Florete feminino
Florete feminino – esgrima – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Estreante em Jogos Olímpicos, Mariana Pistoia completa a equipe brasileira de esgrima em Paris-2024. A gaúcha vai disputar o florete feminino e dificilmente chegará próxima de brigar por medalha. Atual 65ª colocada do ranking mundial, ela se classificou ao vencer o Pré-Olímpico disputado em abril, em San José, na Costa Rica. No último Mundial, terminou em 67º lugar.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
As favoritas
De todas as categorias individuais da esgrima em Paris-2024, o florete feminino é onde a favorita ao ouro é mais clara. A norte-americana Lee Kiefer é o nome a ser batido e chega a Paris como grande postulante ao bicampeonato olímpico. Desde o título olímpico em Tóquio, ela teve um ciclo com muitas conquistas, incluindo a medalha de bronze nos Mundiais de 2022 e 2023, 4 vezes campeã dos Grand Prix, e 12 vezes medalhista em Copas do Mundo, somando 2 ouros, 7 pratas e 3 bronzes. Além disso, ela é a atual líder do ranking mundial no florete feminino.
A italiana Arianna Errigo é outra esgrimista favorita à medalha, sendo vice-campeã Mundial em 2022 e 2023, além de ter sido vice-campeã olímpica em Londres-2012. Ela também possui mais duas medalhas em Jogos Olímpicos por equipes. Outra italiana que entra na disputa é Alice Volpi, atualmente a 4ª melhor do mundo no ranking, que durante o ciclo olímpico, conquistou três medalhas de ouro em Copas do Mundo e é a atual campeã mundial.
Além das italianas, quem pode dar trabalho para a norte-americana Lee Kiefer é a polonesa Julia Walczyk, que apesar de não ser uma das favoritas, está na 5ª colocação no ranking mundial e pode surpreender. Outros nomes fortes são a alemã Anne Sauer, a canadense Jessica Ji Guo, a chinesa Chen Qingyuan, e a norte-americana Jacqueline Dubrovich.
Brasil no florete feminino em Jogos Olímpicos
O Brasil participou de três edições dos Jogos Olímpicos no florete feminino individual: Berlim-1936 e as recentes Atenas-2004 e Rio-2016, em casa.
A primeira atleta brasileira a competir foi Hilda von Puttkammer, que conseguiu ficar entre as 24 melhores do mundo em Berlim-1936. Convidada também para Londres-48, ela alegou não ter condições físicas de representar o Brasil na ocasião. Em resposta, liderou um movimento para a realização de seletivas, permitindo que outra atleta fosse em seu lugar. Essa atitude foi vista como uma afronta pelos dirigentes brasileiros da época, que decidiram bani-la do esporte. Até hoje, sua atitude é considerada um exemplo de revolução feminina no esporte nacional.
O Brasil só voltou a ter mulheres na esgrima 68 anos depois, em Atenas-2004, com Maria de Castro Herklotz no florete e Elora Petaro no sabre. Herklotz, ou Maju como era conhecida, terminou em um excelente 20º lugar após perder para a coreana Nam Hyun-Hee por 15 a 6.
No Rio, disputando em casa, Thais Rochel e Bia Bulcão foram as representantes brasileiras, terminando respectivamente em 30º e 31º lugar.
Histórico do florete feminino nos Jogos Olímpicos
O florete feminino é a prova da esgrima mais antiga para as mulheres, presente desde os Jogos de Paris-1924. Ao todo, doze países já subiram ao topo do pódio, sendo que a Itália tem sete títulos e é a maior vencedora. A Hungria fez quatro campeãs e a Alemanha três.
Esta é a segunda prova da esgrima olímpica com maior diversidade de nações campeãs, atrás apenas da espada masculina com doze. Um exemplo disso é que três países conquistaram seus únicos ouros olímpicos na esgrima nesta prova. A Dinamarca da primeira campeã olímpica Ellen Osiier em Paris-1924, a Áustria de Ellen Preis em Los Angeles-1932 e a Grã Bretanha, país com extrema tradição no ciclismo e no remo, mas que, ao contrário de seus vizinhos, tem poucas conquistas na esgrima, sendo seu único ouro olímpico o título de Gillian Sheen em Melbourne-1956.
A húngara Ilona Elek se tornou a primeira bicampeã olímpica da esgrima feminina com os títulos de Berlim-36 e Londres-1948.
As maiores vitoriosas são as italianas, donas de sete títulos, sendo três deles de Valentina Vezzali, considerada por muitos a maior esgrimista de todos os tempos. Ela é a única atleta da modalidade a possuir três ouros olímpicos individuais, ao vencer em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Possui ainda três títulos por equipes e duas outras medalhas individuais, uma prata em Atlanta-1996.
A campeã olímpica de 2016 é a russa Inna Deriglazova, tricampeã mundial. O pódio dos Jogos do Rio teve ainda com a medalha de bronze a tunisiana Ines Boubakri, primeira mulher africana a vencer uma medalha olímpica na esgrima.
Em Tóquio-2020, a favoritíssima ao bicampeonato, Inna Deriglazova, perdeu para a norte-americana Lee Kiefer, que ficou com o ouro. A medalha de bronze foi conquistada por Larisa Korobeynikova, também da Rússia.
Medalhistas do florete feminino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris-1924 | Ellen Osiier (DIN) | Gladys Davis (GBR) | Grete Heckscher (DIN) |
Amsterdã-1928 | Helene Mayer (ALE) | Muriel Freeman (GBR) | Olga Oelkers (ALE) |
Los Angeles-1932 | Ellen Preis (AUT) | Judy Guinness (GBR) | Erna Bogen (HUN) |
Berlim-1936 | Ilona Elek-Schacherer (HUN) | Helene Mayer (ALE) | Ellen Preis (AUT) |
Londres-1948 | Ilona Elek (HUN) | Karen Lachmann (DIN) | Ellen Müller-Preis (AUT) |
Helsinque-1952 | Irene Camber-Corno (ITA) | Ilona Elek (HUN) | Karen Lachmann (DIN) |
Melbourne-1956 | Gillian Sheen (GBR) | Olga Orban (ROM) | Renée Garilhe (FRA) |
Roma-1960 | Heidi Schmid (ALE) | Valentina Rastvorova (URS) | Maria Vicol (ROM) |
Tóquio-1964 | Ildikó Rejtő-Ujlaky (HUN) | Helga Mees (ALE) | Antonella Ragno (ITA) |
Cidade do México-1968 | Yelena Novikova (URS) | Pilar Roldán (MEX) | Ildikó Rejtő-Ujlaky (HUN) |
Munique-1972 | Antonella Ragno-Lonzi (ITA) | Ildikó Farkasinszky-Bóbis (HUN) | Galina Gorokhova (URS) |
Montreal-1976 | Ildikó Schwarczenberger-Tordasi (HUN) | Maria Consolata Collino (ITA) | Yelena Belova (URS) |
Moscou-1980 | Pascale Trinquet (FRA) | Magda Maros (HUN) | Barbara Wysoczańska (POL) |
Los Angeles-1984 | Jujie Luan (CHI) | Cornelia Hanisch (FRG) | Dorina Vaccaroni (ITA) |
Seul-1988 | Anja Fichtel (FRG) | Sabine Bau (FRG) | Zita Funkenhauser (FRG) |
Barcelona-1992 | Giovanna Trillini (ITA) | Wang Huifeng (CHI) | Tatyana Sadovskaya (EUN) |
Atlanta-1996 | Laura Badea (ROM) | Valentina Vezzali (ITA) | Giovanna Trillini (ITA) |
Sydney-2000 | Valentina Vezzali (ITA) | Rita König (ALE) | Giovanna Trillini (ITA) |
Atenas-2004 | Valentina Vezzali (ITA) | Giovanna Trillini (ITA) | Sylwia Gruchała (POL) |
Pequim-2008 | Valentina Vezzali (ITA) | Nam Hyeon-Hui (COR) | Margherita Granbassi (ITA) |
Londres-2012 | Elisa Di Francisca (ITA) | Arianna Errigo (ITA) | Valentina Vezzali (ITA) |
Rio-2016 | Inna Deriglazova (RUS) | Elisa Di Francisca (ITA) | Inès Boubakri (TUN) |
Tóquio-2020 | Lee Kiefer (USA) | Inna Deriglazova (RUS) | Larisa Korobeynikova (RUS) |
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
Quadro de medalhas – Florete feminino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 7 | 5 | 6 | 18 |
Hungria | 4 | 3 | 2 | 9 |
Alemanha | 2 | 3 | 1 | 6 |
Grã-Bretanha | 1 | 3 | 0 | 4 |
Alemanha Ocidental | 1 | 2 | 1 | 4 |
Dinamarca | 1 | 1 | 2 | 4 |
União Soviética | 1 | 1 | 2 | 4 |
Romênia | 1 | 1 | 1 | 3 |
Rússia | 1 | 1 | 1 | 3 |
China | 1 | 1 | 0 | 2 |
Áustria | 1 | 0 | 2 | 3 |
França | 1 | 0 | 1 | 2 |
Estados Unidos | 1 | 0 | 0 | 1 |
México | 0 | 1 | 0 | 1 |
Coreia do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Tunísia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |