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-52 kg feminino

Chances do Brasil

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Brasil selecionou Larissa Pimenta na categoria -52 kg feminino do judô. Ela não chega para a Olimpíada do Japão como candidata ao pódio.

Aos 22 anos, a 14ª do ranking olímpico vai para sua primeira olimpíada. Seus melhores resultados na carreira são o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, uma prata no Grand Slam de Brasília e o bronze por equipes no mundial de 2021.

+ Confira um perfil completo de Larissa Pimenta e os resultados prévios à Olimpíada de Tóquio

A judoca tem muito a evoluir e é uma das promessas brasileiras para as próximas edições de Jogos Olímpicos. Mas Olimpíada sempre tem uma surpresa, Tóquio 2020 não será diferente e o judô feminino do Brasil tem grande tradição

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

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Larissa Pimenta, a representante do Brasil na categoria -52kg na Olimpíada de Tóquio 2020 (arquivo)

Favoritas até -52 kg feminino

A grande favorita ao ouro em Tóquio é a japonesa Uta Abe, que conquistou as medalhas de ouro nos mundiais de 2018 e 2019, e não competiu no de 2021. Irmã de Hifumi Abe, que também foi campeão mundial duas vezes nesse ciclo na mesma categoria, porém na versão masculina, Uta vem fazendo um ciclo olímpico muito forte, ainda que tenha competido pouco no período. Ela venceu o Grand Slam de Osaka em 2018 e o de Dusseldorf em 2020, além de ter sido vice do Grand Slam de Osaka em 2019. Assim ela lidera o ranking olímpico na categoria meio-leve do judô.

Na sua cola no ranking está a francesa Amandine Buchard, que foi medalhista de bronze nos mundiais de 2017 e 2018, além de ter conquistado o Grand Slam de Osaka de 2019 batendo na final justamente Uta Abe. Ela ainda foi vice-campeã do Masters de Qingdao, na China, e do Grand Slam de Dusseldorf.

Natalia Kuziutina conquistou uma das medalhas de bronze na Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016 e tentará repetir o pódio em Tóquio 2020. Vice-campeã mundial em 2019, quando perdeu para Uta Abe, Kuziutina apareceu pouco no circuito nos últimos anos, como no título conquistado no Aberto de Perth de 2019 e no quinto lugar no Masters de Qingdao.

Campeã do Grand Slam de Brasília de 2019, vice do Grand Slam de Abu Dhabi em 2019 e de Paris em 2020, e atual vice-campeã olímpica da categoria. Essa é apenas uma parte das credenciais apresentadas de Odette Giuffrida, da Itália, e que a torna uma das grandes favoritas ao pódio em Tóquio. 

Quem fecha esse quinteto de favoritas é a kosovar Majlinfa Kelmendi, atual campeã olímpica. Ao contrário do ciclo passado, a judoca do país europeu não apareceu em tantas competições, o que dificulta analisar o seu real nível atual, mas levando-se em conta a sua medalha de bronze no mundial de 2019 e os títulos nos Grand Slams de Dusseldorf e Abu Dhabi, ambos em 2019, podemos colocar facilmente o seu nome entre as favoritas.    

O Brasil no -52 kg feminino

A categoria -52 kg do judô teve como melhor resultado o quinto lugar de Érika Miranda na Rio-2016. O país esteve presente em cinco das sete edições disputadas, ficando ausente dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 e Sidney-2000. Na estreia da modalidade em Barcelona-1992 o Brasil foi representado pela carioca Patrícia Bevilacqua. Em sua primeira luta a judoca foi derrotada pela chinesa Li Zhongyun, sendo mandada para a repescagem. Em sua primeira luta na repescagem, els derrotou a australiana Cathy Grainger, mas acabou sendo superada pela argentina Carolina Mariani na luta seguinte, se despedindo dos Jogos.

Após ficar ausente por duas olimpíadas seguidas, o Brasil voltou a contar com a presença de uma representante no peso leve, Fabiane Hukuda foi a responsável por recolocar o Brasil no mapa olímpico da categoria, mas acabou sendo derrotada logo em sua primeira luta contra a britânica Georgina Singleton por um ippon. 

Para Pequim-2008, a expectativa era alta, pois existia uma chance real de o Brasil conquistar sua primeira medalha da história no judô nesta categoria. A brasiliense Érika Miranda havia feito um ciclo bem consistente, com um quinto lugar no mundial de 2007 e diversos pódios em Grand Slams e Grand Prix. Entretanto, às vésperas do início das disputas, a judoca acabou sofrendo uma grave lesão no ligamento colateral de seu joelho direito e precisou ser cortada. 

Sua reserva, Andressa Marques, foi chamada às pressas e assumiu o seu lugar, porém foi logo derrotada na primeira luta pela dominicana María García. Quatro anos depois, em Londres-2012, Érika Miranda teve enfim sua primeira chance de disputar os Jogos Olímpicos. Novamente cotada ao pódio, a brasileira acabou sendo surpreendida por K-O Min, da Coreia do Sul e deu adeus logo em sua primeira luta.

Após ter conquistado medalha em todos os mundiais do ciclo olímpico de 2016, Érika vivia seu melhor momento na carreira e lutaria diante de sua torcida com status de grande favorita ao pódio. Seu caminho estava sendo bem trilhado, quando acabou perdendo de forma inesperada para a chinesa Ma Yingnan nas quartas de final por um wazari. Dessa forma, Érika passou a buscar uma medalha de bronze através da repescagem, vencendo outra favorita ao pódio, a romena Andeea Chitu, por um ippon. 

Na disputa do bronze, a brasiliense enfrentou a pedreira do Japão, Misato Nakamura. Érika, que sempre teve o judô asiático como sua maior pedra no sapato, chegou a ficar à frente da luta por um bom tempo devido às punições que ela conseguiu forçar na rival. Entretanto, a luta acabou empatada e no golden score a brasileira acabou sendo derrotada por um yuko.

Larissa Pimenta, do judô, nos Jogos Pan-Americanos
Larissa Pimenta, campeã dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 (Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

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Histórico até -52 kg feminino nos Jogos Olímpicos

Disputada por judocas com até 52 kg, a categoria meio-leve feminina é a única em que o Japão nunca conquistou uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos, tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Com sete edições disputadas, o país que mais vezes subiu no topo do pódio foi a China com duas medalhas de ouro. Sem conquistar medalhas nesse peso, o melhor resultado brasileiro foi o quinto lugar de Érika Miranda na Rio-2016.

A primeira campeã olímpica na categoria meio-leve foi a espanhola Almudena Muñoz. Competindo em sua própria casa, a espanhola derrotou na final dos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 a japonesa Noriko Mizoguchi. O primeiro pódio olímpico da categoria foi completado por Li Zhongyun, da China, e por Sharon Rendle, da Grã-Bretanha. Já na edição seguinte, Atlanta-1996, a campeã foi a francesa Mari-Claire Restoux. Na final, a francesa derrotou a sul-coreana Hyun Sook-hee. As medalhas de bronze ficaram com a japonesa Noriko Nazaraki e com a cubana Legna Verdecia.

Foram justamente as duas medalhistas de bronze das Olimpíadas de Atlanta que protagonizaram a grande final das Olimpíadas de Sidney-2000. Após se tornarem nomes frequentes nos pódios das grandes competições do ciclo de Sidney, a japonesa Noriko Nazaraki e a cubana Lena Verdecia se encontraram na final olímpica, onde a cubana levou a melhor e venceu o combate.

Atenas-2004 e Pequim-2008 viram o brilho da chinesa Xian Dongmei, que se tornou a primeira e até hoje única judoca a conquistar o bicampeonato no meio-leve. Para conquistar a primeira medalha de ouro, ela venceu na final a japonesa Yuki Yokosawa e para conquistar a segunda, venceu na final disputada em solo chinês a norte-coreana An Kum-ae. No pódio de Atenas ainda esteve presente com um dos bronzes a cubana Amarilis Savón, que já havia conquistado duas medalhas de bronze no peso mais leve nas edições de 1992 e 1996. 

Após ser vice-campeã na Olimpíada de Pequim-2008, a norte-coreana An Kum-ae escalou um degrau no pódio em Londres-2012 e se tornou campeã olímpica. No caminho até o ouro, ela bateu a japonesa Misato Nakamura, grande favorita ao ouro e que havia conquistado dois ouros e uma prata nos três mundiais anteriores aos Jogos Olímpicos de Londres. Os bronzes ficaram com Priscilla Gneto da França e Rosalba Forciniti da Itália.

A mais recente campeã olímpica é a kosovar Majlinda Kelmendi, com o seu ouro conquistado no Rio de Janeiro em 2016. Grande favorita ao ouro, a kosovar nos anos anteriores aos Jogos Olímpicos conquistou duas medalhas de ouro em mundiais, além de ser presença constante nos pódios do Grand Prix e dos Grand Slams. Na final a judoca bateu, a italiana Odette Giuffrida, dando ao Kosovo sua primeira medalha em toda a história olímpica. Os bronzes foram conquistados por Natalia Kuziutina, da Rússia, e pela japonesa Misato Nakamura, que derrotou a brasileira Erika Miranda na luta pelo bronze.

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Outro local usado na Olimpíada de Tóquio 1964, o Nippon Budokan receberá as competições de judô e caratê (Crédito: Divulgação)

Medalhistas – judô -52 kg feminino – Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Barcelona-1992Almudena Muñoz (ESP)Noriko Mizoguchi (JAP)Li Zhongyun (CHI)
Sharon Rendle (GBR)
Atlanta-1996Marie-Claire Restoux (FRA)Hyeon Suk-Hui (COR)Noriko Sugawara (JAP)
Legna Verdecia (CUB)
Sydney-2000Legna Verdecia (CUB)Noriko Sugawara-Narazaki (JAP)Kye Sun-Hui (PRK)
Liu Yuxiang (CHI)
Atenas-2004Xian Dongmei (CHI)Yuki Yokosawa (JAP)Amarilis Savón (CUB)
Ilse Heylen (BEL)
Pequim-2008Xian Dongmei (CHI)An Kum-Ae (PRK)Soraya Haddad (ALG)
Misato Nakamura (JAP)
Londres-2012An Kum-Ae (PRK)Yanet Bermoy (CUB)Rosalba Forciniti (ITA)
Priscilla Gneto (FRA)
Rio-2016Majlinda Kelmendi (KOS)Odette Giuffrida (ITA)Misato Nakamura (JAP)
Nataliya Kuzyutina (RUS)

Quadro de medalhas – judô -52 kg feminino – Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
China2024
Cuba1124
Coreia do Norte1113
França1012
Kosovo1001
Espanha1001
Japão0336
Itália0112
Coreia do Sul0101
Argélia0011
Bélgica0011
Grã-Bretanha0011
Rússia0011