Peso leve masculino 63kg
Peso leve masculino 63kg – Boxe – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Chances do Brasil no peso leve masculino 63kg nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Em Tóquio, estará nas mãos de Wanderson de Oliveira a missão de manter o Brasil no pódio após o ouro conquistado por Robson Conceição na Rio-2016. Nascido e criado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e mais novo de seis filhos, Wanderson começou no boxe aos 12 anos em um projeto social chamado Luta pela Paz.
Apelidado de Sugar, em referência ao ídolo Sugar Ray Leonard, Wanderson vem em evoluindo ao longo do ciclo. Campeão dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba em 2018 e medalhista em diversos torneios ao longo do ciclo, como a Cologne World Cup, onde levou o ouro, o pugilista passou muito perto de conquistar um pódio no Campeonato Mundial de 2019, quando perdeu nas quartas de final para o indiano Manish Kaushik, exatamente uma fase antes da luta que lhe garantiria um pódio inédito.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
O Brasil no peso leve masculino 63kg dos Jogos Olímpicos
A categoria peso-leve contou com a participação do Brasil em oito ocasiões ao longo dos anos. Nosso primeiro representante foi o paulistano Raul Zumbano, em Londres-1948, que venceu suas duas primeiras lutas contra Franz Ehringer, de Luxemburgo, e Auguste Caulet, da França, mas acabou derrotado pelo americano Wallace Smith por nocaute. “Ralph Zumbano” terminou em quinto lugar sua participação em Londres.
Após um longo período ausente, os brasileiros voltaram a marcar presença na categoria nas Olimpíadas de Barcelona-1992. Na ocasião, o representante foi o mineiro Adilson Silva, que logo na estreia foi derrotado pelo mítico Oscar De La Roya, que viria a se tornar campeão olímpico e se despediu em 17º lugar.
Quatro anos depois, foi a vez de Agnaldo Nunes defender as cores nacionais nas Olimpíadas de Atlanta-1996. Após passar por Henry Kunsi de Papua Nova Guiné, o paulista foi derrotado por Hocine Soltani, da Argélia, na segunda fase, terminando na nona posição. Agnaldo voltou a ser o representante brasileiro em Sydney-2000, mas dessa vez se despediu logo em sua primeira luta, derrotado pelo australiano Michael Katsidis.
O paraense Myke de Carvalho participou da edição de Atenas-2004, sendo derrotado na primeira luta por Alex de Jesús, de Porto Rico, terminando na 17ª colocação. Em Pequim-2008 foi a vez de Everton Lopes defender o Brasil entre os leves, mas também acabou sendo derrotado na primeira rodada por Asylbek Talasbayev, do Quirguistão.
Robson Conceição disputou sua primeira Olimpíada na categoria em Londres-2012, sendo derrotado na estreia pelo dono da casa Josh Taylor por 13 a 9, algo bem diferente do que aconteceria quatro anos mais tarde.
Quatro anos depois, Robson Conceição chegou ao Rio de Janeiro nos Jogos de 2016 como um dos principais candidatos ao ouro olímpico. O baiano teve um ciclo olímpico bastante consistente, tendo conquistado a medalha de prata no Mundial de 2013 e o bronze no Mundial de 2015. No ringue montado no Riocentro, o baiano de Salvador cravou definitivamente o seu nome entre os grandes do esporte olímpico brasileiro.
Em sua primeira luta Robson passou por Anvar Yunusov, do Tadquistão por nocaute técnico. Na segunda fase, o boxeador baiano venceu Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão, por 3 a 0, se classificando para as semifinais.
O confronto com o cubano Lázaro Álvarez na semifinal foi considerado por muitos a final antecipada. O cubano havia conquistado a medalha de ouro nos dois mundiais do ciclo, vencendo inclusive o brasileiro na final de 2013. Robson não tomou conhecimento do cubano, venceu por 3 a 0 e avançou para a disputa do ouro. Na decisão, veio o ouro inédito após vitória sobre o francês Sofiane Oumiha por 3 a 0. Explosão de alegria no Riocentro para celebrar aquela que foi a primeira medalha de ouro do boxe masculino em Jogos Olímpicos.
Favoritos do peso leve masculino 63kg nos Jogos de Tóquio-2020
Com a exclusão do meio-médio ligeiro das Olimpíadas aconteceu um reposicionamento de alguns boxeadores nas categorias abaixo e acima. Uma dessas categorias afetadas foi a leve, ou até 63 kg. Atualmente a categoria conta com o favoritismo do cubano Andy Cruz campeão mundial do meio-médio ligeiro em 2017 e campeão mundial do peso leve em 2019. Nos dois torneios Andy venceu todas as suas lutas por 5 a 0. Campeão pan-americano em Lima- 2019, o cubano tentará subir ao topo do pódio na categoria na qual o Brasil é o atual campeão olímpico.
Quem também aparece com boas chances de subir ao pódio é o americano Keyshawn Daves. Atual vice-campeão mundial na categoria, o boxeador de apenas 22 anos foi também vice-campeão pan-americano. Nas duas ocasiões o americano perdeu a final para Andy Cruz.
Atual vice-campeão olímpico, o francês Sofiane Oumiha foi campeão mundial de 2017, mas viu a concorrência na categoria subir após o fim do meio-médio ligeiro. Neste ciclo o francês foi ainda vice-campeão dos Jogos Europeus na categoria até 64 kg e medalhista de ouro na categoria leve do Campeonato Europeu de 2018. Sofiane foi derrotado no Mundial de 2019 nas quartas de final pelo americano Keyshawn Daves.
Outro favorito a brigar pelas medalhas é o boxeador da Armênia, Hovhannes Bachkov, bronze nos Mundiais de 2017 e 2019. Correm por fora o indiano Manish Kaushik, medalhista de bronze no mundial de 2019; Elnur Abduraimov, do Uzbequistão, campeão asiático de 2017; Baatarsükhiin Chinzorig, da Mongólia, prata nos Jogos Asiáticos de 2019; Zakir Safiullin, do Cazaquistão; e o brasileiro Wanderson de Oliveira.
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Histórico do peso leve masculino 63kg nos Jogos Olímpicos
Presente nos Jogos Olímpicos desde a estreia da modalidade na edição de 1904, em Saint Louis, o peso leve masculino tem como maior potência os Estados Unidos. Ao longo de 25 edições os americanos tiveram seis campeões olímpicos, dois medalhistas de prata e outros seis medalhistas de bronze. Cuba e Polônia disputam o segundo lugar do quadro de medalhas, com três campeões cada.
Em uma categoria que teve a presença de grandes nomes da história do boxe mundial, como o americano Oscar De La Hoya, o cubano Mario Kindelán e o russo Aleksei Tishchenko, o atual campeão olímpico é o brasileiro Robson Conceição, nosso único medalhista de ouro olímpico no boxe.
A categoria leve estreou nos Jogos Olímpicos de Saint Louis-1904, como quase todas as categorias do boxe, e teve o seu pódio completamente formado por atletas dos Estados Unidos, com o ouro para Harry Spanjer. Em Londres-1908, foi a vez dos britânicos fazerem pódio completo com Frederick Grace levando o ouro.
A categoria voltou a ser disputada na edição de Antuérpia-1920, com os Estados Unidos voltando ao topo do pódio e conquistando a segunda medalha de ouro do país, graças a Samuel Mosberg. Em Paris,-1924, a Dinamarca ficou com o título olímpico, com Hans Jacob Nielsen batendo o argentino Alfredo Copello na grande final.
A edição de Amsterdã-1928 marcou a estreia da Itália no topo dessa categoria com o ouro de Carlo Orlandi. Quatro anos depois, foi a vez do sul-africano Lawrence Stevens conquistar o ouro olímpico em Los Angeles-1932. Na edição de Berlim-1936 o campeão foi o húngaro Imre Harangi.
A partir da edição de Londres-1948 uma sequência de países conquistaram a sua segunda medalha de ouro no peso-leve. A primeira dessas nações foi a África do Sul em 1948, com Gerald Dreyer. Em Helsinque-1952, a Itália conquistava novamente o topo do pódio com Aureliano Bolognesi. Já em Melbourne-1956 foi a vez da Grã-Bretanha faturar seu segundo ouro com Dick McTaggart.
A Polônia se tornou o primeiro país a ser bicampeão olímpico consecutivo no peso-leve. O feito polonês foi realizado graças a Kazimierz Pazdzior, em Roma-1960, e a Józef Grudzien, em Tóquio-1964. Já em 1968, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, os Estados Unidos colocaram fim a uma longa ausência de medalhas de ouro nesse peso, que já durava nove edições através de Ronie Harris, que bateu na final o então campeão olímpico, Józef Grudzien.
Os poloneses voltaram a se igualar em medalhas de ouro com os americanos em Munique-1972. Jan Szczepanski derrotou na final o húngaro László Orbán, dando aos poloneses o terceiro ouro olímpico entre os leves.
Na edição seguinte, Montreal-1976, os americanos voltaram ao topo do pódio com Howard Davis Jr, recuperaram a liderança no quadro de medalhas e a partir daí não saíram mais do posto de líderes do peso leve.
Em 1980, nas Olimpíadas de Moscou, o cubano Ángel Herrera, campeão olímpico em Montreal-1976 no peso pena, levou o ouro para o país caribenho nos leves. Já em Los Angeles-1984, o americano Pernell Whitaker era um dos principais favoritos ao pódio naquela edição e sem grandes problemas. Na edição seguinte, em Seul-1988, a Alemanha Oriental era quem subia ao topo do pódio pela primeira vez entre os leves com Andreas Zullow.
Um dos boxeadores profissionais mais famosos da história também foi campeão olímpico. Oscar de La Roya, dos Estados Unidos, conquistou a medalha de ouro em Barcelona-1992 contra o alemão Marc Rudolph. Em Atlanta-1996 foi a vez do argelino Hocine Soltani subir no topo do pódio olímpico, depois de ter conquistado o bronze quatro anos antes no peso pena.
O cubano Mario Kindelán é até hoje o único bicampeão olímpico nessa categoria, com os ouros em Sydney-2000 e em Atenas-2004. As seguintes edições também foram marcadas por grandes boxeadores que venceram a categoria. O primeiro deles foi o russo Aleksei Tishenko, em Pequim-2008. Quatro anos depois, em Londres-2012, foi a vez do ucraniano Vasyl Lomachenko repetir a trajetória de Tischenko e levar o ouro. Após sua carreira no boxe amador, o ucraniano se dedicou ao boxe profissional, também obtendo grande sucesso.
O atual campeão olímpico no peso leve é o brasileiro Robson Conceição. O baiano de 32 anos já havia participado de outras duas edições olímpicas, mas foi diante da torcida na Rio-2016 que Robson atingiu o ponto alto da carreira. Após vencer três confrontos, entre eles uma vitória sobre o cubano Lázaro Álvarez, um dos grandes favoritos, o baiano se classificou para a grande decisão, quando derrotou o francês Sofiane Oumiha, tornando-se o primeiro campeão olímpico brasileiro no boxe. Após a conquista do ouro, Robson Conceição largou o boxe amador e passou a competir no boxe profissional.
Medalhistas do peso leve masculino 63kg nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
St. Louis 1904 | Harry Spanjer (USA) | Russell Van Horn (USA) | Peter Sturholdt (USA) |
Londres 1908 | Fred Grace (GBR) | Fred Spiller (GBR) | Harry Johnson (GBR) |
Antuérpia 1920 | Sammy Mosberg (USA) | Gotfred Johansen (DEN) | Chris Newton CAN) |
Paris 1924 | Hans Nielsen (DEN) | Alfredo Copello (ARG) | Fred Boylstein (USA) |
Amsterdã 1928 | Carlo Orlandi (ITA) | Steve Halaiko (USA) | Gunnar Berggren (SWE) |
Los Angeles1932 | Laurie Stevens (RSA) | Thure Ahlqvist (SWE) | Nat Bor (USA) |
Berlim1936 | Imre Harangi (HUN) | Nikolai Stepulov (EST) | Erik Ågren (SWE) |
Londres 1948 | Gerald Dreyer (RSA) | Jos Vissers (BEL) | Svend Vad (DEN) |
Helsinque 1952 | Aureliano Bolognesi (ITA) | Aleksy Antkiewicz (POL) | Gheorghe Fiat (ROU) Erkki Pakkanen (FIN) |
Melbourne 1956 | Dick McTaggart (GBR) | Harry Kurschat (GER) | Tony Byrne (IRL) Anatoly Lagetko (URS) |
Roma 1960 | Kazimierz Paździor (POL) | Sandro Lopopolo (ITA) | Dick McTaggart (GBR) Abel Laudonio (ARG( |
Tóquio 1964 | Józef Grudzień (POL) | Vilikton Barannikov (URS) | Ronnie Harris (USA) Jim McCourt (IRL) |
Cidade do México 1968 | Ronnie Harris (USA) | Józef Grudzień (POL) | Calistrat Cuțov (ROU) Zvonko Vujin (YUG) |
Munique 1972 | Jan Szczepański (POL) | László Orbán (HUN) | Samuel Mbugua (KEN) Alfonso Pérez (COL) |
Montreal 1976 | Howard Davis, Jr. (USA) | Simion Cuțov (ROU) | Vasily Solomin (URS) Ace Rusevski (YUG) |
Moscou 1980 | Ángel Herrera (CUB) | Viktor Demyanenko (URS) | Kazimierz Adach (POL) Richard Nowakowski (GDR) |
Los Angeles 1984 | Pernell Whitaker (USA) | Luis Ortíz (PUR) | Martin N’Dongo Ebanga (CMR) Jeon Chil-Seong (KOR) |
Seul 1988 | Andreas Zülow (GDR) | George Cramne (SWE) | Romallis Ellis (USA) Nergüin Enkhbat (MGL) |
Barcelona 1992 | Oscar De La Hoya (USA) | Marco Rudolph (GER) | Hong Seong-Sik (KOR) Namjilyn Bayarsaikhan (MGL) |
Atlanta 1996 | Hocine Soltani (ALG) | Toncho Tonchev (BUL) | Terrance Cauthen (USA) Leonard Doroftei (ROU) |
Sydney 2000 | Mario Kindelán (CUB) | Andriy Kotelnyk (UKR) | Aleksandr Maletin (RUS) Cristian Bejarano (MEX) |
Atenas 2004 | Mario Kindelán (CUB) | Amir Khan (GBR) | Serik Yeleuov (KAZ) Murat Khrachov (RUS) |
Pequim 2008 | Aleksey Tishchenko (RUS) | Daouda Sow (FRA) | Hrachik Javakhyan (ARM) Yordenis Ugás (CUB) |
Londres 2012 | Vasyl Lomachenko (UKR) | Han Sun-Cheol (KOR) | Yasniel Toledo (CUB) Evaldas Petrauskas (LTU) |
Rio 2016 | Robson Conceição (BRA) | Sofiane Oumiha (FRA) | Lázaro Álvarez (CUB) Dorjnyambuugiin Otgondalai (MGL) |
Quadro de medalhas geral do peso leve masculino 63kg nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 6 | 2 | 6 | 14 |
Polônia | 3 | 2 | 1 | 6 |
Cuba | 3 | 0 | 3 | 6 |
Grã-Bretanha | 2 | 2 | 2 | 6 |
Itália | 2 | 1 | 0 | 3 |
África do Sul | 2 | 0 | 0 | 2 |
Dinamarca | 1 | 1 | 1 | 3 |
Hungria | 1 | 1 | 0 | 2 |
Ucrânia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Rússia | 1 | 0 | 2 | 3 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 1 | 2 |
Argélia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Brasil | 1 | 0 | 0 | 1 |
União Soviética | 0 | 2 | 2 | 4 |
Suécia | 0 | 2 | 2 | 4 |
França | 0 | 2 | 0 | 2 |
Alemanha | 0 | 2 | 0 | 2 |
Romênia | 0 | 1 | 3 | 4 |
Coreia do Sul | 0 | 1 | 2 | 3 |
Argentina | 0 | 1 | 1 | 2 |
Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
Bulgária | 0 | 1 | 0 | 1 |
Estônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Porto Rico | 0 | 1 | 0 | 1 |
Mongólia | 0 | 0 | 3 | 3 |
Irlanda | 0 | 0 | 2 | 2 |
Iugoslávia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Armênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Camarões | 0 | 0 | 1 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
Colômbia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Cazaquistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Quênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Lituânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
México | 0 | 0 | 1 | 1 |