Equipe masculina
Equipe masculina – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020
Chances do Brasil
Após mais de 100 anos da primeira prova por equipes masculina em Jogos Olímpicos o Brasil conseguiu classificar um time completo pela primeira vez justamente na edição disputada em solo nacional.
Em 2015 o país se classificou para a final por equipes no campeonato mundial da modalidade e com isso garantiu a inédita vaga para a prova que acontece desde Saint Louis-1904.
Na Rio-2016 o quinteto formado por Sérgio Sasaki, Arthur Nory, Diego Hypólito, Arthur Zaneti e Francisco Barreto fez história duplamente, não apenas fazendo parte do primeiro time brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos, como também classificando o país para a final da competição. O quinteto terminou na sexta posição atrás de Japão, Rússia, China, Grã-Bretanha e Estados Unidos, repetindo a posição alcançada durante as classificatórias.
Para 2021, o Brasil contará novamente com uma equipe completa após conquistar a vaga no mundial de ginástica de 2019, em Stuttgart. O objetivo será novamente conquistar uma difícil vaga na final, já que uma medalha é improvável devido ao alto nível das favoritas.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Favoritas da equipe masculina em Tóquio
Após anos de domínio japonês no cenário da ginástica masculina, Rússia e China roubaram o protagonismo no ciclo atual e prometem brigar décimo a décimo pelo topo do pódio e pelo posto de novos donos da ginástica mundial.
No Mundial de 2018 os chineses levaram a melhor na prova de equipe masculina e acabaram se sagrando campeões após uma disputa intensa com os russos até o último aparelho.
Já no Mundial do ano passado os postos se inverteram, os russos ficaram com o ouro e os chineses com a prata. O desempate dessa disputa deve ficar mesmo para os Jogos Olímpicos. O Japão, antes dominante, segue bem forte e conquistou os dois bronzes no mundial do ciclo. As equipes dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha correm por fora por um lugar no pódio.
Histórico da equipe masculina nos Jogos Olímpicos
Presente nos Jogos Olímpicos desde a edição de Saint Louis-1904, a prova de equipe masculina é uma das competições mais importantes da ginástica artística. Em 26 edições disputadas, a prova conta com o domínio japonês, que venceu a competição por sete vezes, sendo cinco destes títulos de forma consecutiva. Destaque também para a União Soviética com quatro medalhas de ouro, a China com três e a Itália, potência nas primeiras edições, também com três medalhas de ouro.
A edição de Saint Louis apresentou pela primeira vez uma competição em que as notas de ginastas individualmente eram somadas e computadas para as equipes. A competição, no entanto, apresentou uma peculiaridade. Foram 13 times participantes, mas todos eles eram formados por atletas estadunidenses, donos da casa. Sendo assim, o primeiro pódio da história da competição foi completamente formado pelos Estados Unidos.
Nos jogos Olímpicos seguintes, Londres-1908, a disputa já passou a ser feita entre países, mas ainda bem diferente do que se vê hoje em dia. O pódio foi todo dominado por países nórdicos, com a Suécia levando o ouro, a Noruega a prata e a Finlândia o bronze. Naquela edição a competição contava com equipes bem grandes, variando entre 16 e 40 ginastas. Só para se ter uma noção do tamanho das equipes em 1908, a edição de Tóquio-2020 contará com apenas quatro ginastas por país nas equipes.
Os Jogos seguintes marcaram o primeiro tricampeonato na equipe masculina. A Itália de Alberto Braglia, Giorgio Zampori, Mario Lertora e Luigi Maiocco, que esteve presente em todas as conquistas, dominou as disputas e conquistou três ouros seguidos. Na primeira conquista italiana, Estocolmo-1912, a medalha de prata ficou com a Hungria e o bronze com a Grã-Bretanha. Na Antuérpia, 1920, a prata ficou com os belgas donos da casa e o bronze com a França. Já em Paris-1924 a Itália teve novamente a companhia dos franceses, mas agora com a prata, e dos suíços com o bronze. Vale lembrar que o domínio italiano poderia ter sido ainda maior, mas devido à Primeira Guerra Mundial, a edição Olímpica de 1916 foi cancelada e os grandes favoritos dos jogos não puderam conquistar aquele que seria o segundo título consecutivo para o país.
O domínio italiano só foi quebrado pela Suíça em 1928, nos Jogos Olímpicos disputados em Amsterdã, na Holanda. Os suíços conquistaram o ouro deixando para trás as equipes das extintas Tchecoslováquia e Iugoslávia, prata e bronze respectivamente. A Itália, tão dominante nas disputas passadas, ficou apenas em sexto lugar. No entanto o posto de melhor equipe masculina do mundo voltaria a ser conquistado pelos italianos nos jogos seguintes. Liderados por Romeo Neri, os italianos superaram os estadunidenses em quase 20 pontos para ficarem com o ouro. Os Estados Unidos voltaram ao pódio pela primeira vez após a estreia da competição em 1904.
A edição de 1936, que foi disputada em meio ao crescente temor de uma nova guerra mundial, viu a consagração dos donos da casa. Os alemães competindo em Berlim conquistaram o ouro após uma grande disputa com a Suíça, onde a diferença entre as equipes foi de apenas 0,032 décimos. Após ser bronze por duas edições seguidas, a Finlândia conquistou o topo do pódio nos Jogos Olímpicos de 1948, os primeiros disputados após o fim da Segunda Guerra Mundial, que acabou por cancelar duas Olimpíadas consecutivas. Foi também em 1948 que o mundo assistiu pela primeira vez em Jogos Olímpicos o suíço Josef Stalder, que ficaria eternizado no mundo da ginástica ao dar o seu nome para alguns dos elementos mais comuns nas barras paralelas e barra fixa no masculino e também nas barras assimétricas, no feminino. Stalder ao lado dos companheiros suíços foram medalha de prata em Londres.
As duas Olimpíadas seguintes foram vencidas pelos soviéticos, que contavam com nomes de expressão como Valentin Muratov, Albert Azaryan, Viktor Chukarin, Boris Shakhlin e Yuri Titov. Em 1952 os ginastas do extinto país deixaram para trás a Suíça de Stalder e a vigente campeã, Finlândia. Em 1956, nas primeiras Olimpíadas disputadas na Oceania, os soviéticos conquistaram o ouro deixando a prata para o Japão e o bronze para a Finlândia. A edição de Melbourne marcou a última vez na história em que a Finlândia apareceu em um pódio olímpico por equipes. O país que conquistou cinco medalhas consecutivas na equipe masculina entre 1932 e 1956 nunca mais subiu ao pódio nessa competição.
Roma-1960 marcou o início do maior domínio já visto na equipe masculina. O Japão, que até a edição anterior em Melbourne nunca havia conquistado nenhuma medalha, venceu a disputa na capital italiana e iniciou uma hegemonia que perdurou por longas cinco edições. De 1960 até Montreal-1976 nenhum país foi capaz de bater os nipônicos, nem mesmo a forte equipe soviética. Yukio Endo, que tem seu nome no código de pontuações e foi um dos maiores ginastas da história, esteve presente em três dessas conquistas: 1976, 1980 e 1984. Se destacaram também nas equipes japonesas ao longo dos cinco títulos os ginastas Sawao Kato, Eizo Kenmotsu, Akinori Nakayama, Yukio Endo e o lendário Mitsuo Tsukahara. Nesse mesmo período a União Soviética conquistou todas as medalhas de prata. Viktor Klimenko e Mikhail Voronin são nomes de destaque dos soviéticos nesse período.
A base da equipe masculina da União Soviética, que foi medalhista de prata em Montreal-1976, foi a responsável por recolocar o país no topo do pódio novamente quatro anos depois. Aproveitando da ausência dos japoneses, que estavam no grupo dos países capitalistas que boicotaram as Olimpíadas em solo soviético, Alexander Dityatin, Vladimir Markelov e o veterano Nikolai Andrianov se juntaram aos novatos Eduard Azaryan, Bohdan Makuts e Eleksandr Tkatchyov e conquistaram sem grandes dificuldades a medalha de ouro em sua própria casa. A medalha de prata ficou com a Alemanha Oriental e o bronze com a Hungria.
Quatro anos depois foi a vez do bloco socialista boicotar as Olimpíadas realizadas em Los Angeles, Estados Unidos. Assim, a equipe masculina soviética não pôde defender sua medalha de ouro e tiveram que acompanhar de longe os Estados Unidos conquistarem o topo do pódio. Liderados por Bart Conner, Mitch Gaylord e Peter Vidmar o país voltou a conquistar a medalha de ouro exatamente 80 anos depois de ter sido campeão. Quem apareceu no pódio pela primeira vez foi a China, que viria a se tornar uma das principais potências da modalidade.
Seul-1988 assistiu a última Olimpíada disputada pela União Soviética e a despedida foi com chave de ouro. Dentre outros nomes, fizeram parte da última equipe masculina soviética Vladimir Artemov, Dmitry Bilozerchev, Sergey Kharkov e Valeri Liukin, pai de Nastia Liukin. A prata ficou com a equipe da Alemanha Oriental e o bronze com o Japão.
Em 1992 o país já havia se dissolvido e os países que dele faziam parte disputaram as Olimpíadas sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI) e com o nome de Equipe Unificada. A equipe acabou conquistando a medalha de ouro em Barcelona tendo Vitaly Scherbo e Rustan Sharipov como seus principais expoentes. A China foi prata e o Japão bronze. Principal herdeira da ginástica soviética, a Rússia foi a campeã olímpica em Atlanta-1996 liderada por um dos maiores nomes da modalidade, Alexei Nemov. A China ficou com a prata e uma outra antiga nação soviética conquistou o bronze, a Ucrânia.
Após bater na trave por duas edições consecutivas a China finalmente conquistou o seu primeiro ouro olímpico em Sidney-2000, contando em sua equipe com Li Xiaopeng. A vitória chinesa acabou inaugurando uma época de domínio asiático que ainda não foi quebrado pelos países ocidentais. Quatro anos depois, em Atenas, foi o Japão quem subiu no topo do pódio. A China voltou a ser campeã disputando os jogos em sua própria casa em Pequim e emendou com o título de Londres-2012, se tornando o quarto país a chegar ao terceiro ouro olímpico. Faziam parte dessas equipes Chen Ybing, rival do brasileiro Arthur Zanetti nas argolas, Zou Kai, Yang Wei e Li Xiaopeng.
A última edição olímpica, disputada no Rio de Janeiro em 2016, acabou por apresentar mais um capítulo desse revezamento entre as duas potências asiáticas. O Japão liderado por Kohei Uchimura, um dos maiores nomes da ginástica em toda a história, se não o maior, somou seu sétimo ouro desbancando a bicampeã China. Nesse período de domínio asiático alguns países também apareceram nas outras duas posições do pódio. Estados Unidos e Rússia com duas medalhas, e Grã-Bretanha, Romênia e Ucrânia com uma formam esse grupo de países.
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Medalhistas da equipe masculina nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | Ouro | Prata | Bronze |
1904 | Filadélfia Turngemeinde, Filadélfia | New York Turnverein, Nova York | Central Turnverein, Chicago |
1908 | Suécia | Noruega | Finlândia |
1912 | Itália | Hungria | Grã Bretanha |
1920 | Itália | Bélgica | França |
1924 | Itália | França | Suíça |
1928 | Suíça | Tchecoslováquia | Iugoslávia |
1932 | Itália | Estados Unidos | Finlândia |
1936 | Alemanha | Suíça | Finlândia |
1948 | Finlândia | Suíça | Hungria |
1952 | União Soviética | Suíça | Finlândia |
1956 | União Soviética | Japão | Finlândia |
1960 | Japão | União Soviética | Itália |
1964 | Japão | União Soviética | Equipe Unificada da Alemanha |
1968 | Japão | União Soviética | Alemanha Oriental |
1972 | Japão | União Soviética | Alemanha Oriental |
1976 | Japão | União Soviética | Alemanha Oriental |
1980 | União Soviética | Alemanha Oriental | Hungria |
1984 | Estados Unidos | China | Japão |
1988 | União Soviética | Alemanha Oriental | Japão |
1992 | Equipe Unificada | China | Japão |
1996 | Rússia | China | Ucrânia |
2000 | China | Ucrânia | Rússia |
2004 | Japão | Estados Unidos | Romênia |
2008 | China | Japão | Estados Unidos |
2012 | China | Japão | Grã Bretanha |
2016 | Japão | Rússia | China |
Quadro de medalhas – Equipe masculina – Jogos Olímpicos
Posição | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
1 | Japão | 7 | 3 | 3 | 13 |
2 | União Soviética | 4 | 5 | 0 | 9 |
3 | Itália | 4 | 0 | 2 | 6 |
4 | China | 3 | 3 | 1 | 7 |
5 | Estados Unidos | 1 | 3 | 2 | 6 |
6 | Suíça | 1 | 3 | 1 | 5 |
7 | Rússia | 1 | 1 | 1 | 3 |
8 | Noruega | 1 | 1 | 0 | 2 |
9 | Finlândia | 1 | 0 | 5 | 6 |
10 | Alemanha | 1 | 0 | 1 | 2 |
11 | Time misto | 1 | 0 | 0 | 1 |
11 | Suécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
11 | Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Alemanha Oriental | 0 | 2 | 3 | 5 |
15 | Hungria | 0 | 1 | 2 | 3 |
16 | França | 0 | 1 | 1 | 2 |
16 | Ucrânia | 0 | 1 | 1 | 2 |
18 | Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Tchecoslováquia | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Dinamarca | 0 | 1 | 0 | 1 |
21 | Grã Bretanha | 0 | 0 | 2 | 2 |
22 | Romênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
22 | Iugoslávia | 0 | 0 | 1 | 1 |