Ciclismo de estrada
Confira as provas do ciclismo de estrada nos Jogos Olímpicos de Tóquio:
Corrida de estrada
Contrarrelógio
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada
Local da competição
As provas de estrada, tanto a corrida quanto o contrarrelógio serão disputadas no Circuito Fuji Speedway, localizado na cidade de Shizuoka. O circuito, que tem ao fundo o Monte Fuji como cartão postal, terá a capacidade para receber até 2000 pessoas. No entanto, a largada da corrida de estrada serão feitas no Parque Musashinonomori, em Tóquio.
O local que fica na floresta de Musashino renderá tanto aos torcedores e ciclistas quanto aos telespectadores a possibilidade de se deslumbrarem com uma vasta vegetação e belas vistas.
O Brasil no ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos
O Brasil fez a sua estreia no ciclismo de estrada na edição de Berlim-1936, com Dertônio Ferrer, José Magnani e Hermógenes Netto. Os três ciclistas brasileiros competiram na corrida de estrada, justamente no ano em que a prova voltava ao cronograma olímpico. Os brasileiros acabaram a disputa entre a 39ª e 49ª colocação, não sendo possível definir ao certo a posição de cada um deles.
Ao longo da história foram outras nove participações brasileiras na prova da corrida de estrada masculina, sendo o catarinense Murilo Fischer o ciclista que mais vezes representou o Brasil em Jogos Olímpicos. Foram cinco participações do ciclista de Brusque, entre Sydney-2000 e Rio-2016. É também de Murilo a melhor classificação brasileira no ciclismo de estrada masculino, o 19º lugar na edição de Pequim-2008. Antes de Murilo atingir este resultado a melhor posição era do belo-horizontino Cássio Freitas em 20º lugar.
A última participação brasileira nessa prova foi na edição do Rio de Janeiro, em 2016. O Brasil contou novamente com Murilo Fischer, que completou a prova 31 minutos depois do campeão, o belga Greg Van Avermaet. Quem também marcou presença na prova foi Kléber Ramos, mas acabou não completando a prova.
Entre as mulheres, a prova de estrada feminina estreou apenas na edição de Los Angeles-1984, mas a participação brasileira teve início somente em Barcelona-1992. A responsável pelo feito foi a mineira Cláudia Carceroni-Saintagne, que terminou na 48ª colocação. Após Cláudia abrir as portas, as brasileiras enviaram representantes em outras cinco edições.
O maior destaque vai para a família Fernandes. Composta por mulheres ciclistas, a Família Fernandes cedeu, ao menos, quatro atletas para as equipes nacionais das provas de estrada, sendo que duas delas estiveram nos Jogos Olímpicos. Janildes Fernandes esteve presente em três edições, tendo um 49º lugar como sua melhor posição. Clemilda Fernandes, irmã de Janildes, também participou de três edições, alcançando a 23ª colocação em Londres-2012, a melhor posição da família Fernandes em olimpíadas.
Veio justamente na última edição a melhor posição do Brasil na corrida de estrada feminina. Pedalando no “quintal de casa”, a carioca Flávia Oliveira conquistou o sétimo lugar na Rio-2016, a melhor posição da história do Brasil entre todas as provas do ciclismo de estrada, entre homens e mulheres. Flávia chegou apenas 20 segundos depois da campeã da prova, a neerlandesa Anna van der Breggen.
Com menos tradição, a prova do contrarrelógio contou com pouca participação brasileira tanto entre os homens quanto entre as mulheres. A melhor colocação do Brasil veio justamente da única participação feminina na prova. Clemilda Fernandes terminou na 18ª colocação nas Olimpíadas de Londres-2012, terminando com um tempo quase 10 segundos pior do que o da campeã.
Já entre os homens foram duas edições disputadas. A primeira ocorreu em Atlanta-1996 com Hernandes Quadri, na 35ª colocação, e Valdir Lermen, na 36ª. A segunda edição em que o Brasil participou no masculino foi em 2012, na cidade de Londres. Magno Nazaret completou o percurso na 26ª colocação, o melhor resultado masculino no contrarrelógio.
Grandes nomes do ciclismo de estrada nos Jogos Olímpicos
Potência na modalidade, a França soma dois campeões olímpicos na prova de estrada e outro no contrarrelógio. Robert Charpentier foi o campeão olímpico na corrida de estrada de Berlim-1936, enquanto José Beyaert conquistou o mesmo título, mas em Londres-1948. Já Armand Blanchonnet foi o medalhista de ouro de Paris-1924 no contrarrelógio individual.
A Alemanha tem entre os seus maiores destaques o campeão da Olimpíada de Sydney-2000 na corrida de estrada, Jan Ullrich. O alemão que também conquistou a medalha de prata no contrarrelógio na mesma edição, foi campeão da Vuelta a España de 1999 e do Tour de France de 1997.
Enquanto a Itália, outra grande potência da modalidade, conta com diversos medalhistas olímpicos, com destaque para os campeões olímpicos na prova de estrada Attilio Pavesi, Ercole Baldini, Mario Zanin, Pierfranco Vianelli, Fabio Casartelli e Paolo Bettini. Assim como os belgas André Noyelle, campeão olímpico em Helsinque-1952, e Greg Van Avermaet, atual campeão olímpico.
A Espanha, uma das principais nações do ciclismo de estrada, conta não apenas com uma das mais tradicionais provas do mundo, a Vuelta a España, como também possui alguns dos ciclistas mais vencedores da história. Miguel Induráin foi campeão olímpico do contrarrelógio em Atlanta-1996 e tem um campeonato mundial na mesma prova conquistado em 1995. O espanhol detém ainda duas medalhas de prata e uma de bronze em mundiais na prova de estrada. Induráin ainda é dono de uma das mais expressivas marcas do Tour de France. O espanhol conquistou cinco títulos consecutivos na competição francesa, se tornando o primeiro ciclista a atingir o feito. Condecorado com o Príncipe de Astúrias, honraria do governo espanhol, Induráin foi ainda campeão por duas vezes do Giro d’Italia.
Da Grã-Bretanha vieram Bradley Wiggins, Chris Froome e Chris Boardman. Bradley Wiggins foi campeão olímpico do contrarrelógio em Londres-2012 e detém outras sete medalhas olímpicas em provas de pista. Wiggins foi ainda o primeiro britânico a conquistar o Tour de France em 2012. Chris Froome foi duas vezes medalhista de bronze no contrarrelógio, em Londres-2012 e na Rio-2016, e medalhista de bronze no mundial de 2017 na mesma prova. Nos grandes giros o britânico possui incríveis quatro títulos do Tour de France, duas Vuelta a España e um Giro d’Italia.
No contrarrelógio, dois ciclistas se tornaram bicampeões olímpicos. O primeiro deles foi o russo Viatcheslav Ekimov em Sydney-2000 e Atenas-2004. O segundo foi o suíço Fabian Cancellara, em Pequim-2008 e Rio-2016. Fabian ainda conquistou a medalha de prata em Pequim-2008 na prova de estrada.
Entre as mulheres o maior destaque é para a única tricampeã olímpica, entre homens e mulheres, do ciclismo de estrada, a estadunidense Kristin Armstrong. Com um domínio completo desde a edição de Pequim-2008, a ciclista americana que se aposentou após o título no Rio de Janeiro, conquistou ainda em sua carreira dois ouros, uma prata e um bronze em mundiais, todos no contrarrelógio individual.
Maior potência do ciclismo feminino, a Holanda conta com uma gama de ciclistas de renome, com destaque para Leontien Zijlaard, campeã olímpica na prova de estrada e na prova de contrarrelógio em Sydney-2000, se tornando a única mulher a ser campeã das duas provas na mesma edição.
Anna van der Breggen foi campeã olímpica no Rio de Janeiro em 2016 na prova de estrada e medalhista de bronze no contrarrelógio na mesma edição. Anna ainda detém três ouros e seis pratas em Campeonatos Mundiais nas duas provas. Destaque também para as holandesas campeãs olímpicas Monique Krol e Marianne Vos, que também conquistaram três medalhas de ouro e outras seis pratas em mundiais.
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Quadro de medalhas do ciclismo de estrada em Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Itália | 9 | 7 | 3 | 19 |
Holanda | 9 | 3 | 2 | 14 |
França | 8 | 4 | 6 | 18 |
Estados Unidos | 5 | 4 | 4 | 13 |
União Soviética | 5 | 0 | 3 | 8 |
Bélgica | 4 | 3 | 6 | 13 |
Suécia | 3 | 5 | 8 | 16 |
Suíça | 3 | 3 | 3 | 9 |
Rússia | 3 | 1 | 4 | 8 |
Grã-Bretanha | 2 | 8 | 6 | 16 |
Alemanha | 2 | 7 | 3 | 12 |
Dinamarca | 2 | 5 | 1 | 8 |
Austrália | 2 | 1 | 1 | 4 |
Alemanha Oriental | 2 | 1 | 0 | 3 |
Espanha | 2 | 1 | 0 | 3 |
Cazaquistão | 1 | 1 | 0 | 2 |
África do Sul | 1 | 1 | 0 | 2 |
Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 4 | 2 | 6 |
Alemanha Ocidental | 0 | 2 | 2 | 4 |
Canadá | 0 | 1 | 2 | 3 |
Colômbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Portugal | 0 | 1 | 0 | 1 |
Noruega | 0 | 0 | 2 | 2 |
Tchecoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Letônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Lituânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
O esporte
O ciclismo de estrada é considerado a primeira modalidade da história do ciclismo, tendo sido disputado pela primeira vez em 31 de maio de 1868, no Parc de Saint-Cloud, na cidade de Paris. A prova foi vencida pelo britânico James Moore, que é considerado o primeiro ciclista a vencer uma prova na história.
A popularidade do ciclismo se espalhou e rapidamente caiu no gosto dos europeus, tendo chegado aos Jogos Olímpicos em 1896, na cidade de Atenas, logo na primeira edição do evento na Era Moderna.
A prova da corrida de estrada, ou simplesmente prova de estrada, é uma corrida em que os ciclistas largam juntos. Nas competições mais importantes do mundo, as chamadas voltas ou giros, ocorrem as disputas individuais e também a disputa por equipes. O objetivo dessa equipe é ajudar o seu principal atleta a se cansar o menos possível durante a disputa para que esse possa vencer a prova ou chegar mais à frente o possível.
Por isso, embora em olimpíadas não tenha mais a prova por equipes e apenas a individual, é comum ver as nações com mais classificados fazerem um jogo de equipe, ajudando assim o seu principal atleta a conquistar a medalha de ouro. As provas de estrada são realizadas nas ruas ou em circuitos e seu percurso tem entre 240 e 280 km para os homens e entre 100 e 150 km para as mulheres. Vence quem chegar em primeiro lugar.
Já as provas do contrarrelógio são provas de velocidade, para apontar o ciclista mais rápido. Cada atleta larga individualmente em intervalos de 90 segundos, vence aquele que completar o circuito determinado no menor tempo. No masculino, o trajeto varia entre 40 e 55 km, já no feminino varia entre 20 e 30 km.
As bicicletas atuais são bem leves, feitas com quadro de carbono e pesando menos de sete quilos. Além disso, para ter uma menor resistência ao ar, as bicicletas são feitas com os guidões mais baixos, por isso os ciclistas competem sempre curvados.