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-70 kg feminino

Chances do Brasil

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Brasil terá Maria Portela no -70 kg feminino do judô. A judoca vai para sua terceira participação consecutiva.

A judoca teve um início de ciclo muito forte, conquistou o ouro no Grand Slam de Moscou e chegou a assumir o primeiro lugar do ranking mundial.

+Confira um perfil completo de Maria Portela e suas chances na Olimpíada de Tóquio

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Maria Portela vai para sua terceira Olimpíada em Tóquio (Reprodução/IJF.org)

Entretanto, seu ciclo foi marcado por altos e baixos, com quedas precoces nos mundiais e bons resultados em etapas do Circuito Mundial, como a prata no Grand Prix de Ekaterimburgo de 2019 e o bronze no Grand Slam de Brasília em 2020.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

Os últimos meses de Maria Portela não foram dos melhores, mas mesmo assim a brasileira está entre aquelas judocas que em um bom dia podem surpreender as favoritas em Tóquio.

Favoritas -70 kg feminino

Olimpíada Tóquio 2020 judô -70kg
Chizuru Arai chega como grande favorita em Tóquio 2020 (IJJF/Di Feliciantonio Emanuele)

A japonesa Chizuru Arai dominou quase todo o ciclo olímpico e surge como a maior favorita ao ouro que será disputado na Arena Budokan, em Tóquio. Chizuru foi bicampeã mundial consecutiva em 2017 e 2018, além de ter sido campeã do Grand Slams de Dusseldorf em 2020, e dos Grand Slams de Osaka e Baku em 2019.

Atual campeã mundial do peso médio, a francesa Marie Eve Gahie também conquistou a prata na edição de 2018, o ouro no Grand Slam de Ekaterimburgo de 2019, além de ter sido medalhista do Masters do mesmo ano e aparece como maior ameaça a impedir a festa japonesa. 

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A Holanda conta com Sanne Van Dijke, que permaneceu no top 5 do ranking olímpico e tem grandes chances de conquistar uma das medalhas em disputa. Van Dijke vem de um ouro no Campeonato Europeu e de um bronze no Mundial de 2021.

Outras candidatas

A brasileira naturalizada portuguesa Bárbara Timo surpreendeu o mundo ao derrotar a japonesa Chizuru Arai no mundial de 2019, disputado no mesmo cenário que receberá a competição olímpica. Bárbara saiu do mundial de Tóquio-2019 com a medalha de prata após perder a final para Marie Eve. A portuguesa tentará surpreender novamente as grandes favoritas e subir ao pódio olímpico em Tóquio.

A colombiana Yuri Alvear não atravessa uma boa fase nos últimos dois anos, mas conquistou a medalha de bronze nos dois primeiros mundiais do ciclo, além de ter medalhado nas duas últimas olimpíadas e não pode ser descartada da lista de favoritas em Tóquio. 

Medalhistas no mundial de 2017, a porto-riquenha Maria Pérez e a espanhola María Bernabeu correm por fora por um lugar no pódio, assim como a austríaca Michaela Polleres, a sueca Anna Bernholm e a britânica Sally Conway, medalhista de bronze no mundial de Tóquio-2020 e da Olimpíada de 2016.

O Brasil no -70 kg feminino do Jogos Olímpicos

A primeira representante brasileira em Jogos Olímpicos no peso médio foi Rosicléia Campos, a Rosi. A carioca disputou as duas primeiras edições olímpicas da categoria, em Barcelona-1992 e Atlanta-1996, quando o peso limite ainda era de 66 kg. Rosi, que anos mais tarde viria a ser treinadora da seleção, se tornando uma das principais responsáveis pelo crescimento do judô feminino brasileiro, estreou em olimpíadas contra Heidi Hakels, da Bélgica. A vitória naquela luta ficou com a belga. Quatro anos depois, na Olimpíada de Atlanta, Rosicleia estreou com derrota para a coreana Cho Min-Sun, que se tornaria campeã olímpica daquele torneio. Na repescagem, Rosi perdeu para a chinesa Wang Xianbo, que sairia de Atlanta com o bronze.

Após ficar ausente por duas edições consecutivas do peso médio, o Brasil voltou aos Jogos Olímpicos em Pequim-2008. A representante brasileira era uma jovem promessa que havia completado 17 anos dias antes do início das olimpíadas. Mayara Aguiar era uma aposta da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), assim como Sarah Menezes, para o futuro do esporte brasileiro e tinha como principal objetivo naquela edição ganhar experiência. A jovem gaúcha acabou sendo derrotada logo na primeira luta pela espanhola Leire Iglesias, fato que seria bem diferente já a partir da edição seguinte, em Londres-2102 na categoria acima (-78 kg).

Domínino de Portela

A última representante brasileira na categoria até 70 kg foi a também gaúcha Maria Portela, por duas edições consecutivas. Na Olimpíada de Londres-2012, Portelinha, como é apelidada, chegou com a oitava colocação no ranking mundial, mas o sorteio das chaves acabou não favorecendo e ela caiu logo na primeira luta contra a colombiana Yuri Alvear, sua maior rival nas Américas e que já havia sido campeã mundial em 2009. 

Com a mudança de regras para aquela edição do sistema de repescagem, Portela não pode voltar para a competição em busca do bronze. Quatro anos depois a gaúcha disputou a Olimpíada Rio-2016 e estreou vencendo a turca Assmaa Niang. Na segunda rodada, no entanto, ela acabou perdendo nas punições para a austríaca Bernadette Graf, se despedindo dos Jogos.

Histórico -70 kg feminino nos Jogos Olímpicos

O peso médio feminino do judô teve ao longo de suas sete edições 12 países subindo ao pódio olímpico, tendo quatro deles conquistado a medalha de ouro. Criador e principal potência da modalidade, o Japão lidera a categoria com três medalhas de ouro, seguido de perto por Cuba, com dois ouros e uma prata. Completam os países que já foram campeões a Coréia do Sul e a França, com um ouro cada. Assim como a maioria das categorias olímpicas, o peso médio também teve a sua pesagem modificada na Olimpíada de Sidney-2000, passando do limite de 66 kg para os atuais 70 kg.

Cuba foi o primeiro país a conquistar a medalha de ouro do peso médio na Olimpíadas de Barcelona-1992 com Odalis Revé. A judoca bicampeã Pan-Americana conquistou o seu ouro após derrotar a italiana Daniela Pierantozzi, principal favorita da competição, na final. Pierantozzi naquele momento detinha o bicampeonato da categoria ao conquistar o ouro nos mundiais de Belgrado-1989 e Barcelona-1991. O primeiro dos bronzes ficou com a britânica Kate Howey, que derrotou a francesa Claire Lecat. O segundo bronze foi conquistado por Heidi Rakels, da Bélgica, ao derrotar a alemã Alexandra Schreiber.

Quatro anos mais tarde, uma outra potência do judô conquistou a medalha de ouro no peso médio. Através de Cho Min-Sun, a Coreia do Sul estreou no pódio da categoria e logo no topo. A caminhada de Min-Sun teve início contra a brasileira Rosicleia Campos, seguida por Wang Xianbo, da China, Dulce Piña, da República Dominicana, e Claudia Zwiers, da Holanda, na semifinal. Na grande final, a sul-coreana, bicampeã mundial em 1993 e 1995, derrotou a polonesa Aneta Szczepańska. Bronzes para a chinesa Wang Xianbo e a neerlandesa Claudia Zwiers.

Todas as informações do -70 kg feminino no dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, que serão disputados entre 24 de julho e 9 de agosto. Olimpíada
Rosicleia, pioneira da cateogira, com Maria Portela (arquivo)
De 2000 em diante

A edição de Sidney-2000 já contava com o novo limite de peso, os atuais 70 kg, e as disputas da categoria  aconteceram no dia 20 de setembro no Centro de Convenções e Eventos de Sidney. O ouro foi conquistado pela segunda vez por Cuba, através de Sibele Veranis, que havia vencido o último mundial do ciclo em 1999. O fato curioso ficou com o restante da formação daquele pódio, com todas as judocas já tendo conquistado medalhas nas edições anteriores. A medalhista de prata, a britânica Kate Howey, havia conquistado o bronze em 1992, a sul-coreana Cho Min-Sun, que ficou com um dos bronzes, havia vencido a edição anterior, e para completar, a italiana Ylenia Scapin, que ficou com o segundo bronze, já havia conquistado a prata na categoria de peso acima (meio pesado) na edição de 1996.

Maior potência do judô e também o maior vencedor dessa categoria, o Japão só estreou no pódio nos Jogos de Atenas-2004, e logo no lugar mais alto. Masae Ueno foi a responsável pelo feito, e como se fosse pouco, Ueno repetiu a dose quatro anos depois em Pequim-2008, tornando-se a única judoca bicampeã da categoria. Em 2004 ela derrotou na final a neerlandesa Edith Bosch, um dos maiores nomes da categoria. Bronzes para Qin Dongya, da China, e Annet Bohm, da Alemanha. 

Quatro anos depois, o título de Masae Ueno veio contra a cubana Anahysi Hernández, na Olimpíada de Pequim-2008. Um dos bronzes ficou com Edith Bosch e o outro foi conquistado pela estadunidense Ronda Rousey, que anos mais tarde se tornaria um dos maiores nomes da história do UFC. Essa edição também marcou a estreia da brasileira Mayra Aguiar em Jogos Olímpicos, tendo perdido na primeira luta.

França como segunda força

A França, segundo país mais vencedor da história no judô, só veio a conquistar uma medalha na categoria  -70 kg feminino na edição de 2012 e logo a de ouro. Lucie Décosse confirmou seu imenso favoritismo, já que desembarcou em Londres como bicampeã mundial no período. Um dos maiores nomes da história do judô, a francesa teve grande destaque também na categoria até 63 kg, tendo conquistado o bronze na Olimpíada de 2008. 

Se considerarmos os seus principais títulos nas duas categorias, a francesa soma um ouro e um bronze olímpico, três ouros e uma prata em mundiais, e quatro ouros, uma prata e dois bronzes em campeonatos europeus. A medalha de prata em Londres ficou com a alemã Kerstin Thiele. Campeã mundial em 2009, Yuri Alvear da Colômbia, conquistou uma das medalhas de bronze após perder nas quartas de final para Décosse e se recuperar na repescagem. Foi a primeira medalha da história no judô para o país sul-americano. O segundo bronze foi novamente para Edith Bosch, dos Países Baixos, a terceira medalha olímpica da judoca.

A atual campeã olímpica da categoria -70 kg é a japonesa Haruka Tachimoto, que conquistou a medalha de ouro na Arena Carioca 2 nas Olimpíadas do Rio de Janeiro-2016. A japonesa derrotou na final o principal nome da categoria naquele ciclo, a colombiana Yuri Alvear. Yuri havia conquistado medalha nos três mundiais daquele ciclo, sendo ouro nas edições de 2013 e 2014, e bronze no mundial de 2015. Sally Conway, da Grã-Bretanha, e Laura Vargas Koch, da Alemanha, completaram o pódio ao conquistarem os dois bronzes.    

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Outro local usado nos Jogos de 64, o Nippon Budokan receberá as competições de judô e caratê (Crédito: Divulgação)

Medalhistas – judô -70 kg feminino – Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Barcelona-1992Odalis Revé (CUB)Emanuela Pierantozzi (ITA)Heidi Rakels (BEL)
Kate Howey (GBR)
Atlanta-1996Jo Min-Seon (COR)Aneta Szczepańska (POL)Wang Xianbo (CHI)
Claudia Zwiers (HOL)
Sydney-2000Sibelis Veranes (CUB)Kate Howey (GBR)Jo Min-Seon (COR)
Ylenia Scapin (ITA)
Atenas-2004Masae Ueno (JAP)Edith Bosch (HOL)Qin Dongya (CHI)
Annett Böhm (ALE)
Pequim-2008Masae Ueno (JAP)Anaisis Hernández (CUB)Edith Bosch (HOL)
Ronda Rousey (EUA)
Londres-2012Lucie Décosse (FRA)Kerstin Thiele (ALE)Yuri Alvear (COL)
Edith Bosch (HOL)
Rio-2016Haruka Tachimoto (JAP)Yuri Alvear (HOL)Sally Conway (GBR)
Laura Vargas Koch (ALE)

Quadro de medalhas – judô -70 kg feminino – Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Japão3003
Cuba2103
Coreia do Sul1012
França1001
Holanda0134
Alemanha0123
Grã-Bretanha0123
Colômbia0112
Itália0112
Polônia0101
China0022
Bélgica0011
Estados Unidos0011