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Solo feminino

Solo feminino – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020

Chances do Brasil

Flávia Saraiva e Rebeca Andrade solo feminino jogos olímpicos tóquio 2020
Flávia Saraiva e Rebeca Andrade são as esperanças do Brasil
(Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Nos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, o Brasil terá duas ginastas em condições de brigar pelo pódio do solo feminino. Flávia Saraiva foi quinta colocada no mundial de 2018, em Doha, e quarta em 2019, em Stuttgart. Ainda em 2018, Flavinha venceu a etapa da Copa do Mundo de Cottbus, na Alemanha, derrotando na final a norte-americana Jade Carey, uma das favoritas na Olimpíada japonesa.

Já Rebeca Andrade conviveu com lesões ao longo de todo o ciclo, mas em uma competição por equipes representando o Brasil, ela mostrou que é capaz de se juntar a Flávia na missão de derrotar as favoritas em Tóquio. No DTB Pokal, disputado em Stuttgart, Rebeca conseguiu 14.133 em sua apresentação, nota que teria dado a ela a prata nos dois últimos mundiais.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

Favoritas do solo feminino em Tóquio

simone biles chega como favorita do solo feminino em Tóquio
Simone Biles é a grande favorita no solo feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Cinco vezes campeã mundial e atual campeã olímpica. Nunca saiu do topo do pódio em grandes competições no aparelho. Assim chega Simone Biles para a disputa do solo feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, mais uma vez a ginasta a ser batida. Com alto grau de dificuldade aliado a uma boa execução, a americana não deve ter muitas dificuldades em assegurar mais esse ouro em terras nipônicas.

Suas compatriotas Jade Carey e Sunisa Lee devem brigar forte para ver quem assegura a segunda vaga dos Estados Unidos na final olímpica. Aquela que conseguir, será favorita para a medalha de prata. A japonesa Mai Murakami, campeã mundial em 2017 e medalhista de bronze em 2018, competirá em casa e tem boas chances de aparecer no pódio. A russa Angelina Melnikova, bronze no mundial de 2019, a brasileira Flávia Saraiva, quinta colocada no mundial de 2018 e quarta colocada no mundial de 2019, e a francesa Melanie de Jesus dos Santos também aparecem com possibilidades de chegar ao pódio em Tóquio.

Brasil no solo feminino nos Jogos Olímpicos

Daiane dos Santos era a favorita em atenas no solo feminino, mas acabou sem medalha. Será que a medalha brasileira vem desta vez em Tóquio?
Daiane dos Santos era a favorita em Atenas-2004, errou na final e terminou em sexto
(Wander Roberto / Divulgação COB)

O Brasil fez sua estreia no solo feminino com Cláudia Costa nos Jogos Olímpicos Moscou-1980 com um 56° lugar. Tatiana Figueiredo, na edição seguinte, conseguiu melhorar colocação de Cláudia, com um 48º lugar. Após as 57ª e 63ª posições de Luísa Parente nos Jogos Olímpicos de Seul-1988 e Barcelona-1992, respectivamente, Daniele Hypólito conquistou o 43º lugar na edição de Sidney-2000, alcançando a melhor posição do país até então.

A melhor fase do Brasil no solo feminino nos Jogos Olímpicos veio com Daiane dos Santos. Em Atenas-2004 a gaúcha desembarcou em terras gregas como atual campeã mundial e com elementos batizados em seu nome, o Dos Santos I e II. Apesar de não ter confirmado seu favoritismo, o quinto lugar na final do aparelho é até hoje, ao lado de Flávia Saraiva na trave da Rio-2016, o melhor resultado da ginástica feminina do Brasil. Quatro anos depois, em Pequim-2008, Daiane foi novamente finalista olímpica, dessa vez terminando em sexto lugar. Em sua última participação, Daiane dos Santos terminou em 17º lugar no solo, alcançando mais uma vez o melhor resultado geral do país na edição de Londres-2012.

Na Rio-2016 as novatas Flávia Saraiva e Rebeca Andrade conseguiram os melhores resultados no solo para o país. Flávia foi a 19ª colocada e Rebeca a 20ª. A expectativa é a de que as duas tenham melhor sorte em Tóquio.

Histórico do solo feminino em Jogos Olímpicos

Larisa Latynina - história das Olimpíadas
Larisa Latynina conquistou três medalhas de ouro no solo feminino em Jogos Olímpicos
Larisa Latynina conquistou três medalhas de ouro no solo (Divulgação/COI)

Assim como o salto, o solo também é um aparelho disputado tanto por homens quanto por mulheres. Entretanto, na competição para mulheres os movimentos e coreografias estão acompanhados de uma música, enquanto no para os homens o solo não é disputado com música. Também presente no programa olímpico como prova individual da ginástica artística feminina desde Helsinque-1952, o solo é dominado por soviéticas e romenas, que somadas conquistaram 14 das 20 medalhas de ouro entregues, tendo dividido o ouro na edição de 1980, em Moscou. A União Soviética leva uma pequena vantagem nos ouros, sete contra seis das romenas.

Assim como na maioria das provas da ginástica feminina, o solo também começou com intensa disputa entre soviéticas e húngaras. Em 1952 a húngara Ágnes Keleti ficou com a medalha de ouro, a soviética Maria Gorokhovskaya conquistou mais uma prata, e o bronze foi da também húngara Margit Korondi. Quatro anos depois, em Melbourne, Keleti voltou a ficar com o ouro, mas agora empatada com Larisa Latynina, da União Soviética. O bronze foi vencido pela romena Elena Leusteanu. Enquanto Ágnes Keleti conquistava o seu bicampeonato, Larisa Latynina conquistava o seu primeiro ouro de uma sequência de três que viria a colecionar nas seguintes edições.

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Quatro anos após o primeiro título, Larisa voltou a vencer o solo feminino nos Jogos Olímpicos Roma-1960 em um pódio completamente dominado por soviéticas. Prata para Polina Astakhova e bronze para Tamara Lyukhina. Em Tóquio-1964 Larisa conseguiu algo que nenhuma outra atleta conseguiu na ginástica artística, um tricampeonato no mesmo aparelho. Assim como em Roma, Latynina subiu ao topo do pódio com a sua compatriota Polina Astakhova em segundo lugar. O bronze ficou com a húngara Anikó Ducza.

Em uma final com ginastas apenas da Tchecoslováquia e da União Soviética, a edição da Cidade do México-1968 viu o empate das duas nações no topo do pódio. Vera Caslavska, tcheca, e Larisa Petrik, soviética, tiveram a mesma nota de 19.675 e dividiram a medalha de ouro do solo feminino. Bronze para a também soviética Natalia Kunchiskaya.

A União Soviética seguiu com seu domínio na edição seguinte, Munique-1972, onde ocupou os três lugares do pódio, com o ouro para Olga Korbut, prata para Ludmilla Touricheva e bronze para Tamara Lazakovich. Em 1976, em Montreal, foi a vez de Nellie Kim ocupar o lugar mais alto do pódio, dando mais uma medalha de ouro para as soviéticas. Touricheva repetiu a medalha de prata e Nadia Comaneci, com o terceiro lugar, voltava a colocar a bandeira romena no pódio do solo após cinco edições.

Nadia Comaneci ganhou um ouro e um bronze no solo feminino dos Jogos Olímpicos
Nadia Comaneci ganhou um ouro e um bronze no solo feminino

A edição dos Jogos Olímpicos Moscou-1980 foi bastante emblemática para o solo feminino. Foi a única vez em que União Soviética e Romênia, as duas maiores vencedoras do aparelho, empataram no primeiro lugar. E as responsáveis por isso também estiveram presentes na edição anterior. Nellie Kim, pela União Soviética, conquistava o seu bicampeonato e a sétima medalha de ouro consecutiva do país, enquanto Nadia Comaneci conquistava o ouro para a Romênia.

Foi justamente na última edição em que as soviéticas conquistavam a medalha de ouro no solo e a primeira em que a Romênia conquistava também a sua primeira medalha de ouro no aparelho. Uma legítima passagem de bastão entre as duas nações.

As três edições seguintes foram conquistadas pelas romenas. Em Los Angeles-1984, Ecaterina Szabo deixou para trás as donas da casa Julianne McNamara e Mary Lou Retton e conquistou a segunda medalha de ouro consecutiva das romenas no solo feminino. Em 1988 foi a vez de Daniela Silivas ocupar esse posto para a Romênia. Svetlana Bongiskaya ficou com a prata, a última medalha da União Soviética no solo. O último ouro da sequência de quatro conquistada pela Romênia aconteceu na edição de Barcelona-1992, com Lavinia Milosovici. Um dos pódios mais fortes da história olímpica contou com Henrietta Onódi, da Hungria, com a medalha de prata e um empate triplo no bronze entre Cristina Bontas, da Romênia, Tatiana Gutsu, da Equipe Unificada, e Shannon Miller, dos Estados Unidos.

A ucraniana Lilia Podkopayeva conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, pondo fim a sequência romena de títulos no solo feminino. Simona Amanar ficou com a prata e Dominique Dawes, dos Estados Unidos, ficou com o bronze. As primeiras medalhas da Rússia no aparelho foram conquistadas na edição seguinte, Sidney-2000. Ouro com elena Zamolodchikova e prata com Svetlana Khorkina. A romena Simona Amanar voltou a subir ao pódio, desta vez com o bronze.

Catalina Ponor foi ouro nos jogos Olímpicos de Atenas-2004 no solo feminino
Catalina Ponor foi ouro quando Daiane dos Santos não conseguiu confirmar seu favoritismo
(Foto: Agência Reuters)

Após duas edições sem conquistar a medalha de ouro, a Romênia emplacou mais um bicampeonato. Catalina Ponor foi ouro em Atenas-2004, batendo o favoritismo da brasileira Daiane dos Santos. A prata ficou com sua companheira de time, Daniela Sofronie, e o bronze com a espanhola Patrícia Moreno. O segundo ouro da Romênia veio em Pequim-2008, onde mais uma vez uma ginasta romena bateu outra atleta favorita. Dessa vez a responsável pelo feito foi Sandra Izbasa, que deixou para trás a estadunidense Shawn Johnson, campeã mundial em 2007.

As americanas conquistaram as duas últimas Olimpíadas. Londres-2012 foi vencida por Alexandra Raisman, dando o primeiro título da história para os Estados Unidos. Catalina Ponor voltou a aparecer em um pódio olímpico no solo com a medalha de prata. O bronze ficou com a russa Aliya Mustafina. O segundo ouro das americanas veio das mãos de Simone Biles, no Rio de Janeiro, em 2016. Confirmando o enorme favoritismo, já que vinha de três medalhas de ouro consecutivas no aparelho em mundiais, Simone sobrou em sua apresentação e venceu com folga a sua compatriota Alexandra Raisman. O bronze ficou com a britânica Amy Tinkler.

Todas as medalhistas do solo feminino nos Jogos Olímpicos

OlimpíadaOuroPrataBronze
Helsinque-1952Ágnes Keleti (HUN)Maria Gorokhovskaya (URSS)Margit Korondi (HUN)
Melbourne-1956Ágnes Keleti (HUN) e Larisa Latynina (URSS)Elena Leusteanu (ROM)
Roma-1960Larisa Latynina (URSS)Polina Astakhova (URSS)Tamara Lyukhina (URSS)
Tóquio-1964Larisa Latynina (URSS)Polina Astakhova (URSS)Anikó Ducza (HUN)
Cidade do México-1968Vera Caslavska (TCH) e Larisa Petrik (URSS)Natalia Kunshiskaya (URSS)
Munique-1972Olga Korbut (URSS)Ludmilla Touricheva (URSS)Tamara Lazakovich (URSS)
Montreal-1976Nellie Kim (URSS)Ludmilla Touricheva (URSS)Nadia Comaneci (ROM)
Moscou-1980Nadia Comaneci (ROM) e Nellie Kim (URSS)Maxi Gnauc (GDR) e Natalia Shaposhnikova (URSS)
Los Angeles-1984Ecaterina Szabo (ROM)Julianne Mc Namara (USA)Mary Lou Retton (USA)
Seul-1988Daniela Silivas (ROM)Svetlana Boginskaya (URSS)Diana Dudeva (BUL)
Barcelona-1992Lavinia Milosovici (ROM)Henrietta Onódi (HUN)Cristina Bontas (ROM), Tatiana Gutsu (EUN) e Shannon Miller (USA)
Atlanta-1996Lilia Podkopayeva (UKR)Simona Amanar (ROM)Dominique Dawes (USA)
Sydney-2000Elena Zamolodchikova (RUS)Svetlana Khorkina (RUS)Simona Amanar (ROM)
Atenas-2004Catalina Ponor (ROM)Nicoleta Daniela Sofronie (ROM)Patricia Moreno (ESP)
Pequim-2008Sandra Izbasa (ROM)Shawn Johnson (USA)Nastia Liukin (USA)
Londres-2012Alexandra Raisman (USA)Catalina Ponor (ROM)Aliya Mustafina (RUS)
Rio-2016Simone Biles (USA)Alexandra Raisman (USA)Amy Tinkler (GBR)

Quadro de medalhas do solo feminino nos Jogos Olímpicos

PosiçãoPaísOuroPrataBronzeTotal
1União Soviética76417
2Romênia63413
3Estados Unidos2349
4Hungria2125
5Rússia1113
6Ucrânia1001
7Tchecoslováquia1001
8Alemanha Oriental0011
9Bulgária0011
10Equipe Unificada0011
11Espanha0011
12Grã-Bretanha0011