Dois Sem masculino
Chances do Brasil
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Brasil não terá nenhum representante no Dois Sem masculino. O remo terá apenas um atletas: Lucas Verthein que garantiu a classificação ao vencer o Single Skiff masculino na Regata Continental de Qualificação Olímpica do remo, disputada em março de 2021 no Rio de Janeiro.
Em todas as outras 13 categorias do remo em Tóquio, o Brasil não terá nenhum representante.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Favoritos no Dois Sem masculino
Após se tornarem campeões olímpicos no duplo skiff, os irmãos croatas Martin Sinkovic e Valent Sinkovic mudaram de categoria para o ciclo de Tóquio e mantiveram sua hegemonia. Apenas no primeiro ano do ciclo, em 2017, que a dupla não foi campeã mundial, mas ainda assim ficou com a medalha de prata. Nos dois anos seguintes os irmãos se sagraram campeões mundiais.
Dois dos maiores nomes do remo croata, e também mundial, os irmãos somam, cada um ao longo de suas carreiras, um ouro e uma prata em olimpíadas, cinco ouros, uma prata e um bronze em mundiais e cinco ouros e duas pratas em campeonatos europeus.
Medalhista de prata do Mundial de 2019, o último disputado antes da Olimpíada de Tóquio, a dupla neozelandesa aparece como uma das mais cotadas ao pódio olímpico, sendo uma das maiores rivais dos irmãos Sinkovic, da Croácia. Formada atualmente por Thomas Murray, o Tom, e por Michael Brake, os neozelandeses foram ainda quinto colocados no mundial de 2018. No início do ciclo quem formava a dupla do país era Tom Murray e James Hunter, quando foram medalhistas de bronze, mas Michael acabou por desbancar Hunter do seu posto. Um dos países mais fortes no remo, a Nova Zelândia tem no Dois Sem masculino uma de suas principais chances de medalha.
Campeões mundiais em 2017 e 4º colocados em 2019, os italianos Matteo Lodo e Giuseppe Vecino formam uma das raras duplas que venceram os irmãos croatas. Com um ciclo bastante regular, os italianos tentarão manter seu país no pódio olímpico no Dois Sem masculino após o bronze de Marco Di Costanzo e Giovanni Abagnale.
Os atuais medalhistas de bronze do Mundial, disputado em 2019, vêm da Austrália. Sam Hardy e Joshua Hicks desbancaram os italianos no mundial e tentarão repetir a dose em Tóquio. Já os franceses Valentin Onfroy e Théophile Onfroy foram medalhistas de bronze no mundial de 2018, quarto colocados no mundial de 2017 e sexto colocados no mundial de 2019 e podem acabar pintando no pódio olímpico.
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Após serem medalhistas de prata no mundial de 2018 disputado na Bulgária, a dupla romena formada por Marius Cozmiuc e Ciprian Tudosa não conseguiu se classificar para a final do mundial de 2019, terminando apenas na quarta colocação da final B. Apesar disso, a dupla não pode ser descartada na briga por um lugar no pódio.
Os espanhóis Javier Canalejo e Jaime García e os sul-africanos John Smith e Lawrence Brittain (medalhista de bronze na Rio-2016), brigam por fora na tentativa de surpreender os favoritos.
O Brasil no Dois Sem masculino nos Jogos Olímpicos
Ao longo dos mais de 100 anos de disputas do Dois Sem, o Brasil esteve representado em seis edições, não conseguindo avançar para as finais em nenhuma delas.
A primeira aparição do Brasil foi na edição de Berlim-1936, com o fluminense Afonso de Castro e com Eduardo Lehman, nascido na Suíça. Os brasileiros acabaram não conseguindo se classificar após ficarem em quarto lugar na bateria classificatória e novamente em quarto lugar na repescagem.
Em Londres-1948, as olimpíadas voltaram a ser disputadas depois da paralisação por duas edições devido à Segunda Guerra Mundial e o Brasil voltou a mandar representantes no dois sem masculino. Os gaúchos Pércio Zancani e Paulo Diebold começaram vencendo a bateria em que estavam, colocando o barco brasileiro nas semifinais. Na fase seguinte uma bateria direta contra os britânicos definiu a eliminação dos gaúchos. Na final os britânicos acabaram conquistando a medalha de ouro.
Depois dos resultados de Zancani e Diebold nos Jogos Olímpicos de 1948, o Brasil viveu um jejum de cinco edições sem a presença de barcos no Dois Sem masculino. O país só voltou a ter representantes na edição de Munique-1972, com o catarinense Érico de Souza e o gaúcho Raul Bagattini. Os remadores foram eliminados após não se classificarem em sua bateria e nem na repescagem.
Raul Bagattineli voltou a representar o país quatro anos depois, em Montreal-1976, mas agora ao lado do carioca Guilherme Campos. Após falharem nas baterias eliminatórias e na repescagem, os brasileiros terminaram as Olimpíadas na 15ª, e última, colocação.
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 o Brasil contou com a presença de Ronaldo e Ricardo de Carvalho. Os irmãos cariocas, que já haviam participado da Olimpíada de Moscou-1980 no skiff quádruplo, agora competiam como dupla no dois sem. Após terminarem em último em sua bateria, os irmãos se recuperaram na repescagem, terminando na oitava colocação.
A última participação brasileira em Jogos Olímpicos foi na edição de Seul-1988, quatro anos depois, e novamente com os irmãos cariocas Ronaldo e Ricardo de Carvalho. Dessa vez os brasileiros ficaram na 10ª colocação, após terminarem em quarto lugar na final B.
Histórico do Dois Sem masculino nos Jogos Olímpicos
O Dois Sem masculino estreou em Jogos Olímpicos em Saint-Louis-1904 e desde então só não esteve presente na Olimpíada de Estocolmo-1912 e Antuérpia-1920. Foram disputadas 24 edições da categoria, sendo a Grã-Bretanha a maior campeã com cinco títulos, seguida pela Alemanha Oriental com quatro e Estados Unidos com três.
As duas forças da Oceania, Nova Zelândia e Austrália, somam dois títulos cada, assim como a Alemanha.
Após ficar ausente em duas edições olímpicas, a prova voltou a ser disputada na cidade de Paris, em 1924. Inicialmente programada para contar com cinco barcos, a competição teve apenas três após a desistência dos Estados Unidos e Suíça. Em Los Angeles-1932, a Grã-Bretanha se tornou o primeiro país a conquistar a segunda medalha de ouro com a dupla Lewis Clive e Hugh Edwards.
Os Estados Unidos conquistaram nas edições de Helsinque-1952 e Melbourne-1956, tornando- se o primeiro país a conquistar um bicampeonato olímpico de forma consecutiva.
Segundo país mais vencedor do Dois Sem masculino, a Alemanha Oriental conquistou todas as suas quatro medalhas de ouro a partir da edição da Cidade do México-1968.
A Grã-Bretanha voltaria a conquistar uma medalha de ouro apenas na edição de Seul-1988, 36 anos depois de sua última conquista. Mas a demora valeria a pena, uma vez que o país conquistou três medalhas de ouro consecutivas. Andy Holmes e Steve Redgrave foram os responsáveis por colocarem um fim ao jejum de ouros britânicos em 1988.
Redgrave terminaria a sua carreira com cinco medalhas de ouro e uma de bronze, atrás apenas de Elisabeta Lipa, da Romênia, na lista de maiores medalhistas olímpicos da história do esporte. Como reconhecimento o remador foi por duas vezes o porta-bandeira da delegação britânica, em Barcelona-1992 e em Atlanta-1996.
As duas últimas edições, Londres-2012 e Rio-2016 apresentaram ao mundo uma nova dupla de bicampeões olímpicos consecutivos, os neozelandeses Eric Murray e Hamish Bond, alcançando os feitos dos alemães orientais Bernd Landvoigt e Jorg Landvoigt e dos britânicos Steve Redgrave e Matthew Pinsent.
Medalhistas – Dois Sem masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
St. Louis-1904 | Estados Unidos | Estados Unidos | Estados Unidos |
Londres-1908 | Grã-Bretanha | Grã-Bretanha | Canadá Alemanha |
Paris-1924 | Holanda | França | – |
Amsterdã-1928 | Alemanha | Grã-Bretanha | Estados Unidos |
Los Angeles-1932 | Grã-Bretanha | Nova Zelândia | Polônia |
Berlim-1936 | Alemanha | Dinamarca | Argentina |
Londres-1948 | Grã-Bretanha | Suíça | Itália |
Helsinque-1952 | Estados Unidos | Bélgica | Suíça |
Melbourne-1956 | Estados Unidos | União Soviética | Áustria |
Roma-1960 | União Soviética | Áustria | Finlândia |
Tóquio-1964 | Canadá | Holanda | Equipe Unificada da Alemanha |
Cidade do México-1968 | Alemanha Oriental | Estados Unidos | Dinamarca |
Munique-1972 | Alemanha Oriental | Suíça | Holanda |
Montreal-1976 | Alemanha Oriental | Estados Unidos | Alemanha Ocidental |
Moscou-1980 | Alemanha Oriental | União Soviética | Grã-Bretanha |
Los Angeles-1984 | Romênia | Espanha | Noruega |
Seul-1988 | Grã-Bretanha | Romênia | Iugoslávia |
Barcelona-1992 | Grã-Bretanha | Alemanha | Eslovênia |
Atlanta-1996 | Grã-Bretanha | Austrália | França |
Sydney-2000 | França | Estados Unidos | Austrália |
Atenas-2004 | Austrália | Croácia | África do Sul |
Pequim-2008 | Austrália | Canadá | Nova Zelândia |
Londres-2012 | Nova Zelândia | França | Grã-Bretanha |
Rio-2016 | Nova Zelândia | África do Sul | Itália |
Quadro de medalhas – Dois Sem masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Grã-Bretanha | 6 | 2 | 2 | 10 |
Alemanha Oriental | 4 | 0 | 0 | 4 |
Estados Unidos | 3 | 4 | 2 | 9 |
Alemanha | 2 | 1 | 2 | 5 |
Austrália | 2 | 1 | 1 | 4 |
Nova Zelândia | 2 | 1 | 1 | 4 |
França | 1 | 2 | 1 | 4 |
União Soviética | 1 | 2 | 0 | 3 |
Canadá | 1 | 1 | 1 | 3 |
Holanda | 1 | 1 | 1 | 3 |
Romênia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Suíça | 0 | 2 | 1 | 3 |
Áustria | 0 | 1 | 1 | 2 |
Dinamarca | 0 | 1 | 1 | 2 |
África do Sul | 0 | 1 | 1 | 2 |
Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
Croácia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Espanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 2 | 2 |
Argentina | 0 | 0 | 1 | 1 |
Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Noruega | 0 | 0 | 1 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Eslovênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Iugoslávia | 0 | 0 | 1 | 1 |