Ginástica Rítmica
Ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Provas da ginástica rítmica em Tóquio:
FEMININO
+ Conjunto
+ Individual Geral
Local da competição de ginástica rítmica
Assim como as demais modalidades da ginástica, as provas da ginástica rítmica também acontecerão na Ariake Gymnastics Centre, em Tóquio. Com capacidade para 12 mil pessoas, a estrutura provisória foi construída com cedros japoneses que simulam uma barca de madeira.
O Brasil na ginástica rítmica dos Jogos Olímpicos
A ginástica rítmica chegou ao Brasil na década de 1960, trazida pela professora Ilona Peuker, uma imigrante húngara que estava radicada no país desde a década de 1950. A modalidade é gerida pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e possui destaque a nível pan-americano, sobretudo na prova por equipes.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados
Na prova individual o Brasil esteve presente na primeira participação da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984. Nossa representante foi a carioca Rosana Favilla, que terminou na 24ª colocação. Oito anos depois o Brasil voltou a enviar uma representante para a prova, a gaúcha Marta Schonhurst, que terminou em 41º lugar. Após um longo hiato, o Brasil voltou a ter uma representante no individual geral da ginástica rítmica na última edição olímpica no Rio de Janeiro em 2016. Natália Gáudio foi a 23ª colocada na prova, alcançando a melhor posição de uma brasileira nessa prova.
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Já entre as equipes o Brasil é o principal país do continente americano, tendo participado de quatro das seis edições disputadas. A competição por equipes é também a mais tradicional do país, tendo o conjunto chegado até as finais por duas vezes. Nossa primeira participação foi em Sydney-2000, quando a equipe se classificou para a final em uma apresentação que conquistou o público da cidade australiana.
Em 2004 na cidade de Atenas, uma nova final para a equipe. Em ambas as edições o Brasil foi oitavo colocado. Em Pequim-2008 o Brasil conseguiu sua terceira classificação olímpica consecutiva, mas ao contrário das outras vezes, o país não avançou para a final. Nossa última participação olímpica foi na Rio-2016, quando a equipe acabou na nona posição, pouco mais de um ponto atrás da última vaga que ficou com a Ucrânia.
Grandes nomes da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos
A disputa individual está presente em Jogos Olímpicos desde 1984, na cidade de Los Angeles, e desde então grandes nomes foram revelados pela modalidade. As principais ginastas vieram da Rússia, com destaque para Yevgeniya Kanayeva, única bicampeã olímpica individual.
Dona de 17 medalhas de ouro em campeonatos mundiais, além de diversos títulos em campeonatos europeus, Grand Prix e Copas do Mundo, Kanayeva conquistou os títulos olímpicos de Pequim-2008 e Londres-2012 e é uma das mais condecoradas ginastas da história. Sua compatriota Alina Kabaeva também conquistou duas medalhas olímpicas, sendo uma de ouro, na edição de Atenas-2004, e uma de bronze em Sydney-2000. Kabaeva ainda é dona de nove medalhas de ouro mundiais, além de três pratas e dois bronzes.
As estrelas mais recentes da Rússia são Margarita Mamun, atual campeã olímpica e sete vezes campeã mundial, e Yana Kudryavtseva, vice-campeã olímpica e tricampeã mundial do individual geral. Yana, que ainda detém outras 13 medalhas em campeonatos mundiais, sendo dez delas de ouro, era a grande favorita ao ouro na Rio-2016, mas acabou sendo superada na final por sua compatriota Mamun.
Da Ucrânia vem Anna Bessonova, duas vezes medalhista de bronze em Olimpíadas e cinco vezes campeã mundial, sendo um desses títulos o do individual geral da edição de Patras-2007. No total a ucraniana conquistou 27 medalhas em campeonatos mundiais, se tornando a ginasta mais medalhada da modalidade em mundiais.
Entre as ginastas que integram as equipes a renovação é muito mais rápida, sendo assim poucas conseguem se destacar por mais de um ciclo olímpico consecutivo. Sendo assim, a Rússia possui apenas três ginastas que se tornaram bicampeãs olímpicas de conjunto.
A primeira foi Natalia Lavrova, integrante da equipe russa nas edições de Sydney-2000 e Atenas-2004. Lavrova possui ainda cinco medalhas em mundiais, sendo quatro delas de ouro. Dona de oito medalhas de ouro em mundiais, Yelena Posevina foi bicampeã olímpica nas edições de Atenas-2004 e Pequim-2008. A última bicampeã olímpica russa na prova por equipes foi Anastasia Bliznyuk, nas edições de Londres-2012 e Rio-2016.
Quadro geral de medalhas da ginástica rítmica em Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Rússia | 10 | 4 | 2 | 16 |
Espanha | 1 | 2 | 0 | 3 |
Ucrânia | 1 | 0 | 4 | 5 |
União Soviética | 1 | 0 | 1 | 2 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 1 | 2 |
Canadá | 1 | 0 | 0 | 1 |
Belarus | 0 | 4 | 2 | 6 |
Bulgária | 0 | 2 | 2 | 4 |
Itália | 0 | 1 | 1 | 2 |
China | 0 | 1 | 0 | 1 |
Romênia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Grécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ginástica rítmica: saiba mais sobre o esporte
A ginástica rítmica (GR) é uma modalidade da ginástica disputada apenas por mulheres. Ao lado do nado artístico são os únicos esportes que homens não disputam os Jogos Olímpicos. As raízes da GR remontam ao final do século XIX, com as primeiras práticas de expressões de sentimentos através de movimentos corporais.
Mesclando os movimentos da ginástica tradicional com a dança, a modalidade passou a ser reconhecida no final da Primeira Guerra Mundial, durante a década de 20 por escolas de ginástica, ainda que não tivesse regras definidas. Jean Georges Noverre e François Delsarte idealizaram a “ginástica moderna”, também chamada de “ginástica expressiva” com respeito a expressão de sentimentos pelos movimentos corporais. Os primeiros passos de destaque da ginástica rítmica foram feitos por Émile Jacques Dalcroze, um austríaco filho de pais suíços, que idealizou a técnica rítmica, posteriormente aperfeiçoada por seu aluno Rudolf Bode e desenvolvida pela bailarina Isadora Duncan. Já Heinrich Medeau foi o responsável por incluir os aparelhos, como o arco, a bola e a maça, nas apresentações.
Em 1961, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) adicionou a modalidade às competições, criando a primeira Comissão Técnica da Federação Internacional de Ginástica. Em 1975 o esporte recebeu o nome oficial de Ginástica Rítmica e cinco anos mais tarde foi apresentada como esporte de demonstração nos Jogos de Moscou-1980. Na edição seguinte, Los Angles-1984, a modalidade entrou de forma definitiva no Programa Olímpico com as provas do individual geral. A partir da edição de Atlanta-1996 passou a ser disputada também a prova por equipes.
O esporte combina balé, teatro e cinco aparelhos básicos: corda, arco, bola, maças e fita. Em Jogos Olímpicos são distribuídas duas medalhas de ouro, uma na prova do individual geral, onde uma ginasta se apresenta por quatro vezes em quatro aparelhos distintos, somando a nota de todas as apresentações, e a outra na prova por equipes, onde os times se apresentam por duas vezes, com um combinado de aparelhos distintos, somando as notas das apresentações.
Já em Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-Americanos também são disputadas finais em cada um dos aparelhos individualmente, sendo distribuídos quatro ouros a mais para as ginastas do individual. Já por equipes esses dois eventos contam com finais específicas para as duas apresentações da equipe, além da tradicional final em que se combina as notas.
Embora sejam cinco aparelhos na modalidade, cada ciclo olímpico é composto por apenas quatro, sendo assim a cada ciclo olímpico um aparelho é deixado de fora das disputas, sendo feito um revezamento. No ciclo de Tóquio fazem parte das disputas a fita, a bola, as maças e o aro.
Na prova individual são 26 atletas, que devem realizar quatro rotinas combinando os quatro aparelhos com a música de fundo. Dez atletas avançam à final, tendo suas pontuações zeradas e iniciando uma nova série de rotinas para ver quem é a campeã. Já na prova por equipes são 14 conjuntos formados por seis ginastas cada, que se apresentam em duas rotinas. Os oito melhores avançam até a final e, assim como no individual, têm suas pontuações zeradas e o processo é repetido, definindo assim o ouro, prata e bronze