo como seus adversários, Noel surpreendeu a todos e se tornou o último campeão do ciclo, levando o título disputado em Tóquio-2019. Vice-campeão mundial de 2018, o cubano Ivan Felipe Silva Morales tenta manter viva a tradição do judô masculino de seu país, que vem sofrendo para se renovar nos últimos anos. O cubano, nome sempre presente nos pódios do circuito, conquistou dentre outras medalhas a prata no Grand Slam de Brasília 2019 e o bronze no Grand Slam de Paris 2020.
O judoca escolhido para representar o sempre forte judô japonês foi Soichiro Mukai, que conquistou a medalha de prata do mundial de 2019 perdendo a final para Neol Van T’End. Campeão do Grand Slam de Osaka 2018 e medalhista de bronze nos Grand Slams de Osaka e Dusseldorf em 2019, o japonês teve altos e baixos ao longo do ciclo, mas se manteve entre os melhores do mundo no período.
O sul-coreano Gwank Dong-han, medalhista de bronze na Olimpíada de 2016 e no mundial de 2017, o azeri Mammadali Mehdiyev, e o georgiano que for escolhido pela federação local poderão surpreender os favoritos e conquistarem um lugar no pódio da Olimpíada de Tóquio.
O Brasil no -90 kg masculino do Jogos Olímpicos
O peso-médio masculino rendeu ao Brasil uma prata e um bronze nos Jogos Olímpicos.
Presente no maior evento esportivo desde a primeira participação do judô em 1964, é a categoria em que mais vezes o Brasil participou, estando presente em todas as edições disputadas. O primeiro judoca brasileiro na categoria foi Lhofei Shiozawa, que em Tóquio-1964 disputou a única edição em que os judocas foram divididos em grupos de quatro, com o melhor em cada um deles avançando para as quartas de final. Nessa fase, Lhofei acabou derrotado por um sul-coreano e terminou em quinto lugar. Em 1972, Lhofei voltou a representar o país nos Jogos Olímpicos de Munique, terminando em 13° lugar, com uma vitória e uma derrota.
O representante brasileiro nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 foi o paulistano Carlo Motta. Tico, como era apelidado, terminou em 13º.
Batendo na trave
Apenas quatro judocas do Brasil conseguiram alcançar a fase semifinal por duas vezes no judô em Olimpíadas. Mayra Aguiar no meio-pesado feminino, Tiago Camilo, no meio-médio e no peso-médio, Aurélio Miguel no meio-pesado masculino e Walter Carmona no peso-médio masculino.
Representante do Brasil nas edições de Moscou-1980 e Los Angeles-1984, Walter venceu suas três lutas até atingir as semifinais nas duas ocasiões, o que colocava o paulistano muito próximo das medalhas. Em 1980 ele acabou sendo derrotado por Detlef Ultsch, da Alemanha Oriental, na disputa da medalha de bronze. Ainda em 1980 o brasileiro também disputou a extinta categoria aberta, terminando em 10° lugar.
Em 1984, o paulistano voltou a atingir a semifinal, sendo derrotado pelo dono da casa, o estadunidense Robert Berland. No entanto, dessa vez o final da história foi diferente, com Walter Carmona vencendo sua luta pelo bronze contra Densign White, da Grã-Bretanha, e conquistando a primeira medalha do Brasil nessa categoria de peso. Walter Carmona ainda representaria o Brasil em Seul-1988, terminando em 13º lugar.
Wagner Castropil disputou a Olimpíada de Barcelona-1992 no peso-médio, perdendo logo em sua primeira luta por um yuko para o australiano Chris Bacon, terminando em 21º lugar.
Melhor resultado
Nos Jogos seguintes, Atlanta-1996, foi a vez de Edelmar Branco Zanol lutar pelo Brasil. Paulista de Guaíra, Branco terminou em nono.
Uma lesão próxima aos Jogos Olímpicos de Sidney-2000 retirou o titular da categoria no Brasil daquela edição. Em seu lugar entrou o reserva imediato da categoria, Carlos Honorato, que fez história.
O paulistano estreou na Olimpíada de Sidney contra Krisna Bayu, da Indonésia, e logo em seguida derrotou o Fernando González, da Espanha. A primeira grande surpresa do dia veio na fase seguinte, quartas de final, quando Carlos Honorato derrotou por ippon e de forma rápida aquele que era o atual campeão mundial, o japonês Hidehiko Yoshida. Nas semifinais mais uma vitória contra um forte oponente, o francês Frédéric Demontfaucon, garantindo assim uma surpreendente medalha.
Na final o brasileiro acabou sendo derrotado por Mark Huizinga, da Holanda, ficando com a medalha de prata. Ainda hoje a prata de Carlos Honorato conquistada em 2000 é o melhor resultado brasileiro no peso médio.
De Atenas até hoje
Na Olimpíada de Atenas 2004 o Brasil foi novamente representado por Carlos Honorato e terminou aquela edição em nono lugar. Em Pequim-2008 o Brasil foi representado por Eduardo Santos, que terminou em sétimo lugar.
Após a prata no peso leve em Sidney-2000 e o bronze no meio-médio em Pequim-2008, Tiago Camilo desembarcou na Olimpíada de Londres-2012 cotado para levar outra medalha em uma nova pegou uma pedreira pela frente, o grego Iliadis Iliadis, que o derrotou. Tiago Camilo também disputou a edição do Rio de Janeiro, naquela que marcou sua despedida em Jogos Olímpicos após quatro participações. Camilo encerrou sua participação em nono lugar.
Histórico -90 kg masculino nos Jogos Olímpicos
O peso-médio masculino é uma das quatro categorias que estão presentes em olimpíadas desde a primeira aparição do judô na competição em 1964. O maior campeão olímpico é o Japão, com quatro medalhas de ouro, tendo um tricampeonato consecutivo. Quem também venceu a categoria por mais de uma vez foi a Coreia do Sul, Geórgia e Áustria, com duas medalhas de ouro cada.
Com apenas sete campeões diferentes em 13 edições, o peso-médio é um dos que possuem menos variações de campeões no judô masculino, superando apenas o peso pesado nesse quesito. Atualmente o limite de peso na categoria é de até 90 kg.
Primeiras edições
As três primeiras edições foram vencidas pelo Japão, quando o limite de peso era de até 80 kg. Em 1964, na Olimpíada disputada em Tóquio, o campeão foi Isao Okano, que derrotou na final Wolfgang Hofmann, da Alemanha Unificada, se tornando o primeiro medalhista de ouro da categoria. A sequência de pódios japoneses foi interrompida na edição de Moscou-1980 com o boicote do país asiático aos Jogos Olímpicos realizados na União Soviética. Quem se aproveitou da ausência dos japoneses foi o suíço Jürg Röthlisberger, que derrotou na final o cubano Isaac Azcuy.
O austríaco Peter Seisenbacher é o único judoca bicampeão olímpico da história no peso-médio. A primeira conquista veio em Los Angeles-1984, quando o judoca europeu derrotou o dono da casa, o estadunidense Robert Bertland. O brasileiro Walter Carmona conquistou a medalha de bronze nesta edição, após bater na trave em Moscou-1980. O segundo ouro de Seisenbacher veio na edição seguinte de Seul-1988, batendo na final Pascal Tayot, da França. Já a Olímpiada de Atlanta-1996 deu à Coreia do Sul sua primeira medalha de ouro nessa categoria, com Jeon Ki-young.
Mudança em 2000
Em Sidney-2000 a categoria passou a aceitar o atual limite de peso de 90 kg e teve como campeão um holandês. Mark Huizinga derrotou na final o brasileiro Carlos Honorato. Carlos, que era reserva do Brasil na categoria e foi convocado após uma lesão do titular, surpreendeu vários favoritos ao longo do caminho, como o japonês Hidehiko Yoshida, campeão mundial no ano anterior.
A Geórgia se tornou bicampeã consecutiva nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008.
Após uma longa ausência de nove edições no topo do pódio, o Japão finalmente conseguiu conquistar uma medalha de ouro. A conquista veio na edição do Rio de Janeiro, em 2016, quando Mashu Baker derrotou um dos principais favoritos ao ouro, o georgiano Varlam Liparteliani.
Medalhistas- judô -90 kg masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Tóquio-1964 | Isao Okano (JAP) | Wolfgang Hofmann (ALE) | Jim Bregman (EUA) Kim Ui-Tae (COR) |
Munique-1972 | Shinobu Sekine (JAP) | Oh Seung-Rip (COR) | Brian Jacks Jean-Paul Coche |
Montreal-1976 | Isamu Sonoda (JAP) | Valery Dvoynikov (URS) | Park Yeong-Cheol (COR) Slavko Obadov (IUG) |
Moscou-1980 | Jürg Röthlisberger (SUI) | Isaac Azcuy (CUB) | Aleksandrs Jackēvičs (URS) Detlef Ultsch (GDR) |
Los Angeles-1984 | Peter Seisenbacher (AUT) | Bob Berland (EUA) | Seiki Nose (JAP) Wálter Carmona (BRA) |
Seul-1988 | Peter Seisenbacher (AUT) | Vladimir Shestakov (URS) | Ben Spijkers (HOL) Akinobu Osako (JAP) |
Barcelona-1992 | Waldemar Legień (POL) | Pascal Tayot (FRA) | Hirotaka Okada (JAP) Nicolas Gill (CAN) |
Atlanta-1996 | Jeon Gi-Yeong (COR) | Armen Bagdasarov (UZB) | Mark Huizinga (HOL) Marko Spittka (ALE) |
Sydney-2000 | Mark Huizinga (HOL) | Carlos Honorato (BRA) | Frédéric Demontfaucon (FRA) Ruslan Mashurenko (UCR) |
Atenas-2004 | Zurab Zviadauri (GEO) | Hiroshi Izumi (JAP) | Khasanbi Taov (RUS) Mark Huizinga (HOL) |
Pequim-2008 | Irakli Tsirekidze (GEO) | Amar Benikhlef (ALG) | Sergei Aschwanden (SUI) Hesham Misbah (EGI) |
Londres-2012 | Song Dae-Nam (COR) | Asley González (CUB) | Ilias Iliadis (GRE) Masashi Nishiyama (JAP) |
Rio-2016 | Mashu Baker (JAP) | Varlam Lip’art’eliani (GEO) | Gwak Dong-Han (COR) Cheng Xunzhao (CHI) |
Quadro de medalhas – judô -90 kg masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Japão | 4 | 1 | 4 | 9 |
Coreia do Sul | 2 | 1 | 3 | 6 |
Georgia | 2 | 1 | 0 | 3 |
Áustria | 2 | 0 | 0 | 2 |
Holanda | 1 | 0 | 3 | 4 |
Suíça | 1 | 0 | 1 | 2 |
Polônia | 1 | 0 | 0 | 1 |
União Soviética | 0 | 2 | 1 | 3 |
Cuba | 0 | 2 | 0 | 2 |
França | 0 | 1 | 2 | 3 |
Brasil | 0 | 1 | 1 | 2 |
Alemanha | 0 | 1 | 1 | 2 |
Estados Unidos | 0 | 1 | 1 | 2 |
Argélia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Uzbequistão | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Egito | 0 | 0 | 1 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Grécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
China | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Iugoslávia | 0 | 0 | 1 | 1 |