Sprint individual masculino
Sprint individual masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Calendário do sprint individual masculino em Tóquio-2020
O Brasil no sprint individual masculino nos Jogos Olímpicos
O primeiro brasileiro a competir na prova foi Anésio Argenton, em Melbourne-1956. Na primeira rodada, ele ficou em 3º, mas venceu a primeira rodada da repescagem, mas acabou eliminado na final da repescagem pelo sul-africano Thomas Shardelow, terminando em 9º, mesma colocação que ele ficou na prova de 1 km contrarrelógio.
Quatro anos depois, em Roma-1960, Argenton fez sua melhor Olimpíada. Na primeira rodada do sprint, ele ficou em 2º na sua bateria atrás do belga Leo Sterckx. Na repescagem, venceu o britânico Karl Barton na primeira rodada e ficou em segundo na segunda rodada, atrás de soviético, mas avançando. Nas oitavas, venceu sua bateria, mas foi derrotado nas oitavas por 2-0 para o italiano Sante Gaiardoni, que ficaria com o ouro. Argenton também foi bem no 1 km contrarrelógio terminando em 6º.
Em Los Angeles-1984, Paulo Jamur ficou em 3º na sua bateria da 1ª rodada, mas acabou conseguindo passar pela repescagem. Voltou na 2ª rodada, perdendo para o eventual campeão, o americano Mark Gorski, e parou na 2ª repescagem.
Os favoritos do sprint individual masculino em Tóquio-2020
Bicampeão olímpico, o britânico Jason Kenny busca um inédito tricampeonato da prova aos 33 anos. Ele esteva nas três últimas finais olímpicas, mas não tem repetido os bons resultados nesta prova recentemente. Campeão mundial em 2011 e 2016, Kenny ainda segue como um forte nome do sprint e os britânicos crescem muito nos Jogos.
Mas o favoritismo está mesmo com uma dupla da Holanda. Harrie Lavreysen chegará em Tóquio com apenas 24 anos e um bicampeonato mundial da prova nas costas. O seu país tem dominado as provas de velocidade nos últimos Mundiais e Lavreysen tenta repetir o feito dos britânicos Chris Hoy e Jason Kenny de vencer as três provas de velocidade em uma mesma Olimpíada. Ele já fez isso no Mundial de 2020 após os ouros no sprint individual, por equipes e na Keirin.
Seu compatriota Jeffrey Hoogland também dará trabalho. Ele foi prata nos dois últimos Mundiais perdendo na decisão para Lavreysen, mas tem três títulos europeus na prova, inclusive derrotando Lavreysen na final de 2019, ano que também foi ouro nos Jogos Europeus.
O russo Denis Dmitriev foi bronze nesta prova no Rio-2016 e campeão mundial em 2017. Tem mais quatro medalhas em Mundiais e três títulos europeus no currículo.
Vale ficar de olho no malaio Azizulhasni Awang. Bronze no Mundial de 2020, Awang tem como especialidade a prova de Keirin, onde foi bronze no Rio-2016 e ainda acumula muitas outras medalhas em mundiais, Jogos Asiáticos e campeonatos continentais.
Outros que brigam por um pódio são o francês Quentin Caleyron, que em 2018 migrou do BMX para o ciclismo de pista, o alemã Stefan Bötticher, campeão mundial em 2013, o polonês Mateusz Rudyk, bronze no Mundial de 2019, o trinitino Nicholas Paul, ouro no Pan de Lima-2019, e o japonês Yudai Nitta.
Histórico do sprint individual masculino nos Jogos Olímpicos
A prova do sprint individual é disputada desde os primórdios dos Jogos, fazendo sua estreia na primeira edição, em Atenas-1896. Forma cinco provas na pista nesta edição, mas o sprint é a única que sobrevive no programa olímpico até hoje. O primeiro campeão foi o francês Paul Masson, que venceu também o contrarrelógio e a prova de 10 km.
Se em 1896 eram apenas quatro competidores, em Paris-1900 foram 69 atletas. O vencedor foi o francês Albert Taillandier.
Após ficar de fora de 1904, a prova voltou em Londres-1908, quando um fato muito inusitado ocorreu. Eram três britânicos e um francês na final. Um dos britânicos teve um pneu furado e abandonou logo no início. Os outros três foram se alternando na liderança e antes da última volta, outro pneu furado tirou outro britânico.
Sobraram Benjamin Jones e o francês Maurice Schilles, que foram pra disputa vencida por Schiller por poucos centímetros. Só que a prova toda durou mais de 1min45s, o tempo limite pelo regulamento e foi cancelada. Para surpresa de todos, os árbitros não liberaram outra largada e a prova ficou sem resultado.
Após a Guerra, a Itália foi a potência da prova nos Jogos. Mario Ghella levou em Londres-1948, Enzo Sacchi em Helsinque-1952, Sante Gaiardoni em Roma-1960 e Giovanni Pettenella venceu em Tóquio-1964. O francês Daniel Morelon se tornou o primeiro bicampeão olímpico da prova vencendo na Cidade do México-1968 e em Munique-1972.
Em Montreal-1976, Morelon vinha novamente como favorito pro tricampeonato e fazia uma Olimpíada excelente, mas na final foi surpreendido pelo checoslovaco Anton Tkac, que venceu a decisão por 2-1. Morelon venceu sete vezes o Mundial competindo na prova de amadores.
O ouro em Moscou-1980 foi para o alemão oriental Lutz Hesslich, campeão mundial amador no ano anterior. Por conta do boicote, ele ficou de fora da edição seguinte, em Los Angeles-1984, quando pela primeira vez o ouro ficou com os Estados Unidos. Numa final americana, Mark Gorski venceu Nelson Vails por 2-0 para ficar com o ouro inédito.
Hesslich tinha vencido mais três vezes o mundial amador quando foi competir em Seul-1988. Ele foi o melhor na qualificação com recorde olímpico de 10.395 e venceu todas as largadas que fez durante a prova para conquistar o bicampeonato olímpico.
Na sequência, foi a vez do alemão Jens Fiedler vencer em Barcelona-1992. Foi apenas no ano seguinte que acabou a divisão entre profissionais e amadores nos Mundiais. Fiedler voltou em Atlanta-1996 para faturar o bicampeonato olímpico.
Em Sydney-2000, a vitória foi do americano Marty Nothstein, que havia ficado com a prata quatro anos antes. Ele dominou a prova desde a quaificação e venceu na decisão o francês Florian Rousseau, tricampeão mundial da prova. O australiano Ryan Bayley foi o campeão em Atenas-2004, onde também venceu a Keirin.
Nos Jogos de Pequim-2008 começou o domínio dos britânicos. Chris Hoy foi o melhor na quali e se tornou o primeiro a baixar dos 10 s em uma Olimpíada, marcando o tempo de 9.815, seguido de seu compatriota Jason Kenny com 9.857. Hoy, que havia vencido o Mundial no mesmo ano cinco meses antes dos Jogos, foi brilhante em Pequim para faturar o ouro, o seu 3º em solo chinês.
Para Londres-2012, a regra mudou e apenas um de cada país poderia competir no sprint e o escolhido foi Kenny, que baixou mais ainda o recorde olímpico na qualificação com 9.713. Na final, Kenny enfrentou o francês Grégory Baugé, na reedição das finais dos Mundiais de 2011 e 2012, ambos vencidos na pista pelo francês (ele foi depois desclassificado do de 2011 por doping). Mas competindo em casa, Kenny dominou e venceu por 2-0 na decisão.
Na Rio-2016, Kenny novamente baixou o recorde olímpico com 9.551 e conquistou o bicampeonato olímpico com 2-0 na decisão sobre seu compatriota Callum Skinner.
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Medalhistas do sprint individual masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Atenas 1896 | Paul Masson | FRA | Stamatios Nikolopoulos | GRE | Léon Flameng | FRA |
Paris 1900 | Albert Taillandier | FRA | Fernand Sanz | FRA | John Lake | USA |
Atenas 1906 | Francesco Verri | ITA | Bert Bouffler | GBR | Eugène Debongnie | BEL |
Londres 1908 | Victor Johnson | GBR | Émile Demangel | FRA | Karl Neumer | GER |
Antuérpia 1920 | Maurice Peeters | NED | Thomas Johnson | GBR | Harry Ryan | GBR |
Paris 1924 | Lucien Michard | FRA | Jaap Meijer | NED | Jean Cugnot | FRA |
Amsterdã 1928 | Roger Beaufrand | FRA | Antoine Mazairac | NED | Willy Falck Hansen | DEN |
Los Angeles 1932 | Jacques van Egmond | NED | Louis Chaillot | FRA | Bruno Pellizzari | ITA |
Berlim1936 | Toni Merkens | GER | Arie van Vliet | NED | Louis Chaillot | FRA |
Londres1948 | Mario Ghella | ITA | Reg Harris | GBR | Axel Schandorff | DEN |
Helsinque 1952 | Enzo Sacchi | ITA | Lionel Cox | AUS | Werner Potzernheim | GER |
Melbourne1956 | Michel Rousseau | FRA | Guglielmo Pesenti | ITA | Dick Ploog | AUS |
Roma 1960 | Sante Gaiardoni | ITA | Leo Sterckx | BEL | Valentino Gasparella | ITA |
Tóquio 1964 | Giovanni Pettenella | ITA | Sergio Bianchetto | ITA | Daniel Morelon | FRA |
Cidade do México 1968 | Daniel Morelon | FRA | Giordano Turrini | ITA | Pierre Trentin | FRA |
Munique 1972 | Daniel Morelon | FRA | John Nicholson | AUS | Omar Pkhak’adze | URS |
Montreal 1976 | Anton Tkáč | TCH | Daniel Morelon | FRA | Hans-Jürgen Geschke | GDR |
Moscou 1980 | Lutz Heßlich | GDR | Yavé Cahard | FRA | Sergey Kopylov | URS |
Los Angeles 1984 | Mark Gorski | USA | Nelson Vails | USA | Tsutomu Sakamoto | JPN |
Seul 1988 | Lutz Heßlich | GDR | Nikolay Kovsh | URS | Gary Neiwand | AUS |
Barcelona 1992 | Jens Fiedler | GER | Gary Neiwand | AUS | Curt Harnett | CAN |
Atlanta 1996 | Jens Fiedler | GER | Marty Nothstein | USA | Curt Harnett | CAN |
Sydney 2000 | Marty Nothstein | USA | Florian Rousseau | FRA | Jens Fiedler | GER |
Atenas 2004 | Ryan Bayley | AUS | Theo Bos | NED | René Wolff | GER |
Pequim 2008 | Chris Hoy | GBR | Jason Kenny | GBR | Mickaël Bourgain | FRA |
Londres 2012 | Jason Kenny | GBR | Grégory Baugé | FRA | Shane Perkins | AUS |
Rio 2016 | Jason Kenny | GBR | Callum Skinner | GBR | Denis Dmitriyev | RUS |
Quadro de medalhas do sprint individual masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
França | 7 | 7 | 6 | 20 |
Itália | 5 | 3 | 2 | 10 |
Grã-Bretanha | 4 | 5 | 1 | 10 |
Alemanha | 3 | 0 | 4 | 7 |
Holanda | 2 | 4 | 0 | 6 |
Estados Unidos | 2 | 2 | 1 | 5 |
Alemanha Oriental | 2 | 0 | 1 | 3 |
Austrália | 1 | 3 | 3 | 7 |
Tchecoslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
União Soviética | 0 | 1 | 2 | 3 |
Bélgica | 0 | 1 | 1 | 2 |
Grécia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 2 | 2 |
Dinamarca | 0 | 0 | 2 | 2 |
Japão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |