Florete feminino
Florete feminino do Brasil na história dos Jogos Olímpicos
O Brasil participou de três edições dos Jogos Olímpicos no florete feminino individual: Berlim-1936 e as recentes Atenas-2004 e Rio-2016, em casa. Contudo, não haverá participação brasileira em Tóquio-2020.
A primeira atleta brasileira a competir foi Hilda von Puttkammer, atleta que conseguiu ficar entre as 24 melhores do mundo na ocasião em Berlim-1936. Foi convidada também para Londres-48, mas alegou não ter condições físicas de representar o Brasil na ocasião. Liderou, então, um movimento para a realização de seletivas para que outra atleta fosse em seu lugar, atitude que foi considerada uma afronta pelos dirigentes brasileiros da época que decidiram banir ela do esporte. Sua atitude é considerada até hoje um exemplo de revolução feminina no esporte nacional.
O Brasil só voltou a ter mulheres na esgrima 68 anos depois, em Atenas-2004, com Maria de Castro Herklotz no florete e Elora Petaro no sabre. Herklotz, ou Maju como era conhecida, terminou em um excelente 20º lugar após perder para a coreana Nam Hyun-Hee por 15 x 06.
No Rio, jogando em casa, Thais Rochel e Bia Bulcão foram as representantes brasileiras, terminando respectivamente em 30º e 31º lugar.
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Favoritas no florete feminino
De todas as categorias individuais da esgrima em Tóquio-2020, o florete feminino é quem tem a favorita ao ouro é mais clara. A russa Inna Deriglazova é o nome a ser batido e chega ao Japão como grande postulante ao bicampeonato olímpico. Do título olímpico do Rio até os dias de hoje, ela teve um ciclo quase perfeito com o tricampeonato mundial em 2015, 2017 e 2019. Na temporada de 2019 venceu ainda todas as etapas do circuito mundial da Copa do Mundo de esgrima.
O ciclo foi quase perfeito pois Deriglazova teve poucas derrotas no caminho, as principais delas para as italianas, grandes nomes da prova. A russa perdeu o campeonato europeu de 2017 para Arianna Errigo e o de 2019 para Elisa Di Francisca. Errigo, prata em Londres-2012, estará em Tóquio-2020, ao contrário de Francisca, campeã olímpica em Londres-2012 e vice no Rio-2016, que não estará em Tóquio-2020 por estar grávida. O fortíssimo time italiano terá ainda Martina Batini, tricampeã mundial por equipes e Alice Volpi, campeã mundial em 2018.
Além das italianas, quem pode dar trabalho para a russa é a francesa Ysaora Thibus, responsável pela única derrota de Deriglazova em mundiais no ciclo, ao vencer a adversária por 15 x 14 nas quartas de final, terminando posteriormente com a prata. Outros nomes fortes são a americana Lee Kiefer, a japonesa Yuka Ueno, a chinesa Chen Qingyuan e a tunisiana Ines Boubakri.
Histórico do florete feminino nos Jogos Olímpicos
O florete feminino é a prova da esgrima mais antiga para as mulheres, presente desde os Jogos de Paris-1924. Ao todo, onze países já subiram ao topo do pódio, sendo que a Itália tem sete títulos e é a maior vencedora. A Hungria fez quatro campeãs e a Alemanha três.
Esta é a segunda prova da esgrima olímpica com maior diversidade de nações campeãs, atrás apenas da espada masculina com doze. Um exemplo disso é que três países conquistaram seus únicos ouros olímpicos na esgrima nesta prova. A Dinamarca da primeira campeã olímpica Ellen Osiier em Paris-1924, a Áustria de Ellen Preis em Los Angeles-1932 e a Grã Bretanha, país com extrema tradição no ciclismo e no remo, mas que, ao contrário de seus vizinhos, tem poucas conquistas na esgrima, sendo seu único ouro olímpico o título de Gillian Sheen em Melbourne-1956.
A húngara Ilona Elek se tornou a primeira bicampeã olímpica da esgrima feminina com os títulos de Berlim-36 e Londres-1948.
As maiores vitoriosas são as italianas, donas de sete títulos, sendo três deles de Valentina Vezzali, considerada por muitos a maior esgrimista de todos os tempos. Ela é a única atleta da modalidade a possuir três ouros olímpicos individuais, ao vencer em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Possui ainda três títulos por equipes e duas outras medalhas individuais, uma prata em Atlanta-1996.
A atual campeã olímpica é a russa Inna Deriglazova, tricampeã mundial e favoritíssima ao bicampeonato olímpico em Tóquio-2020. O pódio dos Jogos do Rio em 2016 teve ainda com a medalha de bronze a tunisiana Ines Boubakri, primeira mulher africana a vencer uma medalha olímpica na esgrima.
Medalhistas do florete feminino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris-1924 | Ellen Osiier (DIN) | Gladys Davis (GBR) | Grete Heckscher (DIN) |
Amsterdã-1928 | Helene Mayer (ALE) | Muriel Freeman (GBR) | Olga Oelkers (ALE) |
Los Angeles-1932 | Ellen Preis (AUT) | Judy Guinness (GBR) | Erna Bogen (HUN) |
Berlim-1936 | Ilona Elek-Schacherer (HUN) | Helene Mayer (ALE) | Ellen Preis (AUT) |
Londres-1948 | Ilona Elek (HUN) | Karen Lachmann (DIN) | Ellen Müller-Preis (AUT) |
Helsinque-1952 | Irene Camber-Corno (ITA) | Ilona Elek (HUN) | Karen Lachmann (DIN) |
Melbourne-1956 | Gillian Sheen (GBR) | Olga Orban (ROM) | Renée Garilhe (FRA) |
Roma-1960 | Heidi Schmid (ALE) | Valentina Rastvorova (URS) | Maria Vicol (ROM) |
Tóquio-1964 | Ildikó Rejtő-Ujlaky (HUN) | Helga Mees (ALE) | Antonella Ragno (ITA) |
Cidade do México-1968 | Yelena Novikova (URS) | Pilar Roldán (MEX) | Ildikó Rejtő-Ujlaky (HUN) |
Munique-1972 | Antonella Ragno-Lonzi (ITA) | Ildikó Farkasinszky-Bóbis (HUN) | Galina Gorokhova (URS) |
Montreal-1976 | Ildikó Schwarczenberger-Tordasi (HUN) | Maria Consolata Collino (ITA) | Yelena Belova (URS) |
Moscou-1980 | Pascale Trinquet (FRA) | Magda Maros (HUN) | Barbara Wysoczańska (POL) |
Los Angeles-1984 | Jujie Luan (CHI) | Cornelia Hanisch (FRG) | Dorina Vaccaroni (ITA) |
Seul-1988 | Anja Fichtel (FRG) | Sabine Bau (FRG) | Zita Funkenhauser (FRG) |
Barcelona-1992 | Giovanna Trillini (ITA) | Wang Huifeng (CHI) | Tatyana Sadovskaya (EUN) |
Atlanta-1996 | Laura Badea (ROM) | Valentina Vezzali (ITA) | Giovanna Trillini (ITA) |
Sydney-2000 | Valentina Vezzali (ITA) | Rita König (ALE) | Giovanna Trillini (ITA) |
Atenas-2004 | Valentina Vezzali (ITA) | Giovanna Trillini (ITA) | Sylwia Gruchała (POL) |
Pequim-2008 | Valentina Vezzali (ITA) | Nam Hyeon-Hui (COR) | Margherita Granbassi (ITA) |
Londres-2012 | Elisa Di Francisca (ITA) | Arianna Errigo (ITA) | Valentina Vezzali (ITA) |
Rio-2016 | Inna Deriglazova (RUS) | Elisa Di Francisca (ITA) | Inès Boubakri (TUN) |
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Quadro de medalhas – Florete feminino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 7 | 5 | 6 | 18 |
Hungria | 4 | 3 | 2 | 9 |
Alemanha | 2 | 3 | 1 | 6 |
Grã-Bretanha | 1 | 3 | 0 | 4 |
Alemanha Ocidental | 1 | 2 | 1 | 4 |
Dinamarca | 1 | 1 | 2 | 4 |
União Soviética | 1 | 1 | 2 | 4 |
Romênia | 1 | 1 | 1 | 3 |
China | 1 | 1 | 0 | 2 |
Áustria | 1 | 0 | 2 | 3 |
França | 1 | 0 | 1 | 2 |
Rússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
México | 0 | 1 | 0 | 1 |
Coreia do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Tunísia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |