Trave
Trave – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020
Chances do Brasil na trave
O aparelho de maior precisão na ginástica artística feminina sempre foi um grande desafio para as brasileiras. Da estreia com Cláudia Costa em 1980 e seu 60º lugar, passando por Luísa Parente em 34º lugar em Seul 1988 até o 18° lugar de Laís Souza e o 20° de Daniele Hypólito, as brasileiras foram amadurecendo suas séries na trave aprendendo a conviver com a pressão imposta pelo aparelho.
Toda essa evolução culminou com a melhor posição do país em 2016 no Rio de Janeiro. Flávia Saraiva levou o país para a final pela primeira vez diante da torcida. Terceira melhor nota nas classificatórias, Flavinha terminou em 5º na grande final, igualando o feito de Daiane dos Santos no solo como os melhores resultados da ginástica feminina do Brasil na história.
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Finalista olímpica em 2016 e do mundial de 2019, Flávia Saraiva aparece em Tóquio como uma das principais candidatas ao pódio da trave. Aliando dificuldade com uma ótima execução, Flávia e o Brasil tem nessa prova uma das principais chances de medalha na ginástica.
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Favoritas da trave em Tóquio
Atual campeã mundial na trave, Simone Biles terá mais uma vez seu favoritismo posto à prova em Tóquio. Em Stuttgart, a americana foi campeã mundial com direito a novo elemento no aparelho (um dos mais altos no código de pontuação) e se redimiu após terminar com o bronze no mundial anterior.
Também favorita ao ouro no Rio, Biles terminou com o bronze após cometer erros em sua apresentação e agora tentará em Tóquio o ouro inédito na trave. As chinesas Liu Tingting, campeã mundial em 2018 e prata em 2019, e Li Shijia, bronze no mundial de 2019, chegam como principais candidatas a completarem o pódio olímpico. A canadense Ana Padurariu, prata em 2018, e a brasileira Flávia Saraiva correm por fora em busca de um lugar entre as três primeiras.
Histórico da trave em Jogos Olímpicos
Considerado o aparelho de maior precisão na ginástica devido às suas características, a trave de equilíbrio, ou simplesmente trave, está presente nos Jogos Olímpicos desde a edição de Helsinque-1952. Com apenas 10 centímetros de largura e cinco metros de comprimento, a ginasta precisa fazer acrobacias, como saltos e giros, mantendo o equilíbrio em cima do aparelho, o que confere à disputa uma tensão constante. A Romênia é a maior campeã do aparelho nos Jogos Olímpicos com seis medalhas de ouro, seguida pela União Soviética com três ouros.
A primeira edição contou com a dobradinha das soviéticas Nina Bocharova e Maria Gorokhovskaya. O bronze foi conquistado pela húngara Margit Korondi. Na Olimpíada seguinte, Melbourne-1956, foi a vez de Ágnes Keleti, da Hungria, subir no lugar mais alto do pódio na trave. A prata foi dividida entre Tamara Manina, da União Soviética, e Eva Bosova, da Tchecoslováquia.
Eva Bosova melhorou sua posição na trave quatro anos depois, em Roma, alcançando a medalha de ouro para a Tchecoslováquia. As soviéticas Larisa Latynina e Sofia Muratova completaram o pódio. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964 a Tchecoslováquia conquistava o bicampeonato com Vera Caslavska, se tornando o primeiro país a conseguir tal feito na trave.
Após a Tchecoslováquia foi a vez da União Soviética conseguir o seu bicampeonato. Primeiramente com Natalia Kunchiskaya, na Cidade do México-1968, que deixou em segundo lugar a vigente campeã da prova, Vera Caslavska. Quatro anos depois foi a vez de Olga Korbut, que dá nome a um dos elementos mais complexos no aparelho, subir no lugar mais alto do pódio. Sua compatriota Tamara Lazakovich foi medalhista de prata e Karin Janz, da Alemanha Oriental, medalhista de bronze.
Além de conquistar a admiração do mundo inteiro nas Olimpíadas de Montreal-1976, Nadia Comaneci marcou também a mudança de patamar da ginástica romena e abriu as portas para um longo domínio do país na prova de trave. Foram cinco medalhas de ouro para as europeias em quatro Olimpíadas consecutivas na prova.
Naquela edição dos Jogos Olímpicos em 1976, a pequena Nadia desbancou Olga Korbut do topo do pódio da trave com apresentações que lhe renderam mais notas 10, assim como já havia acontecido nas barras assimétricas. Sua compatriota Teodora Ungureanu completou o pódio. Quatro anos depois, já mais experiente, Nadia Comaneci voltou a conquistar a medalha de ouro na trave, marcando assim um bicampeonato para ela e para a Romênia. A vitória foi ainda mais significativa, já que aconteceu em solo soviético, Moscou, deixando para trás duas ginastas da casa, Yelena Davydova e Natalia Shaposhinikova.
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, a Romênia seguiu seu caminho de conquistas na trave, mas agora com uma dobradinha no topo do pódio. Ecaterina Szabo e Simona Pauca terminaram suas apresentações empatadas com a mesma nota em primeiro lugar geral. Já em Seul-1988 era a vez de Daniela Silivas conquistar a medalha de ouro, a sexta consecutiva da Romênia. Yelena Shushunova ficou com a prata para a União Soviética, a última do país antes de sua dissolução. Phoeb Mills, dos Estados Unidos, e Gbriela Potorac, da Romênia, dividiram o bronze.
Coube a Tatiana Lysenko colocar fim à sequência de ouros da Romênia. De origem ucraniana, Lysenko disputou os Jogos de Barcelona-1992 sob a bandeira da Equipe Unificada, e conquistou a maior nota na final, desbancando nomes como os de Svetlana Bongiskaya e Cristina Bontas. A China, com Lu Li, e os Estados Unidos, com Shannon Miller, empataram em segundo lugar. Essa foi a primeira medalha da China na trave.
Em Atlanta-1996, a americana Shannon Miller melhorou sua posição em relação aos jogos anteriores e ganhou a medalha de ouro. Competindo em casa, Miller bateu na final a ucraniana Lilia Podkopayeva por apenas 0.037. O bronze ficou com a romena Gina Gogean.
A China conquistou o seu primeiro ouro com Liu Xuan em Sidney-2000 em uma final de altíssimo nível. A prata ficou com Yekaterina Lobaznyuk, da Rússia, e o bronze com Yelena Produnova, também da Rússia.
Após ficar ausente do topo do pódio por três edições consecutivas, a Romênia voltou a ter uma campeã olímpica na trave em Atenas-2004. Catalina Ponor ganhou a medalha de ouro deixando para trás a norte-americana Carly Patterson. A festa romena foi completada com o bronze de Alexandra Eremina.
Como aconteceu ao longo da final do individual geral, a final de trave de Pequim-2008 marcou um novo embate entre as americanas Shawn Johnson e Nastia Liukin, mas agora com vantagem para a primeira. Shawn Johnson venceu a compatriota por apenas 0.2 e conquistou a medalha de ouro, deixando a prata para Liukin. Na briga pelo bronze a chinesa Cheng Fei aproveitou o fator casa e desbancou a russa Anna Pavlova, outra favorita ao pódio, por apenas 0.050.
Em Londres-2012 foi a vez de ver a China nos dois lugares mais altos do pódio. Deng Linlin, com o ouro, e Sui Lu, com a prata, levaram a dobradinha para os chineses. Bronze para Alexandra Raisman, dos Estados Unidos.
A última campeã olímpica foi Sanne Wavers, da Holanda, que na final bateu o grande favoritismo de Simone Biles. Durante a final a norte-americana cometeu um grave erro ao se desequilibrar e encostar as mãos na trave para se segurar. Com o erro, Biles ficou na terceira colocação. Sanne Wavers acertou toda a sua série e acabou levando para os Países Baixos a primeira medalha da história do país na prova de trave.
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Todas as medalhistas da trave nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
Helsinque-1952 | Nina Bocharova (URSS) | Maria Gorokhovskaya (URSS) | Margit Korondi (HUN) |
Melbourne-1956 | Ágnes Keleti (HUN) | Eva Bosakova (TCH) e Tamara Manina (URSS) | |
Roma-1960 | Eva Bosakova (TCH) | Larisa Latynina (URSS) | Sofia Muratova(URSS) |
Tóquio-1964 | Vera Caslavska (TCH) | Tamara Manina (URSS) | Larisa Latynina (URSS) |
Cidade do México-1968 | Natalia Kunchiskaya (URSS) | Vera Caslavska (TCH) | Larisa Petrik (URSS) |
Munique-1972 | Olga Korbut (URSS) | Tamara Lazakovich (URSS) | Karin Janz (GRD) |
Montreal-1976 | Nadia Comaneci (ROM) | Olga Korbut (URSS) | Teodora Ungureanu (ROM) |
Moscou-1980 | Nadia Comaneci (ROM) | Yelena Davydova (URSS) | Natalia Shaposhnikova (URSS) |
Los Angeles-1984 | Simona Pauca (ROM) e Ecaterina Szabo (ROM) | Kathy Johnson (USA) | |
Seul-1988 | Daniela Silivas (ROM) | Yelena Shushunova (URSS) | Phoebe Mills (USA) e Gabriela Potorac (ROM) |
Barcelona-1992 | Tatiana Lysenko (EUN) | Lu Li (CHN) e Shannon Miller (USA) | |
Atlanta-1996 | Shannon Miller (USA) | Lilia Podkopayeva (UKR) | Gina Gogean (ROM) |
Sydney-2000 | Liu Xuan (CHN) | Yekaterina Lobaznyuk (RUS) | Yelena Produnova (RUS) |
Atenas-2004 | Catalina Ponor (ROM) | Carly Patterson (USA) | Alexandra Eremina (ROM) |
Pequim-2008 | Shawn Johnson (USA) | Nastia Liukin (USA) | Cheng Fei (CHN) |
Londres-2012 | Deng Linlin (CHN) | Sui Lu (CHN) | Alexandra Raisman (USA) |
Rio-2016 | Sanne Wavers (NED) | Laurie Hernandez (USA) | Simone Biles (USA) |
Quadro de medalhas da trave nos Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | Romênia | 6 | 0 | 4 | 10 |
2 | União Soviética | 3 | 8 | 4 | 15 |
3 | Estados Unidos | 2 | 4 | 4 | 10 |
4 | China | 2 | 2 | 1 | 5 |
5 | Tchecoslováquia | 2 | 2 | 0 | 4 |
6 | Hungria | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Países Baixos | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Rússia | 0 | 1 | 1 | 2 |
10 | Ucrânia | 0 | 1 | 0 | 1 |
11 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |