Adestramento individual
Chances do Brasil
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o hipismo brasileiro só terá João Victor Oliva como representante no adestramento individual.
O Brasil conquistou a vaga por equipes no adestramento ao terminar com a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos, mas as três vagas da equipe precisavam ser confirmadas no segundo semestre de 2019.
Em junho, João Victor Oliva levou a melhor sobre Leandro Lima, que também havia atingido a marca, e ficou com a única vaga da competição individual do adestramento em Tóquio.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
O brasileiro tem poucas chances de medalha. Por outro lado, o cavaleiro pode melhorar o melhor resultado do Brasil na prova. Em Munique-1972, Sylvio de Resende terminou no 25º lugar.
Favoritos no adestramento individual
As mulheres formaram os pódios olímpicos das últimas cinco edições dos Jogos e isto não deve ser diferente desta vez.
A alemã Isabell Werth, cmpeã em Atlanta-96 e cinco vezes campeã por equipes, vive a sua melhor fase na carreira após conquistar o Mundial em 2018, a Copa do Mundo de hipismo em 2019 e o Campeonato Europeu também no mesmo ano. Caso conquiste uma medalha de ouro em Tóquio-2020, ela se tornará a maior vencedora de todos os tempos do hipismo mundial, superando seu compatriota Reiner Klimke.
Caso Verth não vença o individual, é extremamente improvável que não vença por equipes pois o time alemão deverá ter ainda Dorothee Schneider e Jessica von Bredow-Werndl, atletas extremamente fortes, que formaram com Verth o pódio completo do europeu. A Alemanha tem chances gigantescas de conseguir o primeiro pódio completo do adestramento individual pela primeira vez desde Barcelona-92, também conquistado pela Alemanha, onde Verth foi prata.
As principais adversárias das alemãs são a britânica atual bicampeã olímpica Charlote Dujardin, que trocou recentemente de montaria e passa por um processo de adaptação. Com o adiamento dos Jogos, teve mais um ano para se adequar ao novo cavalo. A dinamarquesa Cathrine Dufour, bronze europeu, também chega forte para conquistar um pódio para o país que não vem desde Anne Grethe Jensen em Los Angeles-84.
Se a Dinamarca enfrenta um hiato sem medalhas individuais há 37 anos, os Estados Unidos estão na fila há 89 anos. Hiram Tuttle conquistou em Los Angeles-32 o bronze, sendo esta a única medalha não europeia do hipismo adestramento individual. Seu feito pode ser repetido pela jovem Laura Graves, de apenas 33 anos, que foi medalhista de prata nas últimas três edições da Copa do Mundo, além do vice no Campeonato Mundial, perdendo sempre para Isabell Werth. Tem evoluído anualmente e pode sim conseguir uma medalha.
O Brasil no adestramento individual dos Jogos Olímpicos
Assim como todos os outros países não europeus, exceto os Estados Unidos, o Brasil tem resultados mais discretos nas provas de adestramento, com os melhores resultados nacionais vindo de forma mais recente.
O Brasil participou pela primeira vez da modalidade em Munique-1972, com Sylvio de Resende terminando em 25º lugar. Uma nova participação veio 28 anos depois, em Sydney-2000, com o 47º de Jorge da Rocha.
Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016 tiveram a participação de Luiza de Almeida com o 39º lugar na China como melhor colocação. Além dela, representaram o Brasil também Leandro Silva em Pequim e João Victor Marcari Oliva, Giovana Pass e Pedro de Almeida nos Jogos do Rio, edição que por ser país sede o Brasil pode classificar a equipe.
João Victor Marcari Oliva, de apenas 25 anos, será o representante brasileiro em Tóquio-2020. Ele é o único atleta que fez três vezes o índice exigido da prova. Ele é filho de Hortência Marcari, grande ídolo do basquete brasileiro.
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Histórico do adestramento individual nos Jogos Olímpicos
A modalidade de adestramento individual do hipismo faz parte do programa olímpico desde Estocolmo-1912, a segunda edição com participação do esporte equestre. Nesta prova, oito países já conquistaram a medalha de ouro sendo a Alemanha líder com sete, a Suécia com cinco, Suíça e Holanda com três, União Soviética e Grã-Bretanha com duas e França e Áustria com um ouro cada.
Dos cinco títulos suecos, três deles vieram com os três primeiros campeões olímpicos, Carl Bonde em Estocolmo-1912, Janne Lundblad na Antuérpia-1920 e Ernst Linder em Paris-1924. Os outros dois títulos suecos foram com Henri Saint Cyr, o primeiro bicampeão olímpico da prova, vencendo em Helsinque-1952 e Melbourne/ Estocolmo-1956.
As mulheres eram proibidas de participar das provas de hipismo até os Jogos de Helsinque-52, onde foram aceitas justamente no adestramento. Já na estreia olímpica feminina, Lis Hartel foi medalhista de prata no evento, se tornando a primeira mulher a subir em um pódio de hipismo. Quatro anos depois, repetiu a prata. As duas medalhas de ouro ficaram com o sueco Henri Saint Cyr.
As mulheres não foram ao pódio em Roma-60, Tóquio-64 e Cidade do México-68, vencidas respectivamente por Sergei Filatov da União Soviética, Henri Chammartin da Suíça e Ivan Kizimov, também soviético. Mas, a partir de Munique-72, elas começaram o seu domínio que vem até os dias de hoje. Dos últimos onze ouros olímpicos, dez foram de mulheres e apenas um de um homem, justamente o alemão Reiner Klimke, dono de outras cinco medalhas de ouro por equipes, o maior vencedor do adestramento olímpico.
A primeira campeã olímpica individual do hipismo foi a alemã Liselott Linsenhoff, vencedora da prova em casa nos jogos de Munique-72. Linsenhoff, porém, já havia sido campeã nos jogos anteriores na prova por equipes na Cidade do México-68.
Reiner Klimke, da Alemanha, em Los Angeles-84, foi o último homem a subir no topo do pódio do adestramento individual até agora, tabu que não deve ser quebrado em Tóquio-2020.
Medalhistas – hipismo – adestramento individual – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Helsinque-1952 | Henri Saint Cyr (SUE) | Lis Hartel (DEN) | André Jousseaumé (FRA) |
Melbourne-1956 | Henri Saint Cyr (SUE) | Lis Hartel (DEN) | Liselott Linsenhoff (ALE) |
Roma-1960 | Sergey Filatov (URS) | Gustav Fischer (SUI) | Josef Neckermann (ALE) |
Tóquio-1964 | Henri Chammartin (SUI) | Harry Boldt (ALE) | Sergey Filatov (URS) |
Cidade do México-1968 | Ivan Kizimov (URS) | Josef Neckermann (FRG) | Reiner Klimke (FRG) |
Munique-1972 | Liselott Linsenhoff (FRG) | Yelena Petushkova (URS) | Josef Neckermann (FRG) |
Montreal-1976 | Christine Stückelberger (SUI) | Harry Boldt (FRG) | Reiner Klimke (FRG) |
Moscou-1980 | Sissy Theurer (AUT) | Yury Kovshov (URS) | Viktor Ugryumov (URS) |
Los Angeles-1984 | Reiner Klimke (FRG) | Anne Grethe Jensen (DEN) | Otto Hofer (SUI) |
Seul-1988 | Nicole Uphoff (FRG) | Margit Otto-Crépin (FRA) | Christine Stückelberger (SUI) |
Barcelona-1992 | Nicole Uphoff-Becker (ALE) | Isabell Werth (ALE) | Klaus Balkenhol (ALE) |
Atlanta-1996 | Isabell Werth (ALE) | Anky van Grunsven (HOL) | Sven Rothenberger (HOL) |
Sydney-2000 | Anky van Grunsven (HOL) | Isabell Werth (ALE) | Ulla Salzgeber (ALE) |
Atenas-2004 | Anky van Grunsven (HOL) | Ulla Salzgeber (ALE) | Beatriz Ferrer-Salat Serra (ESP) |
Pequim-2008 | Anky van Grunsven (HOL) | Isabell Werth (ALE) | Heike Kemmer (ALE) |
Londres-2012 | Charlotte Dujardin (GBR) | Adelinde Cornelissen (HOL) | Laura Bechtolsheimer (GBR) |
Rio-2016 | Charlotte Dujardin (GBR) | Isabell Werth (ALE) | Kristina Bröring-Sprehe (ALE) |
Quadro de medalhas – hipismo – adestramento individual – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Alemanha Ocidental | 3 | 2 | 3 | 8 |
Holanda | 3 | 2 | 1 | 6 |
Alemanha | 2 | 6 | 6 | 14 |
União Soviética | 2 | 2 | 2 | 6 |
Suíça | 2 | 1 | 2 | 5 |
Grã-Bretanha | 2 | 0 | 1 | 3 |
Suécia | 2 | 0 | 0 | 2 |
Áustria | 1 | 0 | 0 | 1 |
Dinamarca | 0 | 3 | 0 | 3 |
França | 0 | 1 | 1 | 2 |
Espanha | 0 | 0 | 1 | 1 |