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Salto em altura masculino

Salto em altura masculino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020

Calendário

Recordes do salto em altura masculino

OlímpicoMundialBrasileiro
2,39m / Charles Austin (USA) / Atlanta (USA) – 28/07/1996
2,45m / Javier Sotomayor (CUB) / Salamanca (ESP) – 27/07/1993
2,32m / Jessé de Lima / Lausanne (SUI) – 02/09/2008

Chances do Brasil no salto em altura masculino

Fernando Ferreira e Thiago Moura são os representantes brasileiros na prova, ambos classificados por meio do ranking. Fernando chega a Tóquio como o 14º melhor na lista da Word Athletics, melhor posição da carreira. Esse ano, foi tricampeão sul-americano saltando 2,29, um centímetro abaixo de sua melhor marca e a quatro do índice olímpico. Thiago, número 29 do ranking mundial, saltou 2,28 esse ano, melhor marca da carreira, e tem como resultado mais expressivo o vice-campeonato sul-americano neste ano. Eles não devem brigar por medalha.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos

O Brasil nos Jogos

A estreia brasileira na prova foi em Berlim-1936, com Alfredo Mendes e Ícaro Mello. Ambos fizeram 1,80m e não passaram da qualificação.

O carioca José Telles da Conceição fez sua estreia olímpica em Helsinque-1952. Na qualificação, ele foi um dos 28 que conseguiram passar em 1,87m avançando para a lotada final. Na decisão, ele foi passando nas alturas iniciais sempre na primeira tentativa. Com o sarrafo em 1,98m, José Telles e os americanos Walt Davis e Ken Wiesner foram os únicos que passaram de primeira, mas ele parou em 2,01m, terminando com um inédito bronze para o Brasil na prova, até hoje a única medalha do país no salto em altura. José Telles voltaria a competir na prova em Melbourne-1956, marcando 1,92m na qualificação, mas na final terminaria apenas em 21º com 1,86m.

O próximo brasileiro a competir no salto em altura foi o Irajá Cecy, em Montreal-1976, mas ele queimou as suas três tentativas em 2,00m e ficou sem marca na qualificação. Em Moscou-1980, Cláudio Freire não foi bem na qualificação e terminou na 29ª e última colocação com 2,05m.

O Brasil só voltou a competir na prova em Atenas-2004, com Jessé de Lima, que ficou em 17º na qualificação com 2,25m, fora da final. Já em Pequim-2008, Jessé foi perfeito na qualificação, passando em todas as alturas na primeira tentativa, mas decepcionou na final, terminando em 10º com 2,20m.

Guilherme Cobbo competiu em Londres-2012, parando na quali com 2,21m, em 16º no geral. Talles Frederico Silva foi o único brasileiro a competir na prova na Rio-2016, mas acabou apenas em 35º na qualificação com 2,17m.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos

Os Favoritos

Prata no Rio, o qatari Mutaz Essa Barshim é o atual bicampeão mundial da prova. Em 2017, em Londres, foi campeão mundial com 2,35m obtidos logo na primeira tentativa. Na ocasião, ele vinha em grande fase e venceu todas as 11 provas que disputou no ano, sendo duas delas com a marca de 2,40m. Seguiu em ótima fase em 2018 com 6 vitórias em 6 provas outdoor, novamente marcando 2,40m em duas delas. Uma lesão quase o tirou do Mundial de 2019, que disputaria em casa. Chegou para a prova não muito acreditado, quase parou em 2,33m, o que o deixaria sem medalha, mas voou em 2,35m e 2,37m para faturar o bicampeonato. Segundo maior da história com 2,43m, o qatari será o favorito, apesar de não ter competido em 2020.

Os principais rivais de Barshim serão os russos Mikhail Akimenko e Ilya Ivanyuk, respectivamente prata e bronze no último Mundial. Os dois foram consistentes saltadores acima de 2,30m e serão fortes nomes para o pódio em Tóquio. Seu compatriota Danil Lysenko é outro que poderia estar nesta lista. Prata no Mundial de 2017, ele perdeu o status de atleta neutro e não pôde mais competir desde 2018, quando não avisou onde estaria para realização de testes surpresas e está suspenso.

O bielorrusso Maksim Nedasekau fez a 2ª melhor marca de 2019 com 2,35m, igual os dois russos. É dono da melhor marca de 2020 com 2,33m e, mesmo jovem, é um forte nome pro pódio olímpico. Terá 23 anos na disputa olímpica.

Outros que entram na lista de favoritos ao pódio são os ucranianos Andriy Protsenko e Bohdan Bondarenko. Este último foi bronze no Rio-2016 e campeão mundial em 2013, em Moscou. Correm por fora o canadense Michael Mason, o alemão Mateusz Przybylko, campeão europeu em 2018, o sírio Majd Eddin Ghazal, bronze no Mundial de 2017 e o italiano Stefano Sottile.

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Histórico do salto em altura masculino

O salto em altura fez sua estreia olímpica na primeira Olimpíada, em Atenas-1896. Apenas cinco atletas competiram e o pódio foi todo de competidores dos Estados Unidos, com vitória de Ellery Clark com 1,81m. Neste início de disputas, os atletas saltavam de frente, usando principalmente a técnica da tesoura.

Um ano antes dos Jogos inaugurais, o irlandês-americano Michael Sweeney criou a técnica conhecida como eastern cut-off, com a qual bateu o recorde mundial em 1895 com 1,97m. Mas Sweeney nunca disputou uma Olimpíada. Outro americano, George Horine, criou uma outra técnica, o western roll, mas não foi suficiente para levar o ouro olímpico em Estocolmo-1912, acabando com o bronze com 1,89m. Quem venceu na ocasião foi seu compatriota Alma Richards, com 1,93m.

Esta técnica seguiu fazendo sucesso, sendo usada pelos campeões olímpicos seguintes. Mas foi apenas em Los Angeles-1932 que a vitória não ficou com um atleta dos Estados Unidos, ficando com o canadense Duncan McNaughton, com 1,97m. Na edição seguinte, em Berlim-1936, o americano Cornelius Johnson se tornou o primeiro atleta a passar de 2m em uma Olimpíada, vencendo com 2,03m.

Após a 2ª Guerra Mundial, o australiano John Winter foi o primeiro campeão olímpico com 1,98m. Em Helsinque-1952, o título ficou com o americano Walt Davis, campeão com 2,04m, novo recorde olímpico. A única medalha brasileira da prova veio nesta edição com José Telles da Conceição, bronze com 1,98m.

O salto em altura seguiu evoluindo e os atletas começaram a adotar a técnica do straddle, onde o atleta cruzava o sarrafo de barriga para baixo. As marcas aumentaram e o americano Charles Dumas foi ouro em Melbourne-1956 com 2,12m. Em Roma-1960, Robert Shavlakadze e Valery Brumel fizeram uma dobradinha soviética, ambos marcando 2,16m, enquanto o americano John Thomas, recordista mundial na época com 2,22m, ficou com o bronze com 2,14m. Brumel levaria o ouro em Tóquio-1964 com 2,18m, mesma marca de Thomas, prata. No ano seguinte, Brumel dominava a prova e fazia um ano perfeito, mas acabou sofrendo um acidente de moto e precisou amputar o pé direito. Ele chegou a competir com uma prótese até 1970.

Com a utilização de colchões para amortecer a queda dos atletas, o americano Dick Fosbury criou uma nova técnica de salto, onde ele cruzava o sarrafo de costas. Conhecida depois como Fosbury flop, a técnica deu o ouro para seu criador na Cidade do México-1968 com 2,24m e acabou sendo adotada pela grande maioria dos atletas e é a mais utilizada até hoje. O soviético Jüri Tarmak, ouro em Munique-1972 com 2,23m, seria o último campeão olímpico a utilizar a técnica do straddle.

A prova chegou a um novo nível nos anos 1980, com vitória alemãs. Gerd Wessig, alemão oriental, foi campeão em Moscou-1980 com 2,36m e Dietmar Mögenburg, alemão ocidental, levou em Los Angeles-1984 com 2,35m.

O cubano Javier Sotomayor surgiu no final da década como o grande nome do salto em altura, batendo o recorde mundial com 2,43m aos 20 anos alguns dias antes dos Jogos de Seul-1988, mas o boicote cubano ao lado da Coreia do Norte tirou o principal nome da prova da competição, que foi vencida pelo soviético Hennadiy Avdyeyenko com 2,38m. Já em Barcelona-1992, Sotomayor ficou com o ouro numa final disputadíssima, onde os 5 medalhistas (foram 3 bronzes) passaram em 2,34m e queimaram 2,37m. Como o cubano foi o único a passar 2,34m na 1ª tentativa, ficou com o ouro.

Maior nome da prova na história, o cubano bateu novamente o recorde mundial em 1993 com 2,45m, marca que permanece até hoje. Mas sofreu em Atlanta-1996 com uma lesão no tornozelo e foi 12º na final com 2,25m, onde o ouro ficou com o americano Charles Austin com 2,39m, recorde olímpico até hoje. Sotomayor voltaria em Sydney-2000 encerrando sua carreira olímpica com uma prata, atrás do russo Sergey Kliugin com 2,35m.

O esguio sueco Stefan Holm levaria o ouro em Atenas-2004 com 2,36m enquanto o russo Andrey Silnov venceria em Pequim-2008 com 2,36m. Seu compatriota Ivan Ukhov fez 2,38m em Londres-2012 para ficar com o ouro, mas a medalha foi retirada em 2019 por doping. O americano Erik Kynard foi prata, mas até hoje seu resultado não foi alterado pro ouro.

Na decisão da Rio-2016, o canadense Derek Drouin fez uma final incrível, passando em todas as alturas de primeira, até vencer com 2,38m e jogando toda a pressão pro qatari Mutaz Essa Barshim, favorito na ocasião e prata com 2,36m.

As Medalhistas do salto em altura masculino nos Jogos Olímpicos

Olimpíada
Atenas 1896Ellery Clark
EUA
Bob Garrett
USA
James B. Connolly
USA

Paris 1900Irv Baxter
EUA
Pat Leahy
GBR
Lajos Gönczy
HUN
St. Louis 1904Sam Jones
EUA
Garrett Serviss
EUA
Paul Weinstein
GER
Atenas 1906Con Leahy
GBR
Lajos Gönczy
HUN
Bert Kerrigan
USA
Themistoklis Diakidis
GRE
Londres 1908Harry Porter
EUA
Con Leahy
GBR
István Somodi
HUN
Géo André
FRA

Estocolmo 1912Alma Richards
EUA
Hans Liesche
GER
George Horine
EUA
Antuérpia 1920Dick Landon
EUA
Harold Muller
EUA
Bo Ekelund
SWE
Paris 1924Harold Osborn
EUA
Leroy Brown
EUA
Pierre Lewden
FRA
Amsterdã 1928Bob King
EUA
Ben Hedges
EUA
Claude Ménard
FRA
Los Angeles 1932Duncan McNaughton
CAN
Bob Van Osdel
EUA
Simeon Toribio
PHI
Berlim 1936Corny Johnson
EUA
Dave Albritton
EUA
Delos Thurber
EUA
Londres 1948Jack Winter
AUS
Bjørn Paulson
NOR
George Stanich
EUA
Helsinque 1952Buddy Davis
EUA
Ken Wiesner
EUA
José da Conceição
BRA
Melbourne 1956Charlie Dumas
EUA
Charles Porter
AUS
Igor Kashkarov
URS
Roma 1960Robert Shavlaqadze
URS
Valery Brumel
URS
John Thomas
EUA
Tóquio 1964Valery Brumel
URS
John Thomas
EUA
John rambo
EUA
Cidade do México 1968Dick Fosbury
EUA
Ed Caruthers
EUA
Valentin Gavrilov
URS
Munique 1972Jüri Tarmak
URS
Stefan Junge
GDR
Dwight Stones
EUA
Montreal 1976Jacek Wszoła
POL
Greg Joy
CAN
Dwight Stones
EUA
Moscou 1980Gerd Wessig
GDR
Jacek Wszoła
POL
Jörg Freimuth
GDR
Los Angeles 1984Dietmar Mögenburg
FRG
Patrik Sjöberg
SWE
Zhu Jianhua
CHN
Seul 1988Gennady Avdeyenko
URS
Hollis Conway
EUA
Patrik Sjöberg
SWE
Rudolf Povarnitsyn
URS
Barcelona 1992Javier Sotomayor
CUB
Patrik Sjöberg
SWE
Tim Forsyth
AUS
Artur Partyka
POL
Hollis Conway
USA
Atlanta 1996Charles Austin
EUA
Artur Partyka
POL
Steve Smith
GBR
Sydney 2000Sergey Klyugin
RUS
Javier Sotomayor
CUB
Abderrahmane Hammad
ALG
Atenas 2004Stefan Holm
SWE
Matt Hemingway
EUA
Jaroslav Bába
CZE
Pequim 2008Andrey Silnov
RUS
Germaine Mason
GBR
Yaroslav Rybakov
RUS
Londres 2012Ivan Ukhov
RUS
Erik Kynard
EUA
Mutaz Essa Barshim
QAT
Derek Drouin
CAN
Robbie Grabarz
GBR
Rio 2016Derek Drouin
CAN
Mutaz Essa Barshim
QAT
Bohdan Bondarenko
UKR

Quadro de Medalhas

 PaísTotal
1Estados Unidos1314936
2União Soviética4138
3Rússia3014
4Canadá2114
5Grã-Bretanha1326
6Suécia1225
7Polônia1214
8Austrália1113
8Alemanha Oriental1113
10Cuba1102
11Alemanha Ocidental1001
12Hungria0213
13França0123
14Alemanha0112
14Catar0112
15Noruega0101
16Argélia0011
16Brasil0011
16República Tcheca0011
16Grécia0011
16China0011
16Filipinas0011
16Ucrânia0011

O salto em altura masculino

Salto em altura é uma prova na qual os atletas saltam sem auxílio e com a impulsão de pé de apoio em direção a uma barra horizontal de quatro metros de comprimento apoiada entre duas traves. O objetivo é saltar a maior altura sem derrubar a barra. Todos os competidores tem direito a três tentativas a cada altura colocada, mas tem o direito de ‘passar’ aquela determinada altura e avançar para outra maior sem ultrapassar a menor. Caso não consiga ultrapassar a altura ou combinação de alturas estipuladas em três tentativas, o atleta está eliminado.

Se os competidores acabarem empatados numa determinada altura, vence aquele que levou menos tentativas para chegar até lá. Se mesmo assim continuarem empatados, é feito um salto de desempate, primeiro na última altura não ultrapassada e a partir daí, em alturas subsequentes menores até que alguém ultrapasse; este último método de desempate é muito raro de acontecer, mas ocorreu, por exemplo, na final do Campeonato Mundial de Atletismo de 2015, em Pequim, já que nesta modalidade não é possível haver duas medalhas de ouro