Esgrima
Esgrima nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Feminino
Florete
Florete por equipes
Espada
Espada por equipes
Sabre
Sabre por equipes
Masculino
Florete
Florete por equipes
Espada
Espada por equipes
Sabre
Sabre por equipes
Local da competição
A esgrima será sediada no Makuhari Messe, um tradicional centro de convenções da capital japonesa, localizado em Chiba. Para a esgrima, a ideia original era uma capacidade para 6000 espectadores, meta que deverá ser reduzida drasticamente devido aos protocolos de controle de propagação da COVID-19
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
O Brasil na esgrima dos Jogos Olímpicos
A esgrima é um dos esportes mais antigos do Brasil. A prática da modalidade está presente em terras nacionais desde o Brasil Império, quando Dom Pedro II demonstrou interesse no esporte e fundou, em 1858, cursos de esgrima na Infantaria e Cavalaria da Escola Militar de Realengo.
Já no Brasil República, surgiram escolas de esgrima especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, por volta de 1906. Em 1927 funda-se a União Brasileira de Esgrima, que posteriormente se tornaria a Confederação Brasileira de Esgrima. Nove anos depois, em 1936, o Brasil filiou-se à Federação Internacional de Esgrima.
Neste mesmo ano, o Brasil enviou os primeiros atletas nacionais para uma edição dos Jogos Olímpicos, em Berlim-36, onde foi representado por uma equipe de seis atletas: Moacyr Dunham, Ennio de Oliveira, Ricardo Vagnotti, Lodovico Alessandri, Henrique de Aguilar e Hilda von Puttkammer. O melhor resultado foi o 10º lugar de Aguilar na espada masculina individual.
Devido aos altos custos da prática da modalidade e o pouco investimento, o Brasil nunca teve grande tradição na esgrima, conquistando seus melhores resultados principalmente no século XXI. Muitos destes resultados vêm da espada de Nathalie Moellhausen, italiana de origem brasileira que decidiu representar o país após Londres-2012.
A estrela
Em Budapeste, no Mundial de 2019, Nathalie Moellhausen colocou o Brasil no mapa das medalhas do evento ao se tornar campeã mundial em uma emocionante disputa ponto a ponto contra a chinesa Lin Sheng. Esta é a medalha mais importante da história da esgrima brasileira. Nathalie é responsável também pela marca de melhor resultado da esgrima nacional em Jogos Olímpicos, com o quinto lugar na Rio-2016, feito igualado poucos dias depois por Guilherme Toldo, outro grande nome nacional que foi quinto colocado no florete. Os dois serão os representantes brasileiros em Tóquio-2020.
Renzo Agresta era especialista no sabre e foi um dos maiores nomes da esgrima nacional, competindo em quatro edições olímpicas, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016, feito ainda não atingido por nenhum outro esgrimista nacional.
Grandes nomes da esgrima nos Jogos Olímpicos
Citar grandes nomes da história da esgrima mundial é passar pela história olímpica, especialmente de nações europeias, continente de origem do esporte. Alguns dos maiores nomes são da Itália, Hungria, França e Rússia ou União Soviética.
Itália
Pelo lado masculino vem Edoardo Mangiarotti, atleta que respirou a esgrima desde pequeno por nascer em uma família de praticantes do esporte. Foi moldado desde cedo com o objetivo de se tornar um campeão, prova disso é que foi ensinado a duelar como canhoto mesmo sendo destro, visando surpreender os adversários que empunhavam em sua maioria as armas com a mão direita.
Edoardo Mangiarotti venceu 13 medalhas olímpicas entre 1936 e 1956. Dessas, destaque para o ouro da espada individual de Helsinque-52. Conquistou outras cinco medalhas de ouro, sendo quatro com a equipe de espada e uma com a equipe de florete. Possui 26 medalhas em campeonatos mundiais.
Empatado em número de ouros com seu compatriota está Nedo Nardi, seis vezes campeão olímpico. Ele venceu duas vezes o florete individual, uma vez o florete por equipes, uma vez o sabre individual, uma vez o sabre por equipes e também tem um título na espada por equipes. Com exceção do primeiro título do florete, conquistado em Estocolmo-1912, todos os outros títulos foram vencidos na Antuérpia-1920.
Isso faz com que Nedo Nard possua dois recordes que nos dias de hoje parecem imbatíveis: O esgrimista com o maior número de ouros em uma mesma edição dos Jogos, cinco, e o único atleta da história com títulos olímpicos nas três armas. Poderia ter mais medalhas, não fosse o cancelamento dos Jogos de Berlim-1916 devido a Primeira Grande Guerra.
Europa domina
Com sete ouros olímpicos e 14 em mundiais, Aladár Gerevich, da Hungria, é o atleta masculino com mais medalhas de ouro nos dois grandes eventos. Sua especialidade foi o sabre, arma preferida dos húngaros, onde conquistou o ouro olímpico individual de Londres-48 e outros seis títulos por equipes.
Considerado o esgrimista mais técnico de todos os tempos, o russo Pavel Koloblov foi um espadista de sucesso no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Conquistou cinco títulos mundiais individuais e o título olímpico de Sydney-2000. Seus movimentos eram tão precisos que para muitos beirava a perfeição. Praticamente todo esgrimista que inicia a prática da espada se inspira no atleta.
Já do florete, o principal nome é o francês Christian d’Oriola, bicampeão olímpico individualmente e por equipes em Helsinque-52 e Melbourne-56.
Pioneiro
Das Américas, o país com o maior número de ouros olímpicos é Cuba, com cinco. Destes, três deles são de Ramon Fonst, campeão da espada nos Jogos de Paris-1900 e St Louis-1904.
Precisão feminina
A maior medalhista do esporte também é italiana, Valentina Vezzali, considerada por muitos como a melhor esgrimista de todos os tempos. Conquistou seis ouros olímpicos sendo três no florete individual (2000,2004 e 2008) e três por equipes (1996, 2000 e 2012). Possui ainda uma prata (1996) e um bronze (2012) individuais, além de outro bronze (2008) por equipes. Em mundiais, é a maior medalhista de todos os tempos no evento com 26 medalhas, sendo 16 de ouro. É a única atleta de toda esgrima a ser tricampeã olímpica individualmente.
Fora da Europa, destaque para Mariel Zagunis, dos Estados Unidos, bicampeã olímpica do sabre individual em Atenas-2004 e Pequim-2008, sendo esses os únicos dois ouros dos estadunidenses na história do torneio olímpico de esgrima.
Quadro de medalhas da esgrima nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 49 | 43 | 33 | 125 |
França | 42 | 41 | 35 | 118 |
Hungria | 37 | 23 | 27 | 87 |
União Soviética | 18 | 15 | 16 | 49 |
Rússia | 13 | 5 | 8 | 26 |
Alemanha Ocidental | 7 | 8 | 1 | 16 |
Alemanha | 6 | 8 | 11 | 25 |
Polônia | 4 | 9 | 9 | 22 |
China | 4 | 7 | 3 | 14 |
Romênia | 4 | 5 | 7 | 16 |
Cuba | 4 | 3 | 3 | 10 |
Coreia do Sul | 4 | 2 | 5 | 11 |
Estados Unidos | 3 | 11 | 17 | 31 |
Bélgica | 3 | 3 | 4 | 10 |
Suécia | 2 | 3 | 2 | 7 |
Ucrânia | 2 | 1 | 3 | 6 |
Grécia | 2 | 1 | 2 | 5 |
Grã-Bretanha | 1 | 8 | 0 | 9 |
Suíça | 1 | 4 | 3 | 8 |
Dinamarca | 1 | 2 | 3 | 6 |
Equipe Unificada | 1 | 2 | 2 | 5 |
Áustria | 1 | 1 | 5 | 7 |
Time misto | 1 | 0 | 0 | 1 |
Venezuela | 1 | 0 | 0 | 1 |
Japão | 0 | 2 | 0 | 2 |
Alemanha Oriental | 0 | 1 | 0 | 1 |
Egito | 0 | 1 | 0 | 1 |
México | 0 | 1 | 0 | 1 |
Noruega | 0 | 1 | 0 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 5 | 5 |
Bohemia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Argentina | 0 | 0 | 1 | 1 |
Portugal | 0 | 0 | 1 | 1 |
Espanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Tunísia | 0 | 0 | 1 | 1 |
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O esporte
A esgrima, regida internacionalmente pela FEI (Federação Internacional de Esgrima), está presente desde a primeira edição olímpica da era moderna, junto com a natação, o atletismo e a ginástica. A modalidade é dividida em três armas com estruturas, peso e regras diferentes de combate. As três armas olímpicas são: florete, sabre e espada.
A diferença entre os esgrimistas está só na arma que empunham mesmo, no todo a competição tem regras bem padronizadas. Todos os esgrimistas usam como uniformes jaqueta, luvas, fios elétricos, arma, calça, máscara e plastrom.
As competições começam com os poules, fase classificatória, onde os esgrimistas são divididos em grupos de cinco ou seis atletas. Nesta fase, ganha quem tocar o adversário cinco vezes primeiro ou mais vezes em três minutos. Após isso, são chaveados de acordo com seu desempenho na fase anterior e combatem entre si por 15 toques ou nove minutos, onde vence aquele que atingir o número de toques primeiro ou pontuar mais no tempo estipulado. É importante frisar que usualmente, devido ao restrito número de atletas classificados, a esgrima olímpica não utiliza dos poules, chaveando os atletas do torneio de acordo com sua posição no ranking mundial. Os combates acontecem em uma pista que mede 14 m de comprimento e entre 1,5 e 2 m de largura.
Há também as provas por equipes, onde três competidores se enfrentam sem séries de nove minutos, intercalando o atleta a cada toque. Vence a equipe que pontuar 45 vezes primeiro ou marcar mais pontos ao fim dos 27 minutos da prova.
Confira abaixo a diferença entre as três armas da esgrima.
Florete
O florete é a arma mais comum da esgrima por ser a mais leve e flexível, utilizada sempre por professores para a iniciação no esporte, inclusive. Pesa 500 gramas e tem 1,10 metro de comprimento da base a ponta, sendo 90 cm de lâmina. Possui também, assim como as outras duas armas, o copo e a pega, partes pelas quais o esgrimista a protege e a segura. Para marcar pontos, o esgrimista deve tocar com a ponta da arma no torso do adversário
Espada
Medindo 0,90 m e pesando 770 gramas a espada é uma arma que deve se jogar sempre na posição vertical, pois para marcar pontos o combatente pode tocar qualquer parte do corpo do adversário com a ponta da arma. É lâmina é a mais dura e menos flexível das armas olímpicas, produzindo toques fortes na ponta, especialmente na máscara. Na regra, é a única das três que permite pontos em toques simultâneos. Como curiosidade, era a arma mais utilizada em combates do século XVIII e XIX. É a também preferida dos atletas mais altos.
Sabre
Assim como o florete, é uma arma bem leve e flexível, pesando 500g e medindo 88 cm de lâmina. Porém, ao contrário da outra, possui golpes mais violentos e ágeis, pois para marcar os pontos o combatente pode tocar com qualquer parte da arma, lâmina, corte e contra corte, todas as partes do corpo do adversário acima da cintura, exceto as mãos. A arma muitas vezes parece um chicote de tão veloz que é.