Salto em distância feminino
Salto em distância feminino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Calendário
Recordes do salto em distância feminino
Chances do Brasil no salto em distância feminino
Eliane Martins é a representante do Brasil na competição. Ela não conseguiu o índice olímpico, de 6,82m, mas chegou perto, cravou 6,74m em 2019, nos Estados Unidos, melhor marca dela na carreira. Esse ano, chegou a 6,71m. Ainda assim, conseguiu a vaga pelo ranking mundial, encerrando o ciclo olímpico na 22ª colocação. Não deve trazer medalha.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
O Brasil nos Jogos
O país já fez presença logo na estreia olímpica da prova, em Londres-1948. Com 5,12 m, a brasileira Gertrudes Morg ficou em 20º lugar na qualificação e não passou pra final. Duas brasileiras competiram em Helsinque-1952. Wanda dos Santos foi 21ª na qualificação com 5,35 m e Helena de Menezes 24ª com 5,33 m. Quem passasse de 5,30 m iria pra final, que contou com 24 atletas. Na decisão, Wanda marcou 5,36 m, obtido na 1ª tentativa, e acabou em 21º, enquanto Helena foi 24ª com 4,98 m.
Após algumas edições sem brasileiras, Silvina Pereira da Silva competiu em Montreal-1976, terminando em 16º lugar na qualificação com 6,13 m, ficando de fora da final.
Conceição Geremias e Esmeralda Garcia competiram em Los Angeles-1984, mas nenhuma passou para a final. Geremias foi 18ª na qualificação com 6,04 m e Garcia 19ª com 6,01 m.
Maurren Higa Maggi tinha feito uma grande temporada em 1999, vencendo o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg e conseguindo a excelente marca de 7,26 m no campeonato sul-americano, recorde continental até hoje. Mas em Sydney-2000, decepcionou e ficou em 24º na qualificação com 6,35 m, fora da final. Luciana Santos também competiu, mas queimou suas três tentativas na quali.
Keila Costa participou dos Jogos de Atenas-2004, ficando em 31º lugar na qualificação, com 6,33 m.
Maurren ficou de fora de Atenas por conta de um doping em 2003, que também a tirou dos Jogos Pan-Americanos. Mas em Pequim-2008 ela estava de volta. Em ótima fase, vinha do ouro no Pan do Rio-2007 e de um bronze no Mundial indoor em 2008. Ela fazia uma ótima temporada e chegou muito bem para os Jogos. Na qualificação, ficou com a segunda marca com 6,79 m, atrás apenas da americana Brittney Reese com 6,87 m. Na decisão, Maurren abriu mostrando que iria pro ouro com 7,04 m no seu primeiro salto. A russa Tatyana Lebedeva pressionou fazendo 6,97 m na 1ª rodada, mas ambas queimaram suas três tentativas seguintes. Na 4ª rodada, Maurren fez 6,73 m e seguia na frente.
Na última rodada, só restava o salto final da russa, que voou, mas ao medirem, 7,03 m e o ouro já era da brasileira. Este foi o 1º ouro individual feminino da história do Brasil. Maurren só tem a companhia das judocas Sarah Menezes e Rafaela Silva nessa seleta lista de atletas brasileiras. Keila Costa também competiu na China. Foi 7ª na qualificação com 6,62 m e 11ª na final com 6,43 m.
Em sua última Olimpíada, Maurren também se classificou para Londres-2012, mas com 6,37 m terminou na 15ª posição na qualificação, não avançando para a final. No Rio-2016, Eliane Martins foi 23ª na quali com 6,33 m e Keila Costa 38ª com 5,86 m, ambas fora da final.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
As Favoritas
A alemã Malaika Mihambo é o principal nome da prova na atualidade. Ela foi 4ª no Rio-2016, campeã europeia em 2018 e venceu o Mundial de Doha-2019 com a excelente marca de 7,30 m, melhor marca do mundo em três anos e agora a 12ª melhor da história. Mihambo teve um ano de 2019 praticamente perfeito, vencendo 13 das 14 provas que disputou no ano no salto em distância. Em sete delas, passou da marca dos 7,00 m. Ela é dona de 8 das 10 melhores marcas do ano de 2019.
Vice-campeã mundial em Doha, a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk também foi vice no Europeu de 2018 atrás de Mihambo. Campeã da Universíade em 2019, tem boas marcas em competições, mas ainda não ultrapassou a barreira dos 7,00 m.
Tricampeã africana, a nigeriana Ese Brume foi bronze no último Mundial em Doha e 5ª no Rio-2016 e pode surpreender novamente.
A americana Brittney Reese dominou a prova por muitos anos, mas não vem repetindo suas melhores marcas. Ainda assim, chega constantemente aos 7,00 m e não pode ser ignorada. Reese foi ouro em Londres-2012 e prata no Rio-2016, venceu quatro vezes o Mundial, a última vez em 2017, tem ainda três ouros e uma prata em mundiais indoor e ganhou o título nacional oito vezes.
A sérvia Ivana Spanovic já esteve entre as melhores do mundo. Foi bronze no Rio-2016 e bronze nos Mundiais de 2013 e 2015, além do título mundial indoor em 2018. Foi ainda campeã europeia em 2016 e venceu 12 vezes etapas da Liga Diamante. Apesar do ótimo currículo, não atinge os 7,00 m desde 2016.
Vale também ficar de olho em duas excelentes heptatletas, que tem ótimas marcas nesta prova do salto em distância. A britânica Katarina Johnson-Thompson foi campeã mundial em 2019 no heptatlo e a belga Nafissatou Thiam venceu a prova combinada no Rio-2016 e no Mundial de 2017. A britânica Shara Proctor, prata no Mundial de 2015, e a colombiana Caterine Ibargüen, campeã olímpica no Rio-2016 no salto triplo, também podem surpreender.
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Histórico do salto em distância feminino nos Jogos Olímpicos
O salto em distância feminino entrou para o programa olímpico em Londres-1948, apesar de fazer parte do programa do Europeu desde 1938. Na estreia olímpica, o recorde mundial era de 6,25 m de ninguém menos que a holandesa Fanny Blankers-Koes, que brilhou nesta edição londrina com quatro ouros, mas não disputou a prova do salto em distância. Quem levou o ouro foi a húngara Olga Gyarmati com 5,69 m, pouco à frente da argentina Noemí Simonetto, prata com 5,60 m.
Em Helsinque-1952, 24 atletas se classificaram para a final, todas conseguindo mais de 5,30 m na qualificação. A neozelandesa Yvette Williams bateu o recorde olímpico ainda na qualificação com 6,16 m e na final melhorou para 6,24 m para ficar com o ouro.
A polonesa Elzbieta Krzesinska foi a vencedora em Melbroune-1956 com a marca de 6,35 m, igualando o recorde mundial que era dela mesma, obtido 3 meses antes. Em 1960, a alemã oriental Hildrun Claus melhorou a marca mundial para 6,40 m, mas acabou com o bronze em Roma-1960. A campeã foi a soviética Vera Kolashnikova com 6,37 m, enquanto Krzesinska foi prata com 6,27 m.
Os recordes subiram consideravelmente no ciclo seguinte graças à soviética Tatyana Shchelkanova, campeã europeia em 1962. Um pouco antes dos Jogos, ela atingiu 6,70 m e era a favorita, mas foi surpreendida pela britânica Mary Rand, ouro com 6,76 m, novo recorde mundial, enquanto Shchelkanova acabou com o bronze com 6,42 m.
A altitude da Cidade do México ajudou a romena Viorica Viscopoleanu a vencer com recorde mundial de 6,82 m. Na edição de Munique-1972 o ouro foi pra alemã ocidental Heide Rosendahl com 6,78 m, 6 cm abaixo do seu recorde mundial obtido em 1970.
Foi apenas em 1978 que a primeira mulher atingiu a marca de 7 m, com a soviética Vilma Bardauskiene fazendo 7,07 m. Apesar do recorde, ela não disputou os Jogos de Moscou-1980 e o ouro nesta edição ficou com a sua compatriota Tatyana Kolpakova, com 7,06 m. Foi a primeira vez que uma mulher passou dos 7 m nos Jogos e logo as três medalhistas passaram desta marca.
Duas romenas subiram a qualidade desta prova nos anos 1980: Anisoara Cusmir-Stanciu e Valy Ionescu. Elas fizeram a dobradinha no Europeu de 1982, vencido por Ionescu e quebraram cinco vezes o recorde mundial em 1982 e 1983, sendo que Cusmir bateu quatro vezes e Ionescu uma. Em Los Angeles-1984, elas novamente ficaram com ouro e prata, mas foi Cusmir-Stanciu que ficou na frente com 6,96 m, numa prova que teve Jackie Joyner-Kersee, aos 22 anos, terminando em 5º.
Para Seul-1988, Joyner-Kersee chegou como grande favorita. Ela venceu o Mundial no ano anterior em Roma, quando igualou o recorde mundial na seletiva americana antes do Mundial com 7,45 m. Na final olímpica, fez uma grande disputa com a alemã oriental Heike Dreschler, que já tinha feito 7,45 m duas vezes. Drechsler marcou 7,22 m na sua 4ª tentativa e liderava contra 7,16 m da americana, que na 5ª rodada fez 7,40 m para levar o ouro com recorde olímpico que dura até hoje.
No Mundial de 1991, Joyner-Kersee venceu novamente deixando Drechsler com a prata. Para os Jogos de Barcelona-1992, foi a vez da alemã vencer e levar o ouro com 7,14 m, contra 7,07 m da americana, que acabou com o bronze. A alemã ficou de fora dos Jogos de Atlanta-1996 e a vitória ficou com a nigeriana Chioma Ajunwa com 7,12 m. Joyner-Kersee ganhou mais um bronze em casa com 7,00 m.
Mas Drechsler seguiu competindo e venceu seu quarto título europeu seguido em 1998. Em Sydney-2000, brilhou aos 35 anos e venceu o bicampeonato olímpico com 6,99 m, a única bicampeã da história da prova. Nesta final, a americana Marion Jones havia ficado com o bronze, mas anos mais tarde perdeu todas as cinco medalhas que venceu após admitir o uso de substâncias proibidas.
A prova de Atenas-2004 foi dominada pelas russas, que fecharam o pódio da prova. Tayana Lebedeva foi ouro com 7,07 m, Irina Simagina prata com 7,05 m e Tatyana Kotova bronze também com 7,05 m.
Após decepcionar em 2000 e não competir em 2004 após um caso de doping, a brasileira Maurren Higa Maggi brilhou em Pequim-2008. Ela fazia um ano excelente, vencendo quase todas as provas que disputou. Na final olímpica, a brasileira abriu com 7,04 m e a partir daí torcia contra suas adversárias. Campeã quatro anos antes, Lebedeva vinho do ouro no Mundial de 2007 e fez 6,97 m na sua primeira tentativa. Maurren queimava quase todos os seus outros saltos. Quando restava apenas uma chance para a russa, Lebedeva fez um grande salto, mas a medição indicava 7,03 m, confirmando o ouro para a brasileira, o primeiro título olímpico individual de uma mulher brasileira. Em 2017, Lebedeva foi desclassificada e perdeu esta medalha de prata.
A americana Brittney Reese venceu os Mundiais de 2009 e 2011 e confirmou o favoritismo ao vencer em Londres-2012 com 7,12 m contra 7,07 m da russa Yelena Sokolova. Reese venceu também o Mundial de 2013, mas no de 2015 foi mal e ficou longe da final. No início de 2016, foi campeã mundial indoor e era a favorita no Rio-2016, mas foi superada por sua compatriota Tianna Bartoletta ouro com 7,17 m, apenas 2 cm melhor que Reese.
Medalhistas do salto em distância feminino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Londres 1948 | Olga Gyarmati HUN | Noemí Simonetto de Portela ARG | Ann-Britt Leyman SWE |
Helsinque 1952 | Yvette Williams NZL | Aleksandra Chudina URS | Shirley Cawley GBR |
Melbourne 1956 | Elżbieta Krzesińska POL | Willye White EUA | Nadezhda Dvalishvili URS |
Roma 1960 | Vera Krepkina URS | Elżbieta Krzesińska POL | Hildrun Claus GER |
Tóquio 1964 | Mary Rand GBR | Irena Kirszenstein POL | Tatyana Shchelkanova URS |
Cidade do México 1968 | Viorica Viscopoleanu ROU | Sheila Sherwood GBR | Tatyana Talysheva URS |
Munique 1972 | Heide Rosendahl FRG | Diana Yorgova BUL | Eva Šuranová TCH |
Montreal 1976 | Angela Voigt GDR | Kathy McMillan EUA | Lidiya Alfeyeva URS |
Moscou 1980 | Tatyana Kolpakova URS | Brigitte Wujak GDR | Tatyana Skachko URS |
Los Angeles 1984 | Anișoara Stanciu-Cușmir ROU | Valy Ionescu ROU | Sue Hearnshaw GBR |
Seul 1988 | Jackie Joyner-Kersee EUA | Heike Drechsler GDR | Halyna Chystiakova URS |
Barcelona 1992 | Heike Drechsler GER | Inesa Kravets EUN | Jackie Joyner-Kersee EUA |
Atlanta 1996 | Chioma Ajunwa NGR | Fiona May ITA | Jackie Joyner-Kersee EUA |
Sydney 2000 | Heike Drechsler GER | Fiona May ITA | Tatyana Kotova RUS |
Atenas 2004 | Tatyana Lebedeva RUS | Irina Simagina RUS | Tatyana Kotova RUS |
Pequim 2008 | Maurren Maggi BRA | Blessing Okagbare NIG | Chelsea Hammond JAM |
Londres 2012 | Brittney Reese EUA | Yelena Sokolova RUS | Janay DeLoach EUA |
Rio 2016 | Tianna Bartoletta EUA | Brittney Reese EUA | Ivana Španović SRB |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 3 | 3 | 3 | 9 |
2 | União Soviética | 2 | 1 | 6 | 9 |
3 | Romênia | 2 | 1 | 0 | 3 |
4 | Alemanha | 2 | 0 | 1 | 3 |
5 | Rússia | 1 | 2 | 2 | 5 |
6 | Alemanha Oriental | 1 | 2 | 0 | 3 |
6 | Polônia | 1 | 2 | 0 | 3 |
8 | Grã-Bretanha | 1 | 1 | 2 | 4 |
9 | Nigéria | 1 | 0 | 1 | 2 |
10 | Brasil | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Hungria | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Nova Zelândia | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Itália | 0 | 2 | 0 | 2 |
15 | Argentina | 0 | 1 | 0 | 1 |
15 | Bulgária | 0 | 1 | 0 | 1 |
15 | Equipe Unificada | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Tchecoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Sérvia | 0 | 0 | 1 | 1 |
18 | Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
O Salto em distância feminino
O Salto em distância é uma modalidade olímpica de atletismo, onde os atletas combinam velocidade, força e agilidade para saltarem o mais longe possível a partir de um ponto pré-determinado.
O salto deve ser dado após uma corrida numa raia marcada no chão, com o atleta saltando o mais longe possível dentro de uma caixa de areia ao fim dela. O salto é invalidado caso o atleta pise no final da tábua de impulsão, que geralmente é marcado por uma listra vermelha, colocada exatamente no início da caixa. Atualmente, o bordo da tábua é coberto por plasticina para facilitar a decisão dos juízes em casos dúbios. A distância é então medida do limite da tábua até a primeira marca na areia feita pelo corpo do atleta. A maioria dos eventos disputados é composto de seis saltos, sendo que alguns deles, que tem marcas mais baixas, constam de apenas três saltos. Se os competidores empatam no salto mais longo, é declarado vencedor aquele com a segunda marca mais longa.
Em eventos esportivos de grande magnitude, como os Jogos Olímpicos ou o Campeonato Mundial de Atletismo por exemplo, os doze melhores atletas dentre todos os que participam da primeira rodada de saltos, são classificados para a final; nela, todos dão três saltos mas apenas os oito primeiros colocados participam da rodada final de mais três saltos. Todos os seis saltos destes atletas finais valem para aferir o vencedor.
Como em diversas outras modalidades do atletismo, saltos dados com vento a favor acima de 2m/s não tem validade para a aferição de recordes.