-100 kg masculino
Chances do Brasil
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no -100 kg masculino do judô, o Brasil terá Rafael Buzacarini como representante na categoria do meio-pesado. Essa será a segunda edição de Jogos Olímpicos da carreira do judoca. Na Rio-2016, ele terminou no nono lugar.
Rafael Buzacarini chega para Tóquio como o 17º do ranking olímpico. Seu melhor resultado no ciclo de Tóquio foi uma prata no Grand Slam de Brasília 2019.
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A categoria tem vários favoritos e as chances de pódio são pequenas para Rafael Buzacarini. À favor, ele tem a experiência de já ter competido em Jogos Olímpicos. Caso dê sorte no chaveamento ou vença um dos favoritos, algo recorrente em Olimpíada, o judoca pode surpreender.
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Favoritos -100 kg masculino
Com a mudança de peso do tcheco Lukas Krpalek para a categoria de cima, o meio-pesado se tornou uma categoria aberta com alguns nomes que se revezaram no topo do pódio no último ciclo.
O sul-coreano Cho Gu-ham foi campeão mundial de 2019, além do Grand Slam de Abu Dhabi 2019, o Grand Prix de Hohhot de 2019 e um vice-campeonato do Grand Slam de Dusseldorf de 2019. Após ficar ausente do pódio no último Mundial de 2021, o sul-coreano tentará retomar o caminho das vitórias na Olimpíada de Tóquio.
Quem também conquistou uma medalha de ouro em mundiais no ciclo foi o japonês Aaron Wolf, na cidade de Budapeste em 2017. O japonês também conquistou a medalha de bronze no mundial de 2019. Campeão do Grand Slam de 2018 e do Grand Prix de Budapeste de 2019, o japonês tentará conquistar na tradicional Arena Budokan o ouro que escapou do Japão nas últimas olimpíadas.
Vice-campeão mundial em 2017 e 2018, o georgiano Varlam Liparteliani conquistou ainda o ouro no tradicional Grand Slam de Paris 2019, e foi vice-campeão no mesmo evento em 2020. Ele chega para Tóquio como o número 1 do ranking olímpico.
Outros candidatos
Medalhista de bronze no mundial de 2019, o neerlandês Michael Korrel conquistou o ouro no Grand Slam de Baku 2019 e o bronze no Grand Slam de Paris de 2020. Já o israelense Peter Paltchik foi campeão do Grand Slam de Paris de 2020, do Grand Slam de Abu Dhabi de 2018 e do Grand Prix de Telavive de 2020. Os três formam o segundo bloco de forças da categoria e também devem brigar por um lugar no pódio em Tóquio.
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O português Jorge Fonseca surpreendeu a todos ao conquistar a medalha de ouro no mundial de 2021. Entre aqueles que podem surpreender estão Shady Elnahas, do Canadá, Alexandre Iddir, da França, e Otgonbaatar Lkhagvasuren, da Mongólia.
O Brasil no -100 kg masculino do Jogos Olímpicos
O meio-pesado é a categoria mais vitoriosa do judô brasileiro. Presente no programa olímpico desde Munique-1972 a categoria deu ao Brasil sua primeira medalha no judô, logo em sua estreia, com Chiaki Ishii. Foi também no meio-pesado a primeira medalha de ouro olímpica do esporte, com Aurélio Miguel em Seul-1988. No total a categoria, que teve brasileiros em todas as edições, conquistou quatro medalhas.
O início de tudo, inclusive da vencedora história olímpica do judô brasileiro, começou com Chiaki Ishii em Munique-1972. Japonês, o pai de Tânia e Vânia Ishii, se mudou para o Brasil após a decepção de não conseguir se classificar para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964. Por aqui abriu uma academia, fez residência e foi convidado a se naturalizar. A reviravolta em sua vida foi completada em Munique-1972, quando já defendendo as cores do Brasil conquistou a medalha de bronze.
O representante brasileiro em Montreal-1976 foi Carlos Pacheco, que chegou às quartas de final, terminando em 12º lugar. Quatro anos depois foi a vez do carioca Luiz Moura representar o Brasil, em Moscou 1980.
A segunda medalha do Brasil foi conquistada na edição seguinte, em Los Angeles-1984. Paranaense de Londrina, Douglas Vieira se tornou o primeiro brasileiro a se classificar para uma final no judô olímpico, mantendo a tradição de ineditismos quebrados pela categoria meio-pesado. Na final ele foi derrotado pelo sul-coreano Há Yung-joo.
O primeiro ouro
Se a inédita medalha de ouro passou muito perto de ser conquistada em 1984, ela não escapou em Seul-1988. Aurélio Miguel, na final, conseguiu a vitória contra o alemão Marc Meiling e a primeira medalha de ouro do judô brasileiro.
Aurélio Miguel ainda disputaria mais duas Olimpíadas representando o país. Em Barcelona-1992 ele terminou a competição em nono lugar. Em Atlanta-1996, o paulistano voltou a conquistar um lugar no pódio com a medalha de bronze.
Período de seca
As duas edições seguintes foram disputadas por Mário Sabino. Em Sidney-2000, o bauruense ficou muito próximo de conquistar uma medalha, terminando em sétimo lugar. Na Olimpíada seguinte, Atenas-2004, Mário Sabino reencontrou Ze’evi logo em sua primeira luta e foi novamente derrotado por seu algoz.
O brasiliense Luciano Corrêa chegou a Pequim-2008 com o status de vigente campeão mundial, título conquistado no Rio de Janeiro em 2007, e líder do ranking mundial. Mas logo em sua primeira luta Luciano foi derrotado e se despediu em nono lugar. Em Londres-2012 o brasiliense voltou a disputar a Olimpíada e novamente caiu para Henk Grol, dessa vez na segunda rodada.
Nosso último judoca na categoria -100 kg foi Rafael Buzacarini, na Rio-2016. Após estrear apenas na segunda rodada com vitória por ippon contra o uruguaio Pablo Aprahamian, Bolo Cru, como é chamado pelos amigos, acabou encarando o japonês Ryunosuke Haga. Após uma luta muito equilibrada e sem pontuações para nenhum dos judocas, o brasileiro foi eliminado pelo excesso de punições, terminando a Olimpíada em nono lugar.
Histórico -100 kg masculino nos Jogos Olímpicos
A categoria meio-pesado entrou no programa olímpico em Munique-1972 e é a mais democrática do judô, tanto masculino quanto feminino. Em 12 edições disputadas, o único país com um bicampeonato é o Japão. Sendo assim, 11 países diferentes já foram ao topo do pódio e outros 12 países conquistaram a prata ou o bronze. Atualmente, com limite de 100 kg, a categoria já foi disputada por judocas com até 93 kg em 1972 e 1976, e com até 95 kg entre 1980 e 1996. O meio-pesado é também a categoria com mais destaque do judô masculino brasileiro.
O primeiro campeão olímpico da categoria foi Shota Chochishvili, da União Soviética, em Munique-1972. O soviético derrotou na final o britânico David Starbrook. As medalhas de bronze ficaram com Paul Barth, da Alemanha Ocidental, e com Chiaki Ishi, do Brasil. A medalha de Chiaki Ishi foi a nossa primeira medalha conquistada no judô. A edição seguinte de Montreal-1976 foi vencida por Kazuhiro Ninomiya, dando ao Japão sua primeira medalha olímpica no meio-pesado.
A Bélgica conquistou sua medalha de ouro com Robert Van de Walle em Moscou-1980, derrotando na final o soviético Tengiz Khubuluri. A medalha de Tengiz era a segunda prata consecutiva da União Soviética, que já contava com o primeiro ouro da categoria em 1972. O ouro sul-coreano veio quatro anos depois, em Los Angeles-1984, batendo na final o brasileiro Douglas Vieira. Apesar da derrota, aquela final de Douglas foi a primeira em que o Brasil chegava na história do judô em Olimpíadas.
De 1988 até hoje
Se a medalha de ouro brasileira passou muito perto de ser conquistada na categoria meio-pesada em 1984, ela não escapou em Seul-1988. O paulistano Aurélio Miguel bateu na final Marc Meiling, da Alemanha Ocidental, trazendo para o Brasil a primeira medalha de ouro do judô em Olimpíadas.
0 húngaro Antal Kovács foi o campeão olímpico de Barcelona-1992, derrotando na final o britânico Raymond Stevens. O ouro polonês veio na Olimpíada seguinte, Atlanta-1996, com Pawel Nastula.
O Japão tornou-se o único país bicampeão da categoria meio-pesado nos Jogos Olímpicos de Sidney-2000, quando o peso limite passou a ser os atuais 100 kg. Kosei Inoue derrotou na final o canadense Nicolas Gill. Em Atenas-2004 foi a vez de Belarus vencer sua medalha de ouro com Ihar Makarau, derrotando na final o sul-coreano Jang Sung-ho.
A Ásia voltou a subir no topo do pódio com a Mongólia, de Naidangiin Tüvshinbayar, em Pequim-2008. Tagir Khaybulaev conquistou o ouro russo em Londres-2012, vencendo na final justamente Movlud Miraliyev, o mongol campeão olímpico quatro anos antes em Pequim.
O último país a conquistar uma medalha de ouro entre os meio-pesados foi o tcheco Lukas Krpalek no Rio de Janeiro, em 2016.
Medalhistas – judô -100 kg masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Munique-1972 | Shota Chochishvili (URS) | David Starbrook (GBR) | Paul Barth (FRG) Chiaki Ishii (BRA) |
Montreal-1976 | Kazuhiro Ninomiya (JAP) | Ramaz Kharshiladze (URS) | David Starbrook (GBR) Jürg Röthlisberger (SUI) |
Moscou-1980 | Robert Van de Walle (BEL) | Tengiz Khubuluri (URS) | Dietmar Lorenz (GDR) Henk Numan (HOL) |
Los Angeles-1984 | Ha Hyeong-Ju (COR) | Douglas Vieira (BRA) | Bjarni Friðriksson (ISL) Günther Neureuther (FGR) |
Seul-1988 | Aurélio Miguel (BRA) | Marc Meiling (FGR) | Dennis Stewart (GBR) Robert Van de Walle (BEL) |
Barcelona-1992 | Antal Kovács (HUN) | Ray Stevens (GBR) | Dmitry Sergeyev (EUN) Theo Meijer (HOL) |
Atlanta-1996 | Paweł Nastula (POL) | Kim Min-Su (COR) | Aurélio Miguel (BRA) Stéphane Traineau (FRA) |
Sydney-2000 | Kosei Inoue (JAP) | Nicolas Gill (CAN) | Stéphane Traineau (FRA) Yury Styopkin (RUS) |
Atenas-2004 | Ihar Makarau (BLR) | Jang Seong-Ho (COR) | Michael Jurack (ALE) Arik Ze’evi (ISR) |
Pequim-2008 | Naidangiin Tüvshinbayar (MGL) | Askhat Zhitkeyev (CAZ) | Henk Grol (HOL) Mövlud Mirəliyev (AZE) |
Londres-2012 | Tagir Khaybulayev (RUS) | Naidangiin Tüvshinbayar (MGL) | Dimitri Peters (ALE) Henk Grol (HOL) |
Rio-2016 | Lukáš Krpálek (TCH) | Elmar Qasımov (AZE) | Cyrille Maret (FRA) Ryunosuke Haga (JAP) |
Quadro de medalhas – judô -100 kg masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Japão | 2 | 0 | 1 | 3 |
Coreia do Sul | 1 | 2 | 0 | 3 |
União Soviética | 1 | 2 | 0 | 3 |
Brasil | 1 | 1 | 2 | 4 |
Mongólia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Bélgica | 1 | 0 | 1 | 2 |
Rússia | 1 | 0 | 1 | 2 |
Bielorrússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
República Tcheca | 1 | 0 | 0 | 1 |
Hungria | 1 | 0 | 0 | 1 |
Polônia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 2 | 2 | 4 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 2 | 3 |
Azerbaijão | 0 | 1 | 1 | 2 |
Canadá | 0 | 1 | 0 | 1 |
Cazaquistão | 0 | 1 | 0 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 4 | 4 |
França | 0 | 0 | 3 | 3 |
Alemanha | 0 | 0 | 2 | 2 |
Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Islândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Israel | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suíça | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |