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-66 kg masculino

Chances do Brasil

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no -66 kg masculino, o Brasil terá Daniel Cargnin como representante na categoria. O judoca chega para Tóquio como o 13º do ranking olímpico.

Daniel Cargnin é bicampeão pan-americano da categoria e tem como melhor resultado internacional o título do Grand Slam de Brasília em 2019, além de um bronze no Grand Prix de Tel Aviv em 2018.

+Confira um perfil completo de Daniel Cargnin e os principais resultados do judoca no ciclo olímpico

As chances de medalha não são as melhores, mas elas existem. Daniel Cargnin tem apenas 23, vai estrear em Jogos Olímpicos e ainda tem muito a conquistar. Certamente, Tóquio servirá de experiência para os próximos anos.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

Daniel Carngnin - judô - meio-leve  -66kg - Olimpíada de Tóquio 2020
Daniel Cargnin, jovem da categoria meio-leve do Brasil que estará na Olimpíada de Tóquio (FIJ)

Favoritos -66 kg masculino

A categoria do judô japonês com a mais apertada convocação para os Jogos que serão realizados no próprio país foi a categoria meio-leve. Hifumi Abe foi campeão mundial de 2017 e 2018, e só não foi campeão do mundial de 2019 porque foi derrotado por seu compatriota e rival pela vaga olímpica Joshiro Maruyama nas semifinais, terminando com a medalha de bronze. No fim das contas, Hifumi Abe foi o escolhido e chega como o grande favorito. Fato é que Joshiro Maruyama, caso fosse selecionado, também chegaria ao Japão como favorito. O restante que lute!

Apesar de não ter conseguido conquistar nenhuma medalha nos mundiais do ciclo, o judoca que apresenta o maior crescimento nos últimos meses é o italiano Manuel Lombardo. Ele foi campeão do Grand Slam de Abu Dhabi de 2019 e do Masters de Qingdao, além de ter sido vice-campeão do Grand Slam de Brasília, ambos também em 2019. Com tudo isso o jovem italiano lidera o ranking olímpico na categoria.

Outro país que teve uma grande disputa interna pela vaga nessa categoria foi a Coreia do Sul, com An Baul e Lim-hwan Kim. An Baul ficou com a vaga, ele que é o atual vice-campeão olímpico e foi medalhista de bronze no mundial de 2018, Lim-hwan é o atual vice-campeão mundial e ficou de fora. An Baul é uma boa aposta para o pódio em Tóquio.

Vazha Margvelashvili, da Geógia, Mikhail Puliaev, da Rússia, Georgii Zantaraia, da Ucrânia, e Denis Vieru, da Moldávia, conquistaram medalhas de prata ou de bronze nos três mundiais do ciclo e podem aparecer novamente no pódio de Tóquio. Já Kherlen Ganbold, da Mongólia, Baruch Shmailov, de Israel, e o brasileiro Daniel Cargnin, que foi campeão do Grand Slam de Brasília de 2019 batendo o italiano Manuel Lombardo, correm por fora nessa luta pela medalha olímpica. 

Daniel Cargnin Grand Slam de Kazan de judô
Daniel Cargnin Grand Slam de Kazan de judô(Gabriela Sabau/IJF)

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O Brasil no -66 kg masculino do Jogos Olímpicos

A categoria meio-leve deu a segunda medalha de ouro olímpica para o Brasil no judô, com Rogério Sampaio em 1992. Presente no programa olímpico desde os Jogos de Moscou-1980, o país esteve representado em todas as edições, sendo uma das categorias mais tradicionais para o Brasil.

O primeiro judoca do Brasil a disputar o peso meio-leve foi Luiz Onmura, em Moscou-1980. O paulistano começou vencendo, mas caiu logo em seguida, terminando na 13ª colocação. Em Los Angeles-1984 foi a vez de Sérgio Sano representar o Brasil, terminando em 7º lugar. Em Seul-1988 o santista Ricardo Cardoso foi derrotado logo na primeira luta.

Após conquistar o primeiro ouro de sua história com Aurélio Miguel na categoria meio-pesado na Olimpíada de 1988, o Brasil desembarcou confiante em uma nova medalha dourada no judô. E ela veio com Rogério Sampaio na categoria meio-leve. Natural de Santos, Rogério não era apontado como um dos principais candidatos ao pódio, mas acabou surpreendendo os favoritos e saiu com a glória máxima daquela edição de Barcelona-1992. A grande final foi contra Jozsef Csak, da Húngria, com o brasileiro vencendo por um wazari e conquistando nossa segunda medalha de ouro do judô em olimpíadas.

Após o feito de Rogério Sampaio, que foi para a disputa do bronze. E na luta que rendeu o segundo pódio seguido do Brasil no peso meio-leve, Henrique Guimarães derrotou Philip Laats, da Bélgica. Henrique ainda seria o representante brasileiro nas duas seguintes edições olímpicas, Sidney-200 e Atenas-2004, mas acabou saindo sem medalhas em ambas, tendo o nono lugar de 2000 como o melhor resultado.

Rogério Sampaio levou a prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona
Rogério Sampaio levou a prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona (Divulgação/CBJ)

As duas edições seguintes tiveram um gosto amargo para o judô brasileiro. Os brasileiros chegaram aos Jogos Olímpicos como grandes favoritos ao pódio, mas acabaram sendo eliminados precocemente. Em Pequim-2008 o gaúcho João Derly chegava como bicampeão mundial do ciclo e grande favorito à medalha de ouro, no entanto após vencer a sua primeira luta, veio uma das maiores zebras daquela edição olímpica no judô. O brasileiro lutou contra o português Pedro Dias, que não tinha grande projeção internacional, e acabou derrotado, dando adeus ao sonho da medalha. 

Na edição seguinte, Londres-2012, foi a vez de Leandro Cunha, o Coxinha, chegar com grande favoritismo após ser duas vezes consecutivas vice-campeão mundial. Entretanto, Coxinha foi derrotado logo na primeira luta pelo polonês Pawel Zagrodnik.

A última edição olímpica foi disputada por Charles Chibana, no Rio de Janeiro em 2016. Logo em sua primeira luta, na segunda rodada do torneio, o brasileiro se encontrou com o japonês Masashi Ebinuma, sendo derrotado por um ippon.

Histórico -66 kg masculino nos Jogos Olímpicos

A categoria meio-leve entrou no programa olímpico a partir dos Jogos de Moscou-1980. Até a edição de Atlanta-1996, o limite de peso da categoria era de até 65 kg, sendo alterado para os atuais 66 kg nos Jogos Olímpicos de Sidney-2000. O meio-leve é uma das categorias com a maior diversidade de campeões olímpicos no judô. Em suas dez edições disputadas, apenas o Japão, com três medalhas, conquistou mais de um ouro. São oito países diferentes no topo do pódio olímpico.

Competindo em casa, o soviético Nikolay Solodukhin se tornou o primeiro campeão olímpico no peso meio-leve. O Japão conquistaria a sua primeira medalha na edição seguinte de Los Angeles-1984, deixando a prata com o sul-coreano Hwang Jung-oh.

A Coreia do Sul sediou a Olimpíada de 1988 na cidade de Seul e teve um grande desempenho no judô. Uma das medalhas de ouro conquistadas em casa veio justamente no meio-leve com Lee Kyung-Keun. 

Barcelona-1992 marcou a conquista da segunda medalha de ouro do Brasil no judô. Ela veio com Rogério Sampaio na categoria meio-leve após derrotar na final o húngaro József Csák. A medalha de Rogério Sampaio é até hoje o único ouro conquistado por um país das Américas nesta categoria. 

Após ser bronze em Barcelona-1992, Udo Quelmmalz melhorou seu desempenho em Atlanta-1996 e subiu ao topo do pódio, dando à Alemanha a medalha de ouro. Foi também nessa edição que o brasileiro Henrique Guimarães conquistou sua medalha de bronze. Em Sidney-2000 o ouro ficou com Huseyin Ozkan, batendo na final o francês Larbi Benboudaoud. O italiano Girolamo Giovinazzo, que havia sido vice-campeão olímpico em 1996 na categoria ligeiro, subiu de peso e conquistou uma das medalhas de bronze em Sidney.

O único judoca bicampeão olímpico no peso meio-leve conquistou suas medalhas em Atenas-2004 e Pequim-2008. O japonês Masato Uchishiba conquistou seu primeiro ouro contra o eslovaco Jozef Krnac, em Atenas, e o segundo contra o francês Benjamin Darbelet, em Pequim. Nas duas edições quem também aparece no pódio com duas medalhas de bronze é o cubano Yordanis Arencibia. 

Outros dois países distintos subiram ao topo do pódio nas últimas edições olímpicas. Em Londres-2012 o campeão foi o georgiano Lasha Shavdatuashvili. Já no Rio de Janeiro, em 2016, o campeão foi uma grande surpresa, já que não aparecia entre os cotados para levar a medalha de ouro. O jovem italiano Fábio Basile, que até então não tinha resultados de grande expressão na carreira, derrotou na final o campeão mundial de 2015, o sul-coreano An Ba-ul, conquistando a medalha de ouro. Tanto em Londres quanto no Rio de Janeiro o grande favorito da categoria, Masahi Ebinuma terminou com a medalha de bronze. Apontado por muitos como um dos judocas mais técnicos de todos os tempos, o japonês caiu nas semifinais nas duas edições.

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Outro local usado nos Jogos de 64, o Nippon Budokan receberá as competições de judô e caratê (Crédito: Divulgação)

Medalhistas – judô -66 kg masculino – Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Moscou-1980Nikolay Solodukhin (URS)Tsendiin Damdin (MGL)Iliyan Nedkov (BUL)
Janusz Pawłowski (POL)
Los Angeles-1984Yoshiyuki Matsuoka (JAP)Hwang Jeong-Oh (COR)Marc Alexandre (FRA)
Pepi Reiter (AUT)
Seul-1988Lee Gyeong-Geun (COR)Janusz Pawłowski (POL)Yosuke Yamamoto (JAP)
Bruno Carabetta (FRA)
Barcelona-1992Rogério Sampaio (BRA)József Csák (HUN)Udo Quellmalz (ALE)
Israel Hernández (CUB)
Atlanta-1996Udo Quellmalz (ALE)Yukimasa Nakamura (JAP)Henrique Guimarães (BRA)
Israel Hernández (CUB)
Sydney-2000Hüseyin Özkan (TUR)Larbi Benboudaoud (FRA)Giorgi Vazagashvili (GEO)
Girolamo Giovinazzo (ITA)
Atenas-2004Masato Uchishiba (JAP)DoDo Krnáč (ELQ)Georgi Georgiev (BUL)
Yordanis Arencibia (CUB)
Pequim-2008Masato Uchishiba (JAP)Benjamin Darbelet (FRA)Yordanis Arencibia (CUB)
Pak Chol-Min (PRK)
Londres-2012Lasha Shavdatuashvili (GEO)Miklós Ungvári (HUN)Masashi Ebinuma (JAP)
Jo Jun-Ho (COR)
Rio-2016Fabio Basile (ITA)An Ba-Ul (COR)Rishod Sobirov (UZB)
Masashi Ebinuma (JAP)

Quadro de medalhas – judô -66 kg masculino – Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Japão3137
Coreia do Sul1214
Brasil1012
Georgia1012
Alemanha1012
Itália1012
União Soviética1001
Turquia1001
França0224
Hungria0202
Polônia0112
Mongólia0101
Eslováquia0101
Cuba0044
Bulgária0022
Áustria0011
Coreia do Norte0011
Uzbequistão0011