Estrada masculino
Chances do Brasil
Após enviar ciclistas em 10 edições dos Jogos Olímpicos na prova de estrada masculino, o Brasil acabou não conseguindo classificar nenhuma atleta para Tóquio 2020.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Favoritos na corrida de estrada masculino
A prova de estrada masculina costuma ser bastante imprevisível e nem sempre aqueles que são apontados como favoritos conseguem realmente terminar entre os primeiros colocados. Por ser uma prova bastante aberta, vários são os nomes que podem acabar subindo no topo do pódio. Os ciclistas das sempre fortes equipes da Espanha e da França podem ser apontados como alguns dos grandes favoritos ao pódio. Entre os ciclistas espanhóis se destaca Alejandro Valverde, para muitos um dos maiores nomes da atualidade. Campeão da Vuelta a España de 2009 e dono de sete medalhas mundiais nessa prova, incluindo um ouro no mundial de 2018, o espanhol poderá ser o segundo atleta de seu país a subir no topo do pódio da categoria em Jogos Olímpicos.
Vice-campeão mundial em 2020 aos 26 anos, o belga Wout van Aert é outro ciclista que aparece bem cotado ao pódio. Também da equipe belga vem o atual campeão olímpico Greg van Avermaet. Peter Sagan, eslovaco tricampeão mundial, o esloveno Primoz Roglic e a equipe dinamarquesa liderada por Jakob Fuglsang, vice-campeão olímpico, e por Mads Paderson, campeão mundial em 2019, também estarão na briga pelo pódio.
Corrida de estrada masculino do Brasil na história dos Jogos Olímpicos
Das 20 edições disputadas da corrida de estrada, o Brasil esteve presente em 10. O catarinense Murilo Fischer foi quem mais vezes disputou a prova, representando o Brasil em cinco edições seguidas. E também de Murilo Fischer o melhor resultado do Brasil na prova masculina, o 19º lugar em Pequim-2008.
A primeira participação brasileira aconteceu em 1936, justamente no ano em que a prova voltava ao programa olímpico, na cidade de Berlim. O país contou com três ciclistas, Dertônio Ferrer, José Magnani e Hermógenes Netto. Não se sabe ao certo, entretanto, a posição exata dos brasileiros, apenas que eles terminaram a prova entre o 39º e 49º lugar.
O Brasil voltou aos Jogos Olímpicos apenas em Munique-1972 com Luiz Carlos Floresm e Miguel Silva Júnior. Os dois brasileiros acabaram não completando a prova e terminaram sem colocação. Oito anos depois, em Moscou-1980, o Brasil voltou a classificar ciclistas para a prova de estrada e assim como em 1936, foram três os representantes. Entretanto, os resultados alcançados foram os mesmos de Munique-1972, com José Carlos de Lima, Fernando Louro e Davis Pereira não completando a prova e terminando sem posição definida.
Após ficar ausente de Los Angeles-1984, o Brasil voltou a classificar três ciclistas para a Olimpíada de Seul-1988. Destaque maior para Cássio Freitas, o mineiro de Belo Horizonte terminou a disputa na 20ª colocação, a melhor do Brasil até aquele momento. O goiano Wanderley Magalhães Azevedo chegou na 63ª posição, enquanto o paranaense Marcos Mazzaron terminou na 65ª colocação.
Quatro anos depois, em Barcelona-1992, novamente contamos com três ciclistas classificados. O goiano Wanderley Magalhães Azevedo participava de sua segunda edição consecutiva, desta vez terminando na 28ª colocação. Já Hernandes Quadris e Tony Azevedo não completaram a prova.
A Olimpíada de Atlanta-1996 foi marcada como a de maior número de ciclistas do Brasil na prova de estrada. No total foram quatro atletas representando o Brasil, com a melhor colocação sendo alcançada pelo paranaense Mauro Ribeiro, o 91º lugar. Hernandes Quadri, Márcio May, Daniel Rogelim e Jamil Suaiden não finalizaram a prova.
Histórico da corrida de estrada masculino nos Jogos Olímpicos
A prova da corrida de estrada foi disputada pela primeira vez logo na edição inaugural dos Jogos Olímpicos, em Atenas-1896. Após essa edição a prova saiu do programa olímpico e só retornou em 1936, na Olimpíada de Berlim. Desde então a disputa de estrada não saiu mais do evento, tendo sido disputadas 20 edições.
A Itália detém o maior número de vitórias em olimpíadas, tendo conquistado cinco medalhas de ouro. França, Bélgica e União Soviética aparecem em seguida, com dois títulos cada. Outros nove países conquistaram a medalha de ouro da prova, totalizando 13 países campeões olímpicos.
O primeiro campeão olímpico da corrida de estrada foi o grego Aristidis Konstantinidis. Competindo em casa na cidade de Atenas, em 1896, Aristidis venceu o alemão August von Godrich por cerca de dois minutos para conquistar o primeiro ouro olímpico do ciclismo de estrada.
País de grande tradição no ciclismo de estrada, a Bélgica conquistou sua primeira medalha de ouro com André Noyelle em Helsinque-1952. Campeão também na prova por equipes de estrada naquela edição, André venceu o seu compatriota Robert Grondelaers por cerca de 50 segundos.
O primeiro título olímpico da Itália veio com Ercole Baldini em Melbourne-1956. Campeão Mundial e do Giro d’Itália, Ercole Baldini venceu a disputa com quase dois minutos de vantagem em relação ao segundo colocado.
A Alemanha viria a conquistar o seu título olímpico com um dos maiores ciclistas de sua história, Jan Ulrich, nas Olimpíadas de Sydeny-2000. Para muitos um dos melhores corredores da história, Ulrich conquistou a medalha de ouro. Campeão do Tour de France em 1997 e vice-campeão por outras sete vezes, Jan se viu envolvido em denúncias de doping em 2006, sendo impedido de disputar o Tour de France daquele ano. Aposentado em 2007, o ciclista admitiu que fez uso de doping em sua carreira apenas em 2013, sendo condenado pelo Tribunal Arbitral do Esporte a ter todos os seus resultados a partir de 2005 retirados.
O atual campeão olímpico é o belga Greg Van Avermaet, que conquistou sua medalha de ouro na Rio-2016. A Bélgica, grande força do ciclismo de estrada sobretudo nas primeiras edições disputadas, voltou a vencer a prova mais de 60 anos depois do título de André Noyelle em Helsinque-1952.
Medalhistas – estrada masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Atenas-1896 | Aristidis Konstantinidis (GRE) | Anton Gödrich (ALE) | Edward Battel (GBR) |
Estocolmo-1912 | Rudolph Lewis (RSA) | Freddie Grubb (GBR) | Carl Schutte (EUA) |
Antuérpia-1920 | Harry Stenqvist (SUE) | Henry Kaltenbrunn (RSA) | Fernand Canteloube (FRA) |
Paris-1924 | Armand Blanchonnet (FRA) | Rik Hoevenaers (BEL) | René Hamel (FRA) |
Amsterdã-1928 | Henry Hansen (DIN) | Frank Southall (GBR) | Gösta Carlsson (SUE) |
Los Angeles-1932 | Attilio Pavesi (ITA) | Guglielmo Segato (ITA) | Bernhard Britz (SUE) |
Berlim-1936 | Robert Charpentier (FRA) | Guy Lapébie (FRA) | Ernst Nievergelt (SUI) |
Londres-1948 | José Beyaert (FRA) | Gerrit Voorting (HOL) | Lode Wouters (BEL) |
Helsinque-1952 | André Noyelle (BEL) | Robert Grondelaers (BEL) | Edi Ziegler (ALE) |
Melbourne-1956 | Ercole Baldini (ITA) | Arnaud Geyre (FRA) | Alan Jackson (GBR) |
Roma-1960 | Viktor Kapitonov (URS) | Livio Trapè (ITA) | Willy Vanden Berghen (BEL) |
Tóquio-1964 | Mario Zanin (ITA) | Kjell Rodian (DIN) | Walter Godefroot (BEL) |
Cidade do México-1968 | Pierfranco Vianelli (ITA) | Leif Mortensen (DIN) | Gösta Pettersson (SUE) |
Munique-1972 | Hennie Kuiper (HOL) | Clyde Sefton (AUS) | — |
Montreal-1976 | Bernt Johansson (SUE) | Giuseppe Martinelli (ITA) | Mieczysław Nowicki (POL) |
Moscou-1980 | Sergey Sukhoruchenkov (URS) | Czesław Lang (POL) | Yury Barinov (URS) |
Los Angeles-1984 | Alexi Grewal (EUA) | Steve Bauer (CAN) | Dag Otto Lauritzen |
Seul-1988 | Olaf Ludwig (GDR) | Bernd Gröne (FRG) | Christian Henn (FRG) |
Barcelona-1992 | Fabio Casartelli (ITA) | Erik Dekker (HOL) | Dainis Ozols (LET) |
Atlanta-1996 | Pascal Richard (SUI) | Rolf Sørensen (DIN) | Max Sciandri (GBR) |
Sydney-2000 | Jan Ullrich (ALE) | Aleksandr Vinokurov (CAZ) | Andreas Klöden (ALE) |
Atenas-2004 | Paolo Bettini (ITA) | Sérgio Paulinho (POR) | Axel Merckx (BEL) |
Pequim-2008 | Samuel Sánchez (ESP) | Fabian Cancellara (SUI) | Aleksandr Kolobnev (RUS) |
Londres-2012 | Aleksandr Vinokurov (CAZ) | Rigoberto Urán (COL) | Alexander Kristoff (NOR) |
Rio-2016 | Greg Van Avermaet (BEL) | Jakob Fuglsang (DIN) | Rafał Majka (POL) |
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Quadro de medalhas – estrada masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 6 | 3 | 0 | 9 |
França | 4 | 3 | 3 | 10 |
Bélgica | 2 | 2 | 4 | 8 |
Suécia | 2 | 0 | 3 | 5 |
União Soviética | 2 | 0 | 1 | 3 |
Dinamarca | 1 | 4 | 0 | 5 |
Holanda | 1 | 2 | 0 | 3 |
Alemanha | 1 | 1 | 2 | 4 |
Suíça | 1 | 1 | 1 | 3 |
Cazaquistão | 1 | 1 | 0 | 2 |
África do Sul | 1 | 1 | 0 | 2 |
Estados Unidos | 1 | 0 | 1 | 2 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Espanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 2 | 3 | 5 |
Polônia | 0 | 1 | 2 | 3 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 1 | 2 |
Austrália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Canadá | 0 | 1 | 0 | 1 |
Colômbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Portugal | 0 | 1 | 0 | 1 |
Noruega | 0 | 0 | 2 | 2 |
Letônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |